quarta-feira, 6 de setembro de 2023

AUTOBIOGRAFIA DE UM MORTO (17)

 

 

 

O SUCO DIESEL

Eu vi com meus olhos espirituais. Enquanto eu me distraía com as coisas do mundo, centenas de pessoas conhecidas e desconhecidas semeavam erva daninha nos meus pensamentos. Às vezes eu até fingia que eles não tinham impacto sobre minha pessoa, noutras vezes eu menosprezava o poder das influências negativas e em múltiplas ocasiões eu dormia de descuido. Cada pensamento negativo que faz morada no ninho do subconsciente, gera seus próprios ovos. O cérebro é, portanto, um papel permeável, e tudo passa por ele se não houver filtros. Vi quando alguém jogou óleo diesel dentro do suco de minhas emoções, intencionalmente, para dominar minhas respostas e resultantes. Achava que os sentimentos alheios eram meus, sempre que se apresentavam de maneira opressiva e descontrolada. Infelizes são aqueles que se deixam guiar apenas pelas emoções. Aprendi esta lição ainda em vida. Vi pessoas usando ensinamentos fora do contexto original, porém nunca enganaram minha fé. Minha lealdade foi registrada por diversas mil vezes. Queriam matar Deus, destruir minhas certezas, apresentar-me aos falsos profetas e levar-me aos umbrais. Nada adiantou. São coisas normais no mundo das percepções de separação. Aqui a coisa toda muda. Somos todos, peças da mesma engrenagem. Vi também um jardineiro simpático visitar meu coração, na adolescência, trazendo maná para minhas terras mais férteis. Sabia que havia sementes de sobra para quem quisesse construir um jardim. Principalmente para aqueles que tornaram seus jardins disponíveis para Ele semear coisas boas.


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