A GARRAFA E SEU CONTEUDO

 

A experiência de cada pessoa, sobre uma mesma situação, manifesta-se de formas diferenciadas, é percebida por filtros individuais, delineia-se por recortes culturais, ignora informações ou distorce outras, acrescenta pitadas de imaginação com desejos do inconsciente, apresenta-se com opiniões pessoais que nada tem a ver com a verdade, mede-se por impulsos internos, apaga intencionalmente o que não lhe convém, apoia-se em interesses e crenças, justifica-se na arrogância e na superioridade, amplia-se de acordo com o grau de prazer, rejeita algo de acordo com o grau de dor, reflete-se no estado de saúde do corpo e da mente, varia conforme o humor emocional, dura o tempo de atenção que lhe for dado e muda seus conteúdos sempre que necessário for. Assim como a garrafa de cerveja não é a cerveja, assim também a consciência da experiência de cada um não é a consciência em si.

HORA DE REPENSAR GLOBALMENTE

 

Colocar o foco das notícias apenas nas estatísticas da pandemia, por tanto tempo, nos impede de encontrar novas soluções com criatividade, além de afetar a saúde mental das pessoas. Deixar os políticos guiar a saúde das pessoas, posicionando os médicos em segundo ou terceiro plano, empurra o fim da crise sanitária para mais longe da realidade prática. Gastar nossas energias com a politização das vacinas, enquanto o vírus inteligente decide qual mutação vai lhe dar sobrevida mais duradoura, rouba lucidez do horizonte à nossa frente. A Lei da Atração consiste em manifestar aquilo onde colocamos nossa atenção e energia. Se ela for mesmo verdadeira, estamos fazendo tudo errado. Estamos alimentando o monstro que vai nos devorar cada vez com mais volúpia.

 

COMO 2021 SERÁ LEMBRADO

 

Foi mais um ano de pandemia, de fake news, de guerra de comunicação, de politização da nossa saúde, de restrições à nossa liberdade, de muitas mortes e de simulação social, de descrença na Ciência, mas também foi um ano em que vidas foram salvas, novas vidas chegaram ao planeta e a tecnologia avançou a passos largos.

Foi mais um ano atípico, fora da curva, imprevisível para muitos, desafiador para todos. Destes em que muita coisa quer reencontrar o seu lugar, após perdê-lo em 2020, confirmando a capacidade magistral da Humanidade de superar obstáculos, catástrofes, crises e insegurança, mas não os medos coletivos.

 

A vacinação emergencial roubou todos os holofotes da multimídia, mas também incluiu mortes de artistas conhecidos, crise de cilindros de oxigênio em Manaus, protestos anti-vacinas em muitos países, prisão de brasileiros que convocaram manifestações ou exerceram o direito de liberdade de expressão contrários às medidas impostas,  morte de mais de 160 atletas saudáveis em todo o mundo após se vacinarem, restrições violentas e tirânicas na Austrália onde não existe nenhuma carta de direitos da população, o surgimento de  novas variantes Delta e Ômicron para delírio dos medrosos, negacionismo de ambos os lados das discussões, polêmica dos passaportes de saúde que se tornaram armas ideológicas e muito mais por vir.

 

Foi o ano de popularização da mídia social TIKTOK, do retorno da banda Abba, da menina Alice aprendendo a falar difícil, das demissões de estrelas globais, da Fadinha do skate.

 

A população brasileira acompanhou com tensão a caça ao serial killer Lázaro, envolvendo mais de 200 policiais e cães treinados. Tivemos finalmente a realização das Olimpíadas de Toquio e as Paralimpíadas. Arábia Saudita aprendeu tecnologias para fazer chover no deserto e causou uma série de enchentes na região. O Brasil dormiu e não viu o Dragão Asiático comprar toda a nossa cadeia produtiva da agricultura, causando inflação descontrolada. O Presidente dormiu e não viu a Toga tomar o poder real. A política mostrou o que tem de pior na CPI da pandemia. A demora intencional da sabatina ao candidato a Ministro do STF virou novela do vilão Acolumbre, mas acabou bem. Polêmica prolongada nas votações ao Auxílio Brasil e Precatórios. Os golpes do PIX forçaram o Banco Central a mudar os limites de retirada. O Comunitarismo mostrou os seus dentes, utilizando o covid-19 como cavalo de troia. Os preços dos combustíveis foram às alturas com aumentos de mais de 50%, pela resistência dos Governadores em reduzir impostos. Enchentes na Bahia deixaram milhares de desabrigados. Mais de 100 mortos na maior tragédia natural dos EUA que varreu Kentucky e mais cinco cidades do mapa com mais de 50 tornados simultâneos. O ano termina com nova onda de covid-19 e gripe H2N3. Dr. Fauci, o verdadeiro genocida mundial, ainda não foi punido.

 

Morreram: os cantores Genival Lacerda, MC Kevin, Agnaldo Timoteo e Marília Mendonça, os atores Eva Wilma, Tarcísio Meira, Paulo Gustavo, Paulo José, Luiz Gustavo o Beto Rockfeller, Sergio Mamberti, Gilberto Braga, o político Bruno Covas.

 

O ano 2021 foi um tempo de respiro para a Humanidade. Ou ela reage contra os tiranos em treinamento ou sucumbirá diante da Agenda 2030.

POR ONDE A VIDA PASSA

 

Existe vida além da morte. Existe vida além das fronteiras. Existe vida além da política. Existe vida além dos vícios. Existe vida além do fracasso. Existe vida além do horizonte. Existe vida além dos desencontros. Existe vida além do passado. Existe vida além dos divórcios. Existe vida além da escolha. Existe vida além dos sintomas. Existe vida além da fantasia. Existe vida além dos ciclos. Existe vida além dos medos. Existe vida além dos campeonatos. Existe vida além do fanatismo. Existe vida além das notícias. Existe vida além dos credos. Existe vida além das civilizações. Existe vida além das evidências. Existe vida além das inimizades. Existe vida além do trabalho. Existe vida além do que foi vivido com limitações.

 

POR UM 2022 MAIS CONSCIENTE

 

Que em 2022 tenhamos menos política e mais trabalho. Menos política e mais união. Menos política e mais tolerância. Menos política e mais soluções. Menos política e mais justiça. Menos política e mais oportunidades de progresso. Menos política e mais alimentação. Menos política e mais liberdade. Menos política e mais saúde. Menos política e mais retidão. Menos política e mais lucidez. Menos política e mais arte. A política não é a única via de organização social nem o único caminho de dar voz ao cidadão. A política não é dona da verdade, ao contrário, ela mente por amor ao poder. A política não se importa com o povo e sim com as agendas político-partidárias e lobbies. A política é um mal desnecessário quando se afasta da representatividade. Que em 2022 sejamos mais Brasileiros e menos partidaristas, mais Brasileiros e menos maria-vai-com-as-outras, mais Brasileiros e menos inocentes úteis. VAMOS DESNORTEAR OS ASTROS EM 2022 COM NOVA CONSCIÊNCIA E REBELDIA. TODOS SERÃO CHAMADOS À LUTA POR NOSSA LIBERDADE.

 

 

TERRENOS NA LUA

 

Certa vez algum espertinho começou a vender terrenos na lua e conseguiu alguns compradores, com promessas de base lunar, exploração de minérios, passeios turísticos espaciais, etc. Ninguém foi preso. Agora surge uma nova versão desta tentativa, com promessas de imóveis online. É a nova tecnologia do Metaverso, convergindo bilhões de dólares de sonhadores que acreditam ser visionários. Se o Metaverso tornar-se mesmo popular como o dono do Facebook acredita, muitos investidores amadores cairão nas mãos de investidores espertalhões. É assim que o dinheiro passa de mão em mão e se concentra nas contas de quem já tem muita grana, seguindo aquela velha frase de que “quem tem dinheiro faz dinheiro”. Vamos aguardar os desdobramentos.

 

ANO NOVO VELOZ

 

Se 2022 será um ano veloz por influência do planeta Mercúrio - aquele que tem simbologia de asas -, então será melhor que alteremos nossa maneira de estar no mundo, não de forma ansiosa como sempre fizemos, mas de forma criativa. Pensamento não tem coleira e pode ser usado para imaginar coisas que ainda não existem, pode inventar cores e formas para a nossa visão, pode procriar relacionamentos e instituições mais saudáveis, pode construir ferramentas mais práticas que reduzam esforços físicos, pode substituir a razão pela força do coração. Podemos construir um mundo mais eficiente e mais inteligente que defenda a vida humana no planeta. Podemos nos tornar mais rebeldes e destituir todos aqueles que nos manipulam ou mentem para a população em geral. Podemos desenvolver mecanismos de coletividade sem interferência política. Podemos valorizar as pesquisas de baixo para cima e, quem sabe, popularizar a energia livre. Podemos fazer tudo diferente. Só depende de querermos, considerando que a maior revolução de todas será mudar nossa maneira pré-histórica de pensar.

 

CONVERSA DE FIM DE MUNDO

 

“O mundo está ficando chato demais”, disse um de meus amigos de barzinho da zona sul. “Quero morrer. Prefiro sair do planeta do que ficar como testemunha de uma civilização que prostituiu a si mesma. Não aguento mais o politicamente correto, o todes ridículo, a nova ordem mundial, o passaporte sanitário, o sumiço de nossa liberdade, a supremacia das fake news, as previsões apocalípticas, o STF, a agenda 2030, nunca o Brasil foi tão invasivo e tão autoritário”. Tive que respirar fundo e abrir espaço mental para dar uma resposta à altura, sem desconstruir a visão dele, mas ao mesmo tempo sem lhe dar razão. Foi a operação estratégica mais difícil de toda a minha vida. Até o meu silêncio para pensar parecia inadequado. Tive que visitar, velozmente, vários aspectos conceituais que me ajudassem a perder a cara de surpreso, para apresentar algum argumento convincente. Eu não queria parecer negacionista diante da intenção dele de morrer, pois a gente nunca sabe quem já morreu e continua andando por aí. Tudo o que pude murmurar foi perguntar sobre qual o melhor país para se viver, no que ele respondeu: “um planeta onde a gente possa amar a todos sem ser estimulado à intolerância, onde ninguém fume a própria raiva nem ouça música degradante, onde os estudantes saibam pensar, onde a vida seja o bem maior comum”, ao que respondi “isso tem cara de infância!”. A cerveja saideira selou nossa conversa.

DEVOLUÇÃO

 

Para quem te julga, ofereça teus ombros. Para quem te rotula, ofereça um espelho. Para quem te calunia, ofereça o perdão. Para quem te despreza, ofereça o vazio. Para quem te critica, ofereça a indiferença. Para quem te persegue, ofereço a invisibilidade. De maldade o mundo já está cheio. Devolva estes presentes a quem te fez alvo da própria incapacidade. Escolha o lado dos conscientes, daqueles que incluem o coração na hora de se relacionar com os demais. Escolha a conscientização como processo de interação e trocas, como verdadeiro processo de crescimento. Não se cresce apenas batendo de frente, sendo do contra, destruindo reputações sem acrescentar nada de bom no lugar. Não se evolui teoricamente. A evolução vem de dentro para fora, do melhor que temos em nós para contribuir com o mundo. A evolução não é para os tolos de carteirinha.

 

A CONTA NÃO FECHA

 

A demanda que o mundo exerce sobre nós nunca se iguala com a demanda que exigimos do mundo para nosso bem estar. Esta conta não fecha. Somos pequenos diante do coletivo, somos ínfimos diante do universo e suas complexidades. O indivíduo não consegue dar conta da existência e se perde diante de tamanha teia. O mundo precisa continuar existindo e para tal ele sustenta energeticamente todas as mudanças possíveis. A vida até que passa devagarinho, mas a mente passa veloz no que chamamos de percepção de tempo-espaço. Esta percepção de individualidade, chora para ser eterna e imortal, mesmo sabendo que dura pouco, mas prefere recorrer à ilusão do que encarar a verdade de sua finitude. O mundo finge que não precisa de nós, mas precisa sim de nossa consciência para puxar o carrossel da evolução inteligente. Se esta conta fechasse, muitas coisas perderiam a razão de existir.

MATEMÁTICA ESPIRITUAL

 

Toda ignorância mal consegue conceber a importância da espiritualidade. Guiada pelo ego, ela acredita ter dominância sobre todas as coisas a partir da própria vontade, deixando-se levar pelas forças de atrito verbal e conceitual, ideológica e emocional. Movida pelo destaque às diferenças, permanece sempre em combate, tomando gosto pela destruição de tudo o que estiver instituído com raízes de tradição, incluindo a própria existência humana como organização de sobrevivência ou como linha evolucionária. Aos ignorantes não cabe nenhum compromisso com a vida. Valem-se da crença de respirar o poder a qualquer custo. São eles que promovem o aborto politicamente, destroem a natureza, exploram os combustíveis naturais, iniciam revoluções e guerras em defesa da separação total, desconstroem a moral e os valores humanos, desumanizam os relacionamentos e intoxicam os alimentos visando apenas lucro financeiro. De 7 bilhões de habitantes, apenas 144 mil serão resgatados nos tempos finais do Apocalipse. O resto são os ignorantes.

PACOTINHOS

 

Nunca se ausente completamente daqueles que te amam. Gratidão não é apenas momentânea, ela pode vir tardiamente diante de alguma emergência ou chamado silencioso. Como já recebemos os benefícios de gestos grandioso, nem sempre um “obrigado” é suficiente para retribuir o crescimento obtido. Na ausência não se escuta o clamor dos outros. Na ausência não se sabe do sofrimento alheio. Na ausência esquecemos que hoje somos o resultado da ajuda de muitas pessoas importantes em nossa vida. Estejamos sempre disponíveis a quem nos ama, mesmo que não saibamos expressar gratidão ou amor com palavras, mesmo que nossa temperatura do coração seja fria. Nossa pouca experiência pode ser compensada pelo cuidado e atenção para com os mais velhos. Nossa distância física pode ser reduzida pelo uso da tecnologia. Nossa disponibilidade para servir pode secar lágrimas dos outros ou dar uma simples recomendação que faz a diferença. O cuidado consciente pode embalar nossa gratidão em centenas de pacotinhos diários de atenção.

QUEM SUPERA, SEMPRE AVANÇA!

 

Entre a mão com colher e a boca faminta, sempre há espaço para a comida cair. Em todo movimento existe também a possibilidade da interrupção, da distração, do erro de cálculo, da pressa desajeitada, do acidente por imprudência, da falta de experiência, da escolha imprópria, do medo de tentar novamente, da ausência de conhecimento específico, da falta de conexão e harmonia, do desinteresse pessoal ou do cansaço.

A vida é este espaço entre a colher cheia de possibilidades e a boca vazia querendo ser preenchida, sem perceber que a boca continua cheia de carências. Como duas coisas não podem ocupar o mesmo lugar no espaço, a carência rouba a atenção e induz ao erro, o que indica que a falta de atenção no momento presente nos remete automaticamente para o passado ou para o futuro. Pela concentração, a gente supera os erros e avança nos movimentos.

VASTA É A LUZ

 

Na vastidão dos universos, o buraco negro é apenas um ponto escuro. Há quem olhe somente para o pontinho sujo no imenso lençol branco, há quem perca a beleza do Cosmos por insistir em olhar apenas para o que não gosta ou não entende, há quem ignore seus pontos cegos e prefira lastimar o que lhe falta. Quem olha apenas para o buraco negro de sua realidade, jamais verá a luz, jamais expandirá sua consciência até os confins do infinito, pois estes olhares curtos nada acrescentam ao crescimento pessoal, nada contribuem para o exercício da criatividade, nada descobrem da essência e da beleza ao seu redor. A luz está mais perto do que se imagina. Sim, a luz está dentro de nosso avesso, nas entranhas da Alma, no cerne da existência material, mas quem não a vê não viu o ponto por onde ela começa. Vasta é a luz que nos envolve.

DESEJOS

 

Mesmo que eu professe uma religião com assiduidade, a fé se manifestará por meus desejos. Mesmo que eu esteja vivendo um romance fabuloso, o desejo guiará meus olhos. Mesmo que eu usufrua da fama ou popularidade, o desejo por mais sucesso preencherá meus pensamentos. Mesmo que eu sacie minha fome na hora do almoço, o desejo por uma sobremesa deliciosa falará mais alto em meus lábios. Mesmo que eu consiga o melhor emprego da cidade, o desejo pela melhor performance conduzirá minha busca por reconhecimento. Mesmo que eu compre a roupa mais bonita, o desejo de ter um corpo mais esbelto conversará com o espelho. Mesmo que eu seja rico de bens materiais, o desejo pelo poder me provocará a cada novo dia. Mesmo que eu realize um sonho antigo, o desejo por superação me desafiará constantemente. Não sei se é a fantasia ou o vazio que me faz desejar eternamente. Só sei que desejo, por ter me habituado a ele.

 

SINAIS INDIVIDUAIS

 

Deus nos concede sinais a nível individual. São sinais para que mudemos de rumo imediatamente, sinais de que está provendo o que necessitamos, sinais de que estamos sendo enganados por alguém, sinais de que estamos usando e abusando da imaginação. São formatos diferentes de diálogo entre a Terra e o Céu. São maneiras sutis de enxergar o grotesco em nós. Alguns fingem que não entenderam, que não ouviram, outros assumem que não querem acreditar e desprezam as orientações como se fossem donos do próprio destino. Os sinais continuam a chegar, mas nestes casos, chegam sem o entendimento por causa da distração dos incautos. Se a escuridão é uma escolha pessoal, os sinais são pessoais. Se a escuridão for influência do desapontamento de outras pessoas, os sinais serão coletivos. O importante é que este diálogo nunca termine enquanto houver amor e esperança para nos resgatar.

MENSAGEM DE NATAL

 

Eu sou o cartão de Natal que não se usa mais. Eu sou o Papai Noel sexy dos shoppings centers. Eu sou o consumismo exacerbado. Eu sou a troca de presentes entre amigos ocultos que nunca foram amigos. Eu sou a morte da inocência. Eu sou a manjedoura dourada e cravejada de agrados. Eu sou o esquecimento total do aniversariante. Eu sou a bebedeira e a comilança da desigualdade social. Eu sou a data desculpa. Eu sou a estrela guia dos reis magos que nunca foram reis. Eu sou o marketing agressivo de descontos falsos. Eu sou o grito dos excluídos. Eu sou a cartinha do Papai Noel pedindo uma cesta básica. Eu sou a correria de última hora para lembrar dos esquecidos que lembraram de mim. Eu sou a mensagem de Natal que ninguém quer ler se for escrita.

 

DIANTE DO SOFRIMENTO

 

Existe em nós um impulso para dar sempre uma resposta ao sofrimento dos outros, comprometidos estamos em entender ou explicar o próprio sofrimento. Somos levados por conceitos e sentimentos de compaixão, justamente porque acreditamos poder sentir o que o outro está sentindo, na mesma dimensão ou intensidade. Somos levados por conceitos e gestos de solidariedade, justamente por esperar o mesmo comportamento dos outros quando a gente sofre. Somos levados por conceitos de afastamento do sofrimento, justamente porque acreditamos que o tempo cura as feridas. No final das contas, nossas tentativas se tornam um exercício de acolhimento, mesmo sem ter as palavras certas naquele momento de dor alheia. Tanto o sofrimento real quanto o sofrimento mostrado nos filmes e novelas estimulam nossa sensibilidade diante da vulnerabilidade humana.

OS SIMPSONS

 

Cinco cidades devastadas por vários tornados simultâneos, algo impensável até pouco tempo atrás. A natureza se contorce em todo o planeta, a natureza grita de cansaço, convulsiona-se em revolta contra o descaso dos humanos. Enchentes torrenciais arrastam carros e desalojam vidas, destroem pontes e estradas, colocam a perder coisas que levaram anos para serem construídas. A natureza cansou de ser desprezada. Parece um prenúncio diluviano sem direito a arca de Noé, sem tempo para juntar casaizinhos de animais e aves, sem satélite capaz de evitar algo furioso vindo dos céus. A natureza é forte e inteligente, sabe se recompor rapidamente se eliminar de seu território o bicho homem. Imagine a poluição reverter o processo de fotossíntese, onde as árvores passariam a sugar o oxigênio para poder continuar existindo e exalariam apenas gás carbônico para nos sufocar. Seria um ataque de árvores que somente o desenho Simpsons seria capaz de imaginar.

 

VAI E VEM EXISTENCIAL

 

Se você descobrisse quem você realmente é, você simplesmente desapareceria, você se soltaria do seu EU e entraria num caminho sem volta, seria dissolvido num espaço tão rico e absoluto que se tornaria a própria vastidão que o criou. Ao sair da eternidade e penetrar nos véus da vida, ao colocar os pés na água da existência, ganha-se uma percepção de individualidade com enormes consequências para sustenta-la. A primeira delas é o impacto da ilusão e da separação, onde a incompletude se torna motor e combustível para a caminhada. A segunda é o aprendizado difícil de viver na linha do tempo que delimita nossa finitude. A terceira é o apego à esta individualidade, sem que se dê chances de expandir a consciência para abrir mão das tentativas de controle, sem que se permita ser levado pela correnteza dos processos, sem que se encontre o caminho de volta para casa.

A BRISA E O RAIO

 

Há duas fontes de ansiedade no cérebro humano, a brisa e o raio. Uma delas é como o vento calmo e constante que vai tomando força na repetição e prossegue removendo o que encontrar pela frente até virar um furacão. Poucos pensamentos repetitivos e negativos tomam força de verdade, viram crença irrefutável para quem neles pensam, dominam a mente e começam a influenciar o corpo, gerando a ansiedade mental ou social, onde até um diálogo se torna ameaça pessoal. É um exercício de ruminação, um ato de focar exageradamente no aspecto negativo. A outra fonte aparece como um raio, descendo imperiosa sobre nossas percepções, passando rapidamente pela amígdala e ativando um alerta geral, acendendo as luzes vermelhas do perigo, congelando nossas ações diante de um ataque de pânico. É um exercício contrário, de inação, de inatividade, de bloqueio contra a realidade que nos faz sofrer. Se tudo começa pelos cinco sentidos, é melhor que a solução também comece por eles.

 

REPENSANDO O CONCEITO DE ALMA

 

Houve-se por aí que algumas pessoas, na hora de quase morte, assistem em segundos todo o filme de sua vida, chegando a dar créditos à sua Alma este feito com ares de espiritualidade. Mal sabem que uma das partes do cérebro, o hipocampo, funciona como um organizador de memórias, um centro de arquivos e manutenção delas, justamente a função que se atribui à Alma como um aspecto espiritual que trabalha de bibliotecária do Registro Akáshico. Tal comparação leva-nos a questionar a existência da Alma como um Ser avulso, como uma energia independente que entra e sai do nosso corpo quando quiser, devolvendo-a ao plano corpóreo, algo como o ego, ambos sendo construções mentais para melhor experienciar a vida. Fora do âmbito religioso nada se pode comprovar ou atestar sobre ela. Porém, nem tudo o que não vemos deixa de existir por causa de nossa ignorância. Mesmo assim, às vezes não custa nada repensar fora da casinha para que nos aproximemos das coisas invisíveis.

RESTRIX (3)

 

Tudo o que acontece aos computadores, acontecerá aos seus usuários. Estão hackeando nossas emoções, mutando ou silenciando nossa voz, deletando nossa liberdade de escolha, fazendo downloads de programas sociais em nossa cabeça, transformando nossas informações pessoais em algoritmos, impondo apagões em nossa capacidade de pensar, implantando microfones embutidos em nossa vida privada, espalhando câmeras secretas nas ruas para identificar cada pessoa transitando, transformando governos em nossos únicos provedores. Estamos assistindo à robotização dos humanos à nível global, mas não temos a menor ideia de quem esteja por trás de tudo isso. Logo mais seremos substituídos por máquinas, se não formos capazes de fazer um update de consciência.

RESTRIX (2)

 

O que tinha que ser feito já foi feito, de forma emergencial já foi feito aos trancos e barrancos. Deu tempo suficiente para pesquisas científicas sobre as consequências, uma vez que nem os fabricantes quiseram arcar com suas responsabilidades, pensando apenas no lucro, em detrimento de riscos à vida humana. Os véus começam a cair, um a um, quando novas restrições inconcebíveis e contraditórias testam mais uma vez os limites das liberdades e dos direitos humanos. O cansaço desta crise prolongada desgastou a passividade, a aceitação pura e cega, a manipulação da mídia com viés político, a falsa preocupação com todos. Estamos ouvindo o som da guilhotina se aproximando de nossa fila, mesmo sem saber ao certo tudo o que realmente esteja acontecendo nos bastidores. Ou a verdade se manifeste para nos salvar ou não teremos mais tempo de barrar o impensável e o inaceitável.

O NINHO NA CABEÇA

 

Toda vez que enfrentamos um desafio difícil ou doloroso na vida, somos tomados por desânimo e frustração, por um vazio emocional sem tamanho, por sensações de impossibilidade diante da dificuldade de lidar com as perdas. Alguns, ao extremo, caem em depressão. Outros acessam uma força vital dentro de si e se superam silenciosamente bem. Em qualquer destas situações, os pensamentos exercem profunda importância na hora de dar nome a estas sensações. Uns dizem estar perdidos, outros dizem não saber o que fazer, outros pensam incessantemente na mesma coisa e batem sempre na mesma tecla. Cada um escolhe seus pensamentos e sofre ou aprecia suas consequências, tornando-se protagonista da própria estória. No exercício da plena consciência, a escolha positiva dos pensamentos prevalece. Sem consciência, os pensamentos viram erva daninha no ninho das cabeças.

 

RESTRIX

Vários países chegaram aos seus limites de controle social. Como a pressão criada tem que encontrar uma válvula de escape, as pessoas começaram a protestar de maneira quase violenta contra as novas restrições que, de ciência, não tem nada. Cordeiros não tem escolhas, essa é a grande verdade. Os poderosos capitalistas usaram a crise sanitária, como cavalo de troia, para implantar medidas draconianas de empobrecimento de todos os povos. Desemprego aumenta em todas as Nações, trazendo junto o desabastecimento de alimentos e a inflação descontrolada. Já já as pessoas vão começar a pedir as cabeças dos governantes mais tirânicos. Alguém sempre começa a acordar os que dormem. Austríacos, Australianos, Holandeses, Croatas e Dinamarqueses são os que mais sofrem com prisões e multas absurdas, elevando os protestos contra as picadas para um outro nível de ativismo político. Estamos testemunhando ao nascimento de um caos global. A violência australiana contra a população é mais um teste social sobre a incapacidade de mobilização daqueles que pararam de pensar e pode estender-se gradualmente para outros países, dando prosseguimento ao novo reset.

 

EDUCAR PARA A LÓGICA

 

Educar as crianças no século XXI, sem promover o pensamento livre, é perpetuar a velha maneira de educá-las para a adaptação ao que a ciência defendeu através dos séculos. Sem o cultivo supervisionado do pensamento livre, abortam-se os novos pensadores, eliminam-se na raiz os rebeldes do pensamento, simplesmente adequando-os ao pensamento lógico como conhecimento supremo. A lógica também é uma casinha, ainda mais se analisarmos por experiência pessoal como a vida não tem lógica, a morte não tem lógica, como a própria ciência é lenta e limitada diante do todo. Se as crianças livres aprendem sozinhas pelo poder das descobertas e do espanto, por tentativa e erro, por curiosidade máxima, elas conduzem o processo de aprendizagem tal e qual um processo. Elas filosofam brincando, desenvolvem sinapses compartilhando, produzem conexão com coisas maiores do que elas ou maiores do que o entendimento de seus pais. Abramos espaço para o pensamento livre entre as crianças, deixando-as serem crianças também no autoaprendizado.

TEMPO DE AUTOCUIDADO

 

Quem perde a autonomia pessoal, por motivos de doença, pode contar com familiares ou com instituições públicas e de caridade. Quem perde a autonomia financeira, por motivos de endividamento monetário, pode contar com amigos ou emprestadores de dinheiro. Quem perde a autonomia emocional, por motivos vários, pode contar com o uso de medicamentos psiquiátricos e psicoterapias convencionais ou holísticas. Se ter autonomia é algo que nos acompanha desde a infância, mas tende a nos abandonar nos últimos anos de vida, é melhor pensar e repensar antecipadamente, nas consequências que a perda de autonomia pode nos trazer, elaborando estratégias de sobrevivência e superação, além de iniciar rapidamente vários procedimentos de autocuidado.

 

CONTROLANDO O INCONTROLÁVEL

 

Qualquer pessoa sente necessidade de estar em controle das situações por sobrevivência. É força de instinto lutar pela vida, eliminar as ameaças, contornar obstáculos, remover limitações, combater inimigos reais e imaginários, desconstruir conceitos dos outros, dominar territórios geográficos e emocionais, evitar repetição de eventos traumáticos, dar a última palavra ou demonstrar força em público. Porém, nem toda situação é controlável ou gerenciável, nem toda circunstância apresenta perigo real e nem todo evento é plenamente negativo. Há males que vem para o bem, perdas que se tornam ganhos, prejuízos de uns que beneficiam a outrem, atrasos que salvam vidas, trocas indesejadas que geram felicidade, tempo perdido que vira bestseller, discussões que trazem crescimento e mortes que provocam maturidade e crescimento pessoal de quem ficou. De tudo isso, resta o aprendizado sábio de que não se controla o incontrolável quando a caminhada é mais importante do que o caminho.

POLARIDADES OCULTAS

 Um problema esconde outros problemas. Uma pandemia esconde outras pandemias. Uma crise esconde outras crises. Uma decisão esconde outras decisões. Uma notícia esconde outras notícias. Uma negociação esconde outras negociações. Uma mentira esconde outras mentiras. Uma realidade esconde outras realidades. Uma intenção esconde outras intenções. Uma palavra esconde outras palavras. Um comportamento esconde outros comportamentos. Um mistério esconde outros mistérios.

Embora se diga que nada se esconde sob o Sol, há noites escuras após cada dia, após cada problema, cada pandemia, cada crise, cada decisão, cada notícia, cada negociação, cada mentira, cada realidade, cada intenção, cada palavra, cada comportamento e cada mistério. Tudo pode ser rastreado e hackeado, descoberto e revelado, denunciado e cobrado, mas também tudo por ser alterado e manipulado, corrigido e exagerado, subtraído e mascarado, multiplicado e reinventado. Este é o mundo das polaridades ocultas.

FRAGMENTOS DE UM POEMA PERDIDO

 

Faz tempo que a gente não se encontra. Há tanta coisa por dizer que até esqueci. Tanta coisa para compartilhar que nem sei mais o que é imprescindível. Tempo não, faz uma eternidade que você se foi, como se eu tivesse perdido minha importância e não fizesse mais falta a minha falta. Daquilo que sentia e virou navalha, faço questão de cicatrizar, mas daquilo que me adoçava e bebia aos canecos, dói não ter mais. O quarto já não é mais o mesmo, o coração mudou de música, a lágrima atrasada nem sabe para onde correr, coitada. Meus endereços de passado nada tem em comum com o que há de vir, foram selados e jogados no bueiro de meus medos, sem saber da existência dos mares. Meus endereços de futuro sonham novos destinatários. Sabe aquela roupa que eu vestia e você gostava? Doei...Sabe aquela palavra que era só nossa? Nunca mais será dita, pois era resultado de nossas línguas trançadas. Sabe o seu vazio? Confundiu-se com o que sobrou de mim. Faz tanto tempo, ou melhor, faz uma eternidade que a memória fossilizou seu nome... na retina de meus olhos.

 

A BOCA E A LÍNGUA

 

Na boca do mundo, o espaço planetário é pequeno, mesmo assim a língua briga com os dentes. Pela fala ardente feito pimenta, passam jatos de fogo de dragão. Pela fala esquecida dos poetas, a língua dorme. Pela voz inquieta das cobranças, salivam as imperfeições. Pela calma das mastigações, a fome se cala. Pela sede da respiração ofegante, a língua seca.

Morder a língua é resultado de julgamentos, de impropriedades e impropérios, de pressa, de intenções corruptas, de pensamentos sujos e sem propósitos, de excesso de fluxos raivosos. Dói tanto que os dentes se envergonham e a língua sangra, causando mal estar no ambiente. Uma hora os dentes e a língua entendem que precisam um do outro...e se harmonizam com pensamentos amorosos.

O QUE TURVA O CENÁRIO

 

As ruas estão sujas de sangue, derramado pelas diferenças. As águas estão sujas de toxinas do dinheiro vil. As mãos estão sujas de mucos, produzido pelo egoísmo. Os céus estão sujos, pela química de caminhos criminosos. As fronteiras estão sujas, pelo odor pútrido das ilegalidades. As músicas estão sujas, pela agenda irresponsável de seres desumanizados. A política está suja, pelas luzes que cegam. As rosas estão sujas, pela ganância dos poderosos. Os alimentos estão sujos, pelo desrespeito com a natureza. As mentes estão sujas, pela força das loucuras que doem. Só o coração dos garis está limpo, mas eles se encontram de férias do mundo.

 

CHÃO DO AMOR

 

De onde vem a paixão, o sonho, a felicidade, o sucesso, tem importância fundamental para a realização pessoal. Este espaço é mais importante do que a expressão externa de algo. É ali que surge a energia de manifestação, o impulso vital, ali se reúnem o macro e o micro numa dança existencial, ali se ensaiam os primeiros passos no chão do amor. O sopro dá partida para novos processos na lentidão da mansidão da imensidão. A existência não necessita de agendas, apenas se faz presente para realimentar as leis do universo que se organizam em processos variados ou infinitos. A energia de manifestação começa a tomar forma para atravessar a parede frágil da linha do tempo. A vida se permite sair do estado de glória e entrar no princípio da incerteza. Metas, propósitos, sonhos e sentido ali fazem morada. Felizes os que sabem seu endereço.

CONEXÃO E COINCIDÊNCIAS

 

Conexão não é coincidência. Se aceitamos a sincronicidade, aceitamos automaticamente a multidiversidade interconectada, recebemos muita energia em forma de informação, interagimos com o campo energético e através de micropartículas podemos construir algo. Conexão é levar e trazer o olhar certo, para cada circunstância, como única forma de estar presente. Conexão é levar a experiência além do tempo e do espaço, tornando-a eterna.

Coincidência é diferente. É prender-se a alguma distração, identificar-se com a aparência e narrar como verdade o que imaginou. Coincidência é aceitar o limitado ao pensar que se chegou no infinito, sem ter tempo de repensar. É sorrir de bobeira, achar que o tolo é mistério, contar vantagem para as paredes e ainda acreditar que ela ouviu. É o olhar errado, com valor diminuído. É abraçar o pouco e fazer questão de esquecer. Não me ganham as coincidências. Alimento as conexões.

MENTES DEPRIMIDAS

 

A mente de uma pessoa deprimida é fácil de ser lida. Ela deixou de acreditar no futuro e nas pessoas, deixou de acreditar na capacidade pessoal de realizar um sonho ou projeto pessoal, mas colocou tanta atenção e fé nesta visão limitante que até seus neurônios se cansaram da realidade e foram repousar no leito da apatia. Como passou muito tempo de sua existência se preocupando ou se ocupando da vida dos outros, sem obter retorno afetivo, sentiu o peso do que chamou de desamor, construindo no diálogo interior a certeza de que perdeu importância na vida das pessoas mais queridas. Cansou-se de não ser ouvida, de não ser considerada em seus comentários, de segurar a barra emocional dos adultos que antes tratava como incapazes de se cuidarem. Desgastou-se. Esgotou suas energias de superação e otimismo. Para ela, não vale a pena se importar, quando ninguém mais se importa, mesmo que isso não seja verdade. A mente distorceu-se no vazio das horas. A pessoa vai bem, a mente é que está deprimida.

SABEDORIA PARA BEM VIVER

 

Do passado eu uso a experiência e a atenção, do presente eu fico com a lucidez e a iniciativa, do futuro eu tomo a imaginação e a criatividade, do pai eu recolho os valores, da mãe eu recolho o amor incondicional, do individual eu fico com a energia das boas intenções, do coletivo eu evito fazer o que a maioria faz, da mente eu conto com a razão pura e simples, da emoção eu extraio os desejos do meu coração, do corpo eu utilizo a mobilidade incessante, do espírito eu me alimento com luz, do provisório eu abraço as oportunidades, do eterno eu conto com a tranquilidade, da morte eu aprendo a renascer todos os dias, da vida eu respiro a força que me mantém útil, de Deus eu absorvo todas as bênçãos possíveis ...e do nada eu me dissolvo com todo o meu tudo que nunca foi meu.

 

CICATRIZES NO ROSTO

 

Hoje busquei o que me faltava. Na verdade, queria mesmo era me reencontrar, saber se a manhã do amanhã me aguardaria perto de um violão. Queria visitar o vazio sem nele me desenhar, andar de navios sobre o papel carbono, soltar fogo pela pele fria e calar o que não se fala jamais. Foi por isso que não estava no chão o que eu procurava. Nem no corpo. O silêncio pediu pedras e com elas me feriu devagarinho nas correntes da noite. A verdade me apontou a estrada. A manhã prenunciou abandonos. O vazio despiu meias palavras. Os navios sonoros viraram pinturas na parede. O fogo apagou. O silêncio fugiu para o ninho. As pedras, nem sei quem atropelaram na noite escura. Mais um muro foi erguido por uma faca sem sonhos. O que falta ainda me dói ao longe. Agora procuro incessantemente pelo agora, assim não mais buscarei quem me faltava antes de ir embora.

 

MAMÍFEROS

 

Somos todos seres gregários, seres coletivos e comunitários, seres mamíferos que não vivem sozinhos por escolha. De galho em galho, de desejo em desejo, nossos olhos atentos se aproximam como quem nada quer ou se impõem no território para liderar o grupo. Quando, porém, acontece de perdermos o outro de vista, seja por circunstância ou descuido, seja por distração ou indiferença, esta perda de contato vira perda de conexão. Para os mamíferos hominídeos, perder a conexão com os outros, por tempo prolongado, é adoecer pelo vazio. O outro é um ser para desfrutar de convívio, para sentir-se vivo e funcional, para expressar emoções saudavelmente, para efetuar trocas afetivas e descobertas. Amamos clãs, gangs, times, equipes, sociedades, grupos, comunidades, pois deste convívio, aprendemos não só a conviver com as desumanidades, mas também com as humanidades de quem não sabe demonstrá-las com grandeza.

 

A SOMBRA DE CADA UM (2)

 

Não se pode negar que existam coisas ocultas, verdades pouco reveladas às multidões, conhecimentos sagrados que necessitam ser protegidos de mau uso. Não se nega também que muitas verdades sobre nós mesmos nunca são descobertas em vida, tamanha a complexidade do ser humano, tamanha a distração do mundo exterior, tamanha a força da ignorância diante daqueles que não querem ver. Se até a lua tem seu lado oculto, há que se preservar um dos lados de qualquer coisa ou criatura, para não se destruir a obra de forma irreversível como testemunha maior da criação. A sombra é parte do todo e como parte deve ser respeitada e incluída, mesmo sem ser revelada aos outros. Felizes os que a abraçam em sua integridade.

A SOMBRA DE CADA UM (1)

 

Não se pode negar que todos nós temos o lado sombra, o lado oculto ou misterioso, o lado que não nos deixa confortáveis em compartilhar com o mundo para não sermos julgados nem desprezados. Esse lado que não honramos como parte nossa por motivos de vergonha, ou por medo da insignificância que ele adicionaria às nossas percepções diante do mundo, é sempre guardado a sete chaves. Tal qual a sombra de nosso corpo criada pelo sol, ela é colocada atrás, ou no máximo à frente, jamais ao nosso lado a lado. Se nossa sombra fosse respeitada por nós, não haveria necessidade de mentirmos e omitirmos tanto nossas diferenças e particularidades.

Há uma exigência de perfeição e perfeccionismo no ar, uma cobrança de acertos contínuos, um instinto de sobrevivência diante das ameaças físicas, emocionais e silenciosas. Há uma sensação de se preservar a qualquer preço, sem ter que mostrar nossas características individuais, como se elas fossem fraquezas e defeitos que ninguém mais tem. Porém, nada se esconde sob o Sol, nem mesmo a nossa sombra interior, já que tudo está intimamente interconectado de forma energética.

ROSA E ESPINHOS

 

Hoje alguém me jogou espinhos. Confesso que não doeu, mas a mente bem que tentou torna-los uma tragédia, uma injustiça sem tamanho, uma semente de sofrimento e outras de ressentimento. Não dei ouvidos. Eram apenas espinhos, vindos de quem só tinha espinhos a oferecer naquele momento. Não dei julgamentos nem rótulos à pessoa que me lançou os espinhos, como se viessem de um animalzinho selvagem tentando se defender, no seu habitat que eu invadira. Hoje alguém me lançou espinhos. Não permiti em hipótese alguma que eles se transformassem em algo mais, pois eram apenas o que são, espinhos. Cuidadosamente os removi um a um, com mansidão no coração e nos dedos. Se não os valorizei, se não os aceitei, se não lhes dei importância e significância, eles não são meus. Mas confesso algo que passou pela minha cabeça enquanto os removia. Nunca tinha me sentido tão belo como as roseiras.

RECEBER

 

Receber pouco de quem se ama, na hora que mais precisamos, pode ser suficiente tanto quanto um bom dia. Receber o nada que acompanha o silêncio, pode ser muito para quem deseja ser preenchido. Receber o “sim” de uma amizade pode ser o “não” ao amor platônico e sublimado de sentimentos imaturos.

A balança nem se mexe de silêncio. O coração já nem bate sem amor. A risada disfarçada de amizade se arrebenta. Nas entranhas, precipícios são escadas. Imprecisa é a espera de outros beijos. Estão seguindo seus olhares pelas ruas onde passa.

Receber é a arte de se esvaziar, é matar a sede que se acometeu, é dançar os dentes no véu do sorriso, é pensar que é bom demais ser gratidão.

 

A FORÇA DO INEVITÁVEL

 

De nada adianta fugir do inevitável, pois ele corresponde ao processo universal mais perto de nossa realidade. Processos existem para proteger as descobertas, para fazer fluir o momento presente a ponto de descobrirmos que, o que chamamos de passado, nada mais são do que memórias, e o que chamamos de futuro, nada mais é do que imaginação fértil. Somente o presente é inevitável. Perdemos a vida se do presente fugimos. Perdemos a luz do dia se escolhemos a sombra do passado e do futuro. Nada ganhamos nas fugas, pois fazem parte da imaginação medrosa, da omissão deficiente, da perpetuação das suposições. O inevitável também pode ser uma surpresa agradável de evolução, um abraço silencioso do amor desapegado, um toque de pintura colorida, destacando-se na tela branca de nosso coração.

FATO E EMOÇÃO

 

Imagine uma catástrofe, uma epidemia, uma notícia fatídica ou uma perda irreparável. Diante delas você reagirá com todo o seu aparato emocional, destinando intensidade e drama desejados para cada um destes eventos, independente da gravidade. Mesmo sabendo que todos eles passarão na linha do tempo, mesmo adaptando-se a novas realidades ou circunstâncias, você continuará a ler a realidade pelos filtros da emoção. Agora pense comigo. Se a emoção determina como vou experienciar minha vida diante dos fatos, não importa o que aconteceu ou está acontecendo e sim como vou vivenciar emocionalmente este fato. Prova é que várias pessoas agem de maneira diferente diante de um mesmo acidente, um filho age diferente do irmão diante da separação matrimonial ou morte de seus pais, o que é solidão para uns é solitude para outros. A emoção tem muito a dizer na forma de estarmos no mundo, mas é a nossa consciência que vai determinar a transparência e os resultados de cada experiência, oferecidos pela vida sem tantas influências emocionais.

 

NEWSLETTER NOVEMBRO 2021

Entramos em uma nova fase, completamente diferente de tudo o que a gente viu, de Janeiro até agora. É a hora da virada energética, é a hora do tudo ou nada, de esperar o inesperado das pessoas. Bom para iniciar novas rotinas e check-ups de saúde, de ir para frente, de alugar aquela sala para iniciar sua nova atividade profissional, ou de renegociar a atual. Tempo de começar a agir de forma diferente, com menos medo e mais liberdade de investir no bem estar pessoal, tempo de mudar o visual e buscar empoderamento. Tempo de virar a mesa, decidir viver sua vida a seu modo segundo os seus valores. Você sentirá fortemente que tem o direito de discordar de quem lhe envolvia ou lhe influenciava muito, pois há uma energia de rebelião no coletivo. Se você é dono de empresa, alguns funcionários pedirão conta inesperadamente, movidos por uma força de transformação intensa que os encorajou a assumir mudanças e novos começos, uma energia rebelde contra as soluções adotadas.

As pessoas ignorantes serão deixadas de cabeça para baixo. As pessoas mais lúcidas estarão mais ambiciosas, correndo atrás do prejuízo da pandemia, exaustas, mas determinadas, loucas para sair do tensor coletivo de frustração, após passarem por reflexões silenciosas. Elas finalmente enxergaram os erros estratégicos recentes e são impulsionadas a se realinhar com a gratidão e a abundância. Há uma energia financeira dominante no ar. Até nos relacionamentos pessoais o fator financeiro vai falar alto. Algumas turbulências no mercado financeiro, devido ao redirecionamento dos investimentos em outras áreas. Aquecimento das negociações bancárias em sua agenda.

No plano emocional, luta pessoal entre controle e compaixão, com pequena oscilação ao decidir entre magoar o outro ou assumir minha felicidade. Sensações de querer ficar só para refletir mais, ou de ter sido deixado de lado por alguém importante, o que leva certas pessoas a quebrarem contratos de gentileza ou o exercício de diplomacia. Mês emocionalmente intenso. Aprenda a conter suas emoções e olhe mais para o aspecto técnico ou profissional das interações, ou seja, não leve emoções para sua empresa. Não deixe a ansiedade roubar sua energia de realização, encontre primeiro seu estado de harmonia e vá à luta confiante. O mar está para peixe em Novembro.

Benedito José estará em Passos-MG, nos dias 06 e 08 de Novembro, participando da Feira de Literatura FLIPASSOS com duas palestras “O LIVRO NOS TRANSPORTA” e “FONTES DE INSPIRAÇÃO”. Todos estão convidados a prestigiar mais este evento cultural da Prefeitura Municipal de Passos.

Nós, da família Bioplenitude, desejamos a todos vocês uma jornada de progresso e bem estar, com muito amor no coração, muita certeza no olhar, muita determinação nas mãos e uma vontade louca de receber e abraçar toda esta energia positiva que se aproxima. Sejam vocês a novidade que aguardam do mundo!!!

 

POR ESSA NINGUÉM ESPERAVA

 

Nos últimos anos uma palavra tomou conta das pessoas no mundo inteiro. Cada um agora se acha no direito de validar a própria NARRATIVA sobre como vê o mundo. Parece uma nova ideologia sendo construída pelo descontentamento que cada pessoa sente pela outra, uma nova guerra mundial de palavras onde o conteúdo fala mais alto do que o contexto. Se todos estivessem dentro do mesmo barco, seria algo como se ninguém se preocupasse com o curso que estão seguindo, como se ignorassem quem pode ajudar e quem não pode caso surjam as tempestades, algo como se ninguém se desse conta dos riscos que o barco está correndo. Nada parece estar errado para quem se acha certo o tempo inteiro, para quem a única bússola se chama ego. Estão sustentando a própria impaciência de chegar a algum lugar utópico, sem se darem conta do barco em que estão. É uma geração de apressados sem conhecimento dos processos, sem convivência íntima com a experiência, sujeitos a deletar a realidade. Estão brincando de computador com suas vidas. Então prepare-se para viver num mundo onde o normal será o caótico.

 

LÁGRIMAS

Quem ama, chora...e aquela lágrima não é uma gota, é do tamanho de um oceano de amor que não se define por ela quando cai. Quem chora de dor, ama a si mesmo por demasiado e sem se dar conta de que chora por não se achar merecedor.  Penso que toda lágrima transcende palavras, resvala na emoção e desagua na alucinação. O próprio corpo se encarrega de se purificar, enquanto a mente dramatiza o óbvio. Lágrimas não tem tempo nem data de vencimento, não tem bordas nem selo de qualidade, não tem perfume nem preço. Lágrima é um estado de confusão entre o que se quer e o que se perdeu. Lágrima só tem um rumo, para baixo, mesmo que o braço a espalhe de lado ou um lencinho a beba sedento de função. O som da lágrima não é o choro, é o grito do ego ou o silêncio do desamor. Ela sempre cai devagarinho, não consegue ser brusca, nem na pele mais pêssego nem na estranheza do botox. Afasta os cílios com as mãos, observa e estuda sua trajetória, mas se deixa levar a esmo, empurrada pela outra lágrima que vem logo atrás. Lágrimas desconhecem a inquietude das horas, caindo a qualquer momento e em qualquer lugar, se for solicitada. Lágrimas conhecem apenas uma coisa. Conhecem o amor.

CALAR

 

Você tem o direito de ficar calado ou TUDO o que falar será usado contra você. Estas palavras são ditas nos momentos de prisão de um suspeito. Em alguns países você é inocente até que provem ao contrário, em outros cantos você já é considerado culpado até que prove ser inocente. Toda contradição denuncia a existência de protetorados, protegidos, isentos, beneficiados, utilizando uma balança simbólica chamada justiça. Dentre tantas utopias e distopias, existe um conceito fraco apelidado carinhosamente de justiça social. Você tem o direito de ficar calado em casa ou TUDO o que disser será usado contra você. Estas palavras não são ditas em momentos de discussões entre casais, mas deveriam. Em algumas famílias alguém é inocente até que prove o contrário, em outras casas alguém já é considerado culpado sem o direito de provar ser inocente. Toda discussão familiar denuncia a inexistência de diálogo aberto, integridade transparente, respeito pelos direitos dos outros. Dentre tantas terapias e intervenções, existe um conceito apelidado carinhosamente de resgate do direito de existir.

FÉ CORAJOSA

 

Existe fé água morna e fé requentada, fé oportunista e fé circunstancial, fé negociada e fé comprada. Existe fé cega e fé curiosa, fé fraca e fé desanimada, fé dadivosa e fé duvidosa. Muitas outras também se manifestam na calada das horas e nos templos, mas entre todas, a fé corajosa é a mais robusta. Ela alimenta a confiança silenciosa e aprende lições importantes durante as tempestades. Ela fica de espreita para colher os frutos da oração, sabendo esperar a recompensa por ter apostado no potencial energético do universo. Ela mantém o lobo longe de sua porta, pois aprendeu a se precaver contra o pessimismo. A fé corajosa não precisa de garantias nem de se arriscar diante dos incrédulos de plantão. Ela brota do coração, feito grotão tímido a esconder todo um lençol freático revigorante. Ela sabe brotar antes de conhecer a paisagem. É fé que não se ensina. Apenas acontece.

 

MUNDO FAKE

 

Como encontrar a normalidade, se a escondemos. Como reencontrar o normal, se o substituímos por fake News, influencers, likes, ostentação, botox, self, celulares, mídia social viciante. Se a escondemos por força de hábito, nos ocuparemos com coisas vazias que acentuem cada vez mais o vazio pessoal. Há certas coisas que não conseguimos esconder de nós mesmos, tais como a carência emocional, o desejo sexual, o desamor, a solidão, a ansiedade, o pânico. Experienciando um mundo falso e escravizante, acreditaremos apenas nele e nos sentiremos inadequados ao que nos engana como sendo realidade. A vida é vasta demais para caber numa tela de iphone. O coração é grandioso demais para ser desaquecido ou trocado por palavras curtas. A inteligência é preciosa demais para ser esquecida e desprestigiada por conhecimentos inúteis. O Espírito Humano é guerreiro demais para ser treinado apenas para o entretenimento manipulado por algoritmos. O normal está em casa, principalmente quando estranhamos aqueles com quem convivemos.

DAS PROFUNDEZAS DO SER

 

 

Se soubéssemos a importância dos seres humanos no contexto universal, teríamos mais cuidado uns com os outros. Embora algumas raças se dizem os escolhidos por Deus, outras se considerem superiores pela cor da pele, outras se impõem sobre as demais devido à força bélica ou econômica de seus governos, no leito de um hospital ou a sete palmos de terra todos se igualam em seu destino.

Somente aqueles seres que decidem expandir seus conhecimentos, sem se apegar a eles, podem se capacitar a expandir seu entendimento da vastidão do universo. Somente aqueles que aceitam as complexidades e o brilho da construção e da ordem cósmicas, poderão abrir espaço para a espiritualidade como parte inerente desta construção. Somente aqueles que se permitem conectar com esta espiritualidade, em sua interioridade, podem perceber a presença divina como consciência que se reparte em muitas criaturas e neles mesmos. Quem fica apenas com o concreto, acaba no chão.

A tomada de consciência de que somos esta mesma consciência, encontrada em todas as criaturas, provoca em nós um exercício de reflexão sobre a importância dos seres humanos no processo singular da vida, e sobre a desimportância de nossas construções mentais sobre nossa superioridade ilusória.

Nesta etapa de entendimento abrimos espaço para a existência da alma e só dentro deste entendimento é que nos enxergamos parte de um processo infinito e interminável de não existência expansiva. Mergulhados nas profundezas do ser, uma outra dimensão se faz presente em cada respiração, em cada momento, em cada movimento, em cada grandeza imensurável a que fomos destinados. Após tal mergulho, simplesmente somos.

JAZ

 

Somos criaturas líquidas andantes. Hospedeiros para tudo o que for vivo e conseguir se aliar à nossa alimentação como veículo de transporte. Somos o vazio ambulante que preenche todos os espaços entre as células do corpo, apesar dos pesares e das distrações. Somos criaturas líquidas que se solidificam pela paixão à matéria, se vaporizam pelo efeito do abandono, mas se eternizam pelas cores da alma. Somos páginas brancas à espera da caneta do destino, bula sem remédio, trilhas sem rumo, alicerce sem casa. Somos o vazio pleno de ilusão, cheio de sonhos possíveis e impossibilitados pela própria limitação, repleto de fantasia e imaginação. Com nome ou sem nome, nos braços da fama ou nas mãos da insignificância, pereceremos da mesma forma. Em nós, jaz.

 

O MISTÉRIO

 

O mistério nos parece um constante desafio, uma provocação para sairmos do foco em si e mergulharmos no desconhecido com muita fome de saber. O desconhecido pode vir a se tornar conhecido, mas o mistério nunca deixará de ser mistério, pois esconde sua essência com camadas e camadas de transcendência. Se fractais se repetem, se o mar não se cansa de produzir ondas, se o infinitamente pequeno reflete a estrutura inerente ao infinitamente grande, esta infinitude não tem planos de se tornar finita. O mistério sempre será um convite de movimentos, um promotor de eventos, nunca o evento em si. Nosso maior erro consiste em querer desvendar o mistério, ao fragmentá-lo em tirinhas de conhecimento. Saber a fórmula da água não mata a sua sede, assim como o mapa não é o território. A árvore do conhecimento, da qual mordemos suas maçãs diariamente, não está no Eden. Quem está no Eden é a árvore da vida. O mistério está sempre do lado de lá.

EMOÇÃO E PROTEÇÃO

 

Toda emoção expressa na experiência humana esconde um movimento interno de proteção. Nossa alma é tão poderosa e imensa, maior do que nosso corpo, que a ela não é necessário controlar nada, apenas proteger nossa essência contra as distorções da mente e as incongruências do mundo. Ela nos protege quando julgamos ou somos julgados, quando discutimos ou colocamos rótulos nas circunstâncias, quando agimos com medo daquilo que nos ameaça. Ela nos protege quando uma interpretação errada permite que as emoções tomem controle de nossas decisões e sejam anexadas à cada experiência. Nossa alma está super antenada no que experienciamos a todo instante e se comunica conosco através desta forma velada de proteção. A alma tem sua sabedoria e com ela nos protege contra as distorções do amor.

 

EM BUSCA DA ESPERANÇA (2)

Atribuímos o conceito de esperança a objetos, pessoas, entidades, rituais, cultos, localidades, livros, dinheiro, trabalho voluntário, como se nossos recursos pessoais e liberdade tivessem que ser barganhados para obtê-la. A esperança é o buraco da agulha. Para vê-la em forma humana, multidões se acotovelam, soldados se esquecem das fardas, títulos profissionais derramam a mesma lágrima, valendo tudo para tocá-la com as mãos sem se dar conta de que é o conceito que estão tocando. Aquilo ou Aquele que incorpora a esperança teve que renunciar-se para mantê-la viva como chama. A esperança nunca se cansa.

EM BUSCA DA ESPERANÇA (1)

 

A humanidade é um fluxo de energia, contida num corpo, em busca de esperança, sem defini-la como transformação, acolhimento, pertencimento, entrega ou amor. Sem esperança não se completa, não se encerra uma existência sem aguardar ou desejar socorro vindo de não sabemos onde. A esperança nos aponta a única porta, fora da ilusão. Como a ilusão é dolorida, dela tentamos escapar sem critérios, mesmo que para tal sigamos alguma ordem preestabelecida por outros humanos. Como a ilusão é passageira, dela tentamos nos aproximar com intensidade danosa ao próprio crescimento, na esperança de tocar a esperança com as mãos.

VIDA BRAZILIANA

 

O nível de consciência da maioria dos brasileiros tem mentalidade ou mind set de adolescente (meu corpo, minha mina, meu time, meu prazer, minha vez, minha opinião). Ele precisa se deparar com o “não saber” suas respostas se quiser aprender a ver o outro como parte do seu mundo, para então aprender a lógica da responsabilidade social e tomar consciência de que o que acontece a uma pessoa recai sobre todas as outras. Enquanto não mudar seu olhar externo para seu interior, enquanto não se dar conta de que a vida sem propósitos é vida vazia, enquanto não dar sentido para suas decisões, enquanto não lembrar que possui alma e coração para se comunicar com a espiritualidade, o nível de consciência vai permanecer aonde não deveria. Se chamamos adolescentes de aborrecentes, dá prá ver como os brasileiros andam aborrecendo uns aos outros com imaturidade, falta de responsabilidade e falta de empatia.

O BRASIL DO BRAZIL

 

Todas as energias de todas as cores, em celebração do que pedir por celebração. Vale ritualizar todas as escolhas dentro da miscigenação cultural. Permissividade energética acima da moral e dos bons costumes. Tudo é expressão do movimento autorizado pelos indivíduos, sem nexo coletivo, sem laço existencial, sem ponto final. Tudo é vírgula do destino, venha de onde vier, o que vale é a ilusão inconsequente de ter feito para se sentir vivo. Beleza estética dos avessos. Alfabetização dos rabiscos. Elegia da dependência como regra básica dos exercícios de poder. Exploração do absurdo com pincéis cadenciados ao som de tambores, sob a testemunha dos rebolados graciosos. A fome como pano de fundo para justificar a libertinagem das ideias. Onde a lua solta os gatos e gatunos e gatilhos numa canção para a morte. Onde o sol libera raios de esperança e fé e torcida em contradança para a vida. Ser do contra é arte e respiração. A água que se bebe tem cheiro de dinheiro e gosto de escassez. Onírico é o lema da bandeira. Buracos na alma e no asfalto nunca impedem a procissão dos protestos invalidados. Com s ou com z, a nação resiste.

 

 

 

 

LÓGICA PESSOAL

 

Quando você define sua lógica, você escapa do controle autoritário, tornando-se mais responsável por suas escolhas. Seria algo como encontrar seu prumo, sua melhor versão e sua forma de se expressar no mundo sem tantos contratempos ou resistências. Ter a própria lógica de viver consiste em sentir-se confortável na própria pele, movendo-se entre as pessoas diferentes sem ter que comprar uma briga por dia, sem ter que atropelar alguém diariamente com palavras ferinas. Aumenta a auto confiança, o amor próprio, a assertividade e ainda se aprende gestão de imagem. Ter a própria lógica não significa ser dono da verdade, mas sim existir em sincronicidade com a própria essência, com seus propósitos de vida baseados nos desejos do coração e no próprio nível de consciência.

 

CONSTELAÇÃO E TERAPIA DOS BARBANTES

 

A Terapia dos Barbantes é um campo energético de trabalho terapêutico que pode complementar os estudos dos profissionais de Constelação Familiar Sistêmica. A diferença entre a Constelação e os Barbantes é que nosso campo permite a visita por vários aspectos da mente, incluindo o Ser, a Essência, a Alma, a Supraconsciência, além do Inconsciente e do Subconsciente. O cliente não precisa reviver ou realimentar o campo com os dramas vividos e emaranhamentos familiares, porque o campo já conhece tudo e é voltado para a dissolução deles.

Assim como na Constelação o campo da Terapia dos Barbantes também é vivo, inteligente, mas ele trabalha com a Espiritualidade e não apenas com os ancestrais. É uma técnica voltada para a expansão e o despertar de Consciência. Nós não trabalhamos com o conceito de cura, nós alcançamos níveis mais elevados de percepção e consciência para dissolver as causas dos desequilíbrios humanos. Constatando que a consciência em expansão permite a ressignificação energética, tudo se rearranja em novas experiências mais saudáveis de vida.

CRISE PESSOAL

 

Crise pessoal é sinal de mudança do eixo de pensamento, mesmo que seja infinita e intensa enquanto dure. Crise é vácuo atraído para que se pense, se crie, se construa algo diferente. Crise é algo pré-existente, consciente ou inconscientemente e ela dá os seus sinais para quem quer vê-la se aproximando. Crise pessoal é reajuste de percepções em nome de carências e necessidades básicas, em nome da espera de quem se esqueceu da iniciativa, em nome das manhas e birras do coração apequenado. O inventário das crises revela o caminho percorrido com vendas nos olhos, o quanto deixamos de investigar, o quanto confundimos adaptação com acomodação. Sua lista infindável, de reclamações tóxicas, embriaga até os olhares. A crise é resposta do mau aluno, aviso que não é lido, bolo cru quando o gás acabou. Ainda bem que pensamento se muda.

 

SIMPLICIDADE E COMPLEXIDADE

 

Toda complexidade estimula a possibilidade de erros. A natureza, por ser complexa, aceita trabalhar sempre com tentativas e erros. Não só a natureza, mas também as ciências, o capitalismo, os remédios farmacológicos, a arte, cada um a seu modo. É pela tentativa que se chega a algum lugar, a algum conceito, alguma confirmação. É pelo erro que se ganha consciência do que não se deve fazer, se quiser obter resultados melhores. O jogo sequencial de tentativas e erros nos leva ao aperfeiçoamento pela coleta de dados, nos leva ao exercício profundo da racionalização e da criatividade. Se não fossem tão estigmatizados, os erros seriam os melhores professores para quem tem mais de dois neurônios. Já a simplicidade, recebeu a coroa e o cetro de quem adora sentar-se no trono, seja para meditar, seja para poupar-se energeticamente ou para fazer nada.

A VELOCIDADE

 

Quando a velocidade dos acontecimentos em nossa vida se torna baixa, ondas de tédio se conformam com a zona de conforto e, facilmente, nos prendemos a algo ou alguém. Há uma acomodação dos desejos que foram pacificados pela força da frustração, uma desistência de validar qualquer esforço ou mudança, uma justificação das inércias.

Quando a velocidade dos acontecimentos em nossa vida se acelera, a ansiedade nos coloca em condições de nos multiplicar para dar conta de tudo, forçando-nos a interagir de forma diferente com as pessoas ao nosso redor. Sem perceber, ressignificamos a palavra relacionamento, testando seus fundamentos e crenças. Sem perceber, somos lançados nas profundezas do mar revolto, de nossas carências mal atendidas, pois, sob o impacto da velocidade, a gente se solta de tudo o que não vale a pena ou não tem raiz.

 

RENASCER

 

Do alto de meu apartamento, observo dezenas de pessoas contemplando o lindo pôr do sol e deixando o lixo feio no local. Olhar o nascer e o pôr do sol, todos os dias, não nos garante renascer junto. Os olhos podem estar mais cansados, os dias podem ser mais longos numa dada estação, a foto ou o self foi tirado para ser esquecido, não importa. Se não fizermos auto análise e investigação do que seja mais importante para nós, não renasceremos. Se no final de cada dia, eu conseguir compartilhar alguma experiência positiva minha, vivida naquele dia, então poderei saber que minha vida está fazendo diferença na comunidade onde vivo, pois minha nova estória é um renascimento em si, além de ter pessoas suficientes em meu convívio para me escutar com atenção. Assim como a borboleta deixa o casulo, a serpente troca de pele, o passarinho deixa o ninho, assim também precisamos trocar de tempo, largar do passado que aprisiona e contemplar o aqui-agora que liberta para novas descobertas. Só assim renascemos.

SEITA MIDIÁTICA

 

A mídia internacional virou seita. Ela controla a informação, distribui desinformação intencionalmente, controla seus colaboradores e seguidores determinando o que eles devem falar e fazer, espiona autoridades e destrói a reputação deles, acusando os outros de fazerem exatamente o que ela faz dentro de uma abordagem ultra negacionista. A mídia quer o culto a personalidade de si mesma. Ela compreendeu que vivemos uma guerra de comunicação e dá uma boiada para não sair dela. Deixou de ser o cérebro da sociedade para ser seus intestinos. Deixou de entretê-los e passou a aterroriza-los. Colocou-se a serviço de hostes draconianas invisíveis e mandou exorcizar os jornalistas dissidentes. A mídia caiu abaixo da média de tanto vomitar absurdos.

 

UMA MOEDA DIFERENTE

 

Se amor fosse nossa única moeda de trocas, nem todo rico seria rico e nem todo pobre seria pobre. O mundo seria outro, quem sabe até seria chamado de paraíso. Qualquer pessoa gostaria de pagar suas dívidas com prazer, não haveria lugar para escassez, as pessoas se abasteceriam com energia. As lágrimas não seriam apenas de tristeza no canto interior dos olhos, elas deslizariam solenes do meio dos olhos expressando alegria ou da beirada do olho expressando alguma libertação de conteúdo da alma. As crenças pessoais seriam determinantes da escolha entre estados de tensão e estados de luz. O abandono seria varrido da face da Terra e as farmácias fechariam, pois, saúde passaria a ser a medida exata de quanto amor cada corpo acumularia ou seria capaz de expressar.

 

ESSA TAL DIVERSIDADE

 

Nem todos estão preparados para lidar com a diversidade, muito embora muitos a queiram e poucos saibam que ela nos exige cuidados. Quando vivemos numa época de excesso de informações, sem a consciência deste cuidado dedicado a todos, resta-nos um campo fértil para conflito de opiniões. A diversidade existe para unir, não para separar, ela existe para revelar o infinito nas pequenas coisas e relações, existe para abrir portas de conhecimento e sabedoria a quem olhar para ela com atenção e compaixão.

Se a diversidade era uma oportunidade de discordar para quem pouco dela sabe, agora é um poço de recursos e de enriquecimento para quem mudou seu olhar e resolveu compartilhar muitos aspectos daquilo que está vivendo, onde cada conversa torna-se um exercício ou fluxo de amor. As palavras podem ser preenchidas por amor e saírem do coração para o mundo, sem pedir nada em troca, de forma consciente de que há energia nelas. Quando o olhar para a diversidade é saudável, ele permite que enxerguemos milhares de pontos de vista.

VONTADE E SENTIMENTO

 

Na vida exterior a gente acredita que, para manifestar algo, precisamos "fazer" ou repetir ou seguir certas instruções. Na Terapia dos Barbantes, a gente ativa a energia de manifestação no coração. Temos desejos da mente (mundanos, materiais, coisas pra provarmos algo ao mundo, cobranças dos outros, influência de outras pessoas), mas temos também desejos do coração (algo que nos faz melhores, nos faz crescer, ajuda e inclui mais pessoas como beneficiários, algo de caráter altruísta por essência como manifestação de amor, algo que atende nossos propósitos de alma ou de vida). Na Terapia dos Barbantes, após sessão, não há nenhuma orientação a seguir ou a fazer. O que devemos clarear na integração é esta nova abordagem incluindo o coração, onde o cliente pode se perguntar o que espera ganhar se realizar ou manifestar aquele desejo, checando se tem sentimento nele ou se é apenas uma vontade da mente.

 

A NOVA LEI DO MUNDO

Seja consciente.

Seja mais consciente de sua breve existência aqui na Terra.

Seja mais consciente do poder do amor em suas manifestações.

Seja mais consciente de sua contribuição evolucionária.

Seja mais consciente das forças que movem o aqui-agora.

Seja mais consciente daquilo que não se vê com os olhos, mas existe.

Seja mais consciente das suas duas metades, a humana e a divina.

Seja o que se é.

 

VOCÊ NÃO ESTÁ SORRINDO!

Nunca se leve muito a sério, pois a vida requer muitas risadas. Ria de si, ria para os outros, ria sem motivos, conjugue o verbo rir sem ponto final. Prestigie os comediantes, os contadores de piadas nos churrascos, as crianças de 2 anos, o humor escrachado. Mostre o piano dos dentes, os oitenta músculos necessários ao sorriso e ria com os olhos sempre que puder. Pense coisas engraçadas, leia estórias e livros com final feliz, faça coisas divertidas, sinta mais alegrias pela lei da atração. Agradeça o prazer do contentamento, cultive gestos de felicidade, abrace o sol, dance como se ninguém estivesse olhando. Zombe da seriedade, adicione graça a tudo o que for sem graça. Agrade mais a si mesma, celebre as pequenas conquistas com júbilo, afinal a vida prefere ter o deleite estampado no rosto do que aquilo que nem merece ser citado aqui. Mesmo se achar brega, pregue na parede do quarto a frase “você não está sorrindo!”.

 

 

UM INIMIGO AO ALCANCE DAS MÃOS

O celular está roubando dos adolescentes a capacidade de pensar e nutrir os próprios pensamentos, bem como o aprendizado de como lidar com eles e com as próprias emoções. Mais e mais adolescentes não sabem o que pensar nem o que fazer com as dúvidas, a insegurança pessoal, as modificações do corpo em desenvolvimento, as cantadas dos adultos, o excesso de informações contraditórias, o estresse escolar, a popularização descontrolada do uso de drogas, as críticas dos amigos, o bullying digital, a ameaça real de suicídio. Mais e mais confusão, gerando conflitos gigantes que, aos olhos de um adulto, parecem simples de serem resolvidos, mas para eles não são e realmente não sabem o que fazer. Este não saber os leva à falsa impressão de terem apenas uma saída, na maioria das vezes, a saída errada que os prejudiquem e deixem marcas traumáticas para o resto de suas vidas. Os celulares se tornaram um gatilho potente para destruir a saúde mental dos adolescentes. O inimigo entrou dentro de nossas casas.

A TECNOLOGIA DE MASSA

 

Tudo o que acontece à Terra, acontecerá aos filhos da Terra”, diziam os líderes indígenas antigos nos Estados Unidos. Parafraseando, hoje eu digo “Tudo o que acontece aos computadores, acontecerá aos seus usuários”. Pouco nos conhecemos como pessoas, como seres humanos individuais, mal sabendo quem somos por falta de interesse e por preferir as distrações do mundo. Logo pagaremos o preço por esta omissão. A tecnologia evoluiu tanto nas últimas décadas e vai continuar evoluindo tão aceleradamente, que hoje em dia um computador sabe mais de nosso gosto preferencial do que nós mesmos. A coisa não para por aqui. Memórias serão apagadas (deleted) de nossa mente sem nosso conhecimento. Crenças serão baixadas (downloaded) em nossa mente sem a nossa consciência. O marketing de neurociências escolherá por nós a roupa ou o alimento a ser comprado. Seremos hackeados pelos governos em cada passo dado e em cada olhar que se movimentar na direção de algo. Nem foi preciso nos tornar cyborgs, pois agora somos seres cibernéticos vivendo numa economia cibernética, sendo hipnotizados ciberneticamente a cada segundo de vida. Resta-nos um único alerta. Conheça a ti mesmo antes que seja tarde.

 

CRENÇA E REALIDADE

 

 Há certas coisas que não podemos convencer as pessoas de que existam. Elas devem estar prontas por si mesmas para aceitar uma ideia radical, revolucionária, ou uma quebra de paradigmas. Se a nova ideia ou mesmo um velho conceito forem questionados pelas ciências, ainda assim se deve perguntar qual área daquela ciência está opinando por outra menos desenvolvida. Se a ideia é documentada por outras civilizações antigas, deve-se admitir as limitações de recursos ou de entendimento daquela época para interpretar o que estava centenas de eras adiante deles para ser assimilada. Se a ideia é totalmente desafiante para as crenças religiosas de alguém, deve-se considerar o que irão perder se abraçarem o novo conhecimento que se revela diante dos próprios olhos. Nem tudo o que existe, só passa a existir quando alguém nisso acredita ou pode comprovar cientificamente sua realidade. Os poderosos de certas civilizações possuem interesses pessoais capazes de neutralizar ou desacreditar certas áreas de conhecimento. Governos ideológicos modificam a história oficial para se sustentarem no poder. No fim das contas, cada um acredita no que quer, pois é comprometedor acreditarmos em quem se diz ser dono da verdade.