segunda-feira, 29 de setembro de 2014

A BARCA DA VERDADE


Em tudo o que fazemos, desejamos o encontro com a verdade que nos apoie ou a verdade que não doa muito, pois se doer dela fugiremos. A verdade quando revelada é para sua libertação e não para servir de crença ou muleta religiosa e espiritual. A verdade é um feixe luminoso lançado sobre a escuridão de nossa inconsciência e essa luz se move constantemente para outros cantos e outros ângulos da realidade.


Quando ela nos revela alguma incongruência ou falta de coerência é porque estamos fragmentados por alguma crença, estamos partidos em um conjunto específico de afirmações teóricas que nem sempre são passíveis de demonstração na hora que desejarmos. A crença nos prende. A verdade nos liberta para outros olhares desapegados, para outras paisagens interiores, para outros céus e mares nunca antes navegados.

sábado, 27 de setembro de 2014

SEMEADURA


Neste momento convido você a refletir comigo sobre o que de bom nasceu em cada um de nós desde que nos entendemos por gente, desde que aprendemos a aprender e a discernir o bem do mal. Nunca é tarde para entender nossa existência passageira aqui na Terra como a de um jardineiro responsável pela própria semeadura.

Para definir o bem e o bom basta filtrar as atividades onde não existiu egoísmo e floresceu amor ou compaixão, onde se respeitou a vida e aos outros, onde se viveu em harmonia e colaboração, onde houve cuidado e consciência.

Será que eu fiz alguém sorrir na hora do desespero? Será que eu partilhei a palavra certa quando alguém mais precisava? Será que eu estive presente com aqueles que se sentiram abandonados? Será que eu plantei sementes de caridade, de ternura, de amor e de paz? Será que eu valorizei e respeitei o outro? Será que eu defendi a vida e a natureza? Será que eu fiz melhor a vida das pessoas? Será que eu conquistei muitas amizades como fruto de meu trabalho ou de minha dedicação? Será que eu fiz diferença positiva em ambientes conturbados ou em situações conflituosas? Será que eu fui justo e verdadeiro? Será que eu ajudei alguém a realizar o sonho dele? Será que retribuí amor a quem tanto me amou? Será que eu soube agradecer a quem devia? Será que fiz alguma obra ou atividade que ficará como meu legado positivo aqui na Terra? Será que eu soube ser ou ouvir  o outro? Será que eu soube ser luz?



sexta-feira, 26 de setembro de 2014

CONSCIÊNCIA E TREINAMENTO


Toda vez que se aplica um treinamento em alguém, seja de cunho religioso, político ou filosófico, busca-se a mudança prática de paradigmas e de posicionamentos condicionados, ou seja, muda-se de um condicionamento para outro. Quanto mais treinamento se dá, mais fidelidade ou fanatismo se exerce sobre a pessoa dentro da nova visão condicionada.

Vemos isso em treinamentos de guerrilheiros, de terroristas, de políticos de esquerda e de extrema direita, de pastores religiosos e de frequentadores de cultos. Vemos também este fato em atividades de entidades fraternas. Para resumir, os treinamentos estão presentes com mãos de ferro na política, na religião e no militarismo, já que todo ser humano busca as formas de poder e de controle sobre os demais.





quinta-feira, 25 de setembro de 2014

PROFISSÃO E ATIVIDADES


Falta prazer ao realizar atividades profissionais em muita gente porque falta paixão pelo que se faz. Antes de escolhermos uma profissão para o sustento financeiro, é preciso escolher também outras atividades, profissão ou não, que venham completar o ciclo de produtividade e criatividade que o cérebro humano exige para produzir todas as substâncias bioquímicas do bem estar.


Tais atividades paralelas darão vazão à alegria, relaxarão as tensões e o peso da responsabilidade, estarão em contato direto com a beleza e o reconhecimento, melhorarão a autoestima e estimularão novas ideias e caminhos de expressão pessoal. Não é a profissão escolhida para o financeiro que vai trazer alegria. São as atividades paralelas.


quarta-feira, 24 de setembro de 2014

O LADO ERRADO DA SITUAÇÃO


Toda situação tem três lados, como as moedas, e mais algumas possibilidades que os complementem em caso de adaptação a novas circunstâncias. O lado certo não pode ser eterno já que tudo muda constantemente. Se o lado certo crescer em apoio, vai sofrer influências deste apoio que podem um dia se tornar comprometedoras, sofrendo desvio para o lado errado.

O lado errado é aquele que não respeita maioria, não aceita sugestões, abusa de poder, mente descaradamente, incentiva desvios e corrupção, não representa aqueles que os elegeram, buscando toda forma de apoio e compra de influências políticas e jurídicas. O lado errado nunca será o certo, muito embora poderá prevalecer por muitas décadas dentro de uma ditadura.


O lado independente é o terceiro lado das situações, a terceira via. Constituído por pessoas pensantes, funciona como pêndulo mediador dos pesos políticos atuantes. A terceira via atua com flexibilidade, com redistribuição de responsabilidades, com o desenvolvimento da consciência coletiva e com os conceitos práticos de sustentabilidade, reorganizando a trama política que se enfraqueceu pelo uso fanático das ideologias existentes. A terceira via é uma ameaça aos partidos instituídos pela fisiologia ou pelos banqueiros internacionais. Daí o tamanho exagerado de críticas sobre os independentes.


terça-feira, 23 de setembro de 2014

SOBRE COISAS, PESSOAS E MEMÓRIAS


Quantas coisas na vida existem primeiro ou nascem lá fora e só depois passam a ter vida dentro de nós. Nosso interior tem o poder de tornar vivas as coisas que nasceram soltas ou pessoas. A capacidade de arquivar memórias é o recurso mais utilizável para eternizar tudo aquilo a que ou a quem demos importância ou abrimos espaço em nosso coração emocional. Pode ser uma paisagem, uma interação, um objeto ou uma palavra inesperada. Pode ser um suspiro, um desejo, um calor ou um devaneio. Pode ser uma essência, um aroma, um som ou uma substância. Somos nós quem damos vida aos sopros que um dia nos alcançaram, aleatoriamente sem a intenção de ficarem conosco por mais um tempo. Somos nós que eternizamos o perene e o vulnerável. Somos nós que nos eternizamos através de coisas e pessoas e memórias.


segunda-feira, 22 de setembro de 2014

REMOÇÃO DE PADRÕES DE COMPORTAMENTO


Cada padrão de comportamento tem um passado e um futuro. Cada emoção disponível no nosso interior é uma canção armazenada nos estúdios do coração. Cada pensamento que surge é uma nota musical que vai ser sequenciada de acordo com os padrões de comportamento mais fortes e mais repetidos em sua vida. Tais padrões serão determinantes no surgimento de doenças no corpo de várias pessoas de uma mesma família. Eles determinam o fluxo de pensamentos e emoções correspondentes para impedir a quebra destas estruturas enraizadas que ditam como vamos responder às situações e às pessoas. O que muitas vezes não sabemos é que estas raízes não são profundas nem verticais. Elas podem ser removidas simplesmente pela observação e consciência de sua construção mental.


domingo, 21 de setembro de 2014

AUTO DOMÍNIO


Tudo o que você passa a compreender melhor torna-se mais fácil de se desapegar. Isso se chama consciência. Ao entender os seus hábitos e vícios, desde o mecanismo de ativação até os efeitos buscados naquela escolha, esta observação abre espaço para outros aspectos do ser e gera energia psíquica para reverter o processo. Este espaço passa a ser preenchido pela consciência de outras possibilidades, pela ausência de julgamento, pelo amor por si mesmo, pela decisão de permitir novas experiências. Novos pensamentos despertam novas sensações físicas e novas emoções. Pouco a pouco vai se descobrindo um universo interior preenchido por muita sabedoria, por todas as respostas que você necessita e por muita clareza. A voz interior mudou de ruídos para uma sinfonia de aspectos da verdade.


sexta-feira, 19 de setembro de 2014

A ALMA DO MOMENTO


Cada momento é único. Faz sentido que cada momento peça por coisas diferentes em sua unicidade. Faz sentido que nem sempre o momento vai querer o que tivermos para lhe dar ou para projetar nele. Faz sentido que nem sempre o momento vai querer continuar em nossa zona de conforto, pois sua função é atrair mais vida em movimento.


Vida parada, rotineira, na zona confortável gera doenças existenciais. A vida sustenta os ciclos e nos cura a partir do momento em que nos dispusermos a fazer coisas novas, a arriscar, a aprender, a incluir outras possibilidades de interação, a apagar o passado e dar uma nova chance a quem não soube usá-la em nossos relacionamentos, a estudar novos cursos profissionais, a viajar mais frequentemente, enfim, a romper hábitos para nos conhecermos em regiões desconhecidas do nosso ser. O momento é nosso parceiro ideal para uma vida mais interessante.


quinta-feira, 18 de setembro de 2014

A ARTE COMO FORMA DE VIDA


Encerramos hoje a série A ARTE DE... para observar como precisamos nos tornar mestres em determinados comportamentos ou de como podemos mudar os filtros de percepção da realidade se abrirmos mão de alguns posicionamentos.


Se ninguém quer sofrer, ficar sozinho ou se tornar ignorante...se alguém quer ver a realidade como ela é ou retornar ao coração tocando o intangível... se alguém sabe o que quer ou sabe que não sabe tudo, sabe desaparecer, sabe se descondicionar, sabe cumprir sua função no quadro familiar... se alguém quer tornar os outros mais fortes, quer aprender a lidar com limites, quer praticar a curar... se alguém consegue não mais criticar, não mais evitar pessoas ou situações, não levar tudo para o plano pessoal, de acreditar em nada... se alguém está pronto para se reinventar, para mutar, para conhecer mais, para parar de sonhar, para ver os ciclos e dançar as sincronicidades enquanto vive a diversidade... há que se fazer tudo com ARTE, com charme, com brilho, com fascínio, com entusiasmo, com humildade, com alegria, com inteligência, e acima de tudo com consciência.

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

A ARTE DE SABER QUE NÃO SE SABE


Nada nem ninguém se manifestam por inteiro nesta vida. Podem-se acessar etapas, fases, circunstâncias, ângulos e parcelas de alguma coisa ou pessoa, mas jamais acessaremos a totalidade delas. Primeiro porque nós mesmos nunca estaremos 100% disponíveis em questão de tempo. Segundo porque somos fragmentados em todos os aspectos possíveis devido à nossa estrutura corpórea, onde o cérebro é dividido em dois hemisférios, a visão é repartida em dois olhos, os hormônios e ferormônios são centenas, a mente é individualista por necessidade de se preservar e tudo na natureza se manifesta em ciclos. Terceiro porque o passado de cada ser vivo não é nenhum best seller  nem pintura famosa.


Ao saber que convivemos apenas com um lado da moeda, resta-nos saber que nada sabemos, para evitar alucinações pessoais e distorções da realidade que se nos apresenta diariamente.

terça-feira, 16 de setembro de 2014

A ARTE DE DESCASCAR CEBOLAS


Descascar cebolas pode ser uma experiência desagradável para algumas cozinheiras se a cebola estiver verde. Pode ser uma experiência agradável se a cozinheira perceber que o tempero do cozido ficou excelente com o toque da cebola. Nos dois casos, no final de tudo o que importou foi ter saboreado a cebola num prato delicioso que não teria sido tão delicioso sem tempero.


A vida nos ensina a arte de descascar os acontecimentos que vão se sucedendo e fazendo a sua parte em vários contextos da existência. Ardendo ou não, o que importa é a feitura dos pratos cozidos com amor dar lugar à satisfação de matar a fome com prazer até que a refeição de cada dia se acabe. No final das contas, tudo acabou e virou experiência. Mais importante do que ter um sonho realizado é a alegria de construí-lo pouco a pouco até se manifestar e depois ser trocado por outro. Mais importante do que ter uma vida longa é viver cada dia de vida como uma experiência extraordinária.


segunda-feira, 15 de setembro de 2014

A ARTE DE NÃO SER PESSOAL


Uma das grandes virtudes nesta vida que evitam sofrimento desnecessário consiste em separar as ações a nós direcionadas das pessoas que as direcionam. Funciona como um mecanismo de defesa embora tenha mais de sabedoria em si. Cada palavra proferida tem tudo a ver com a pessoa que fala e não com a pessoa que recebe algo sem pedir. Quem se incomodou com algo foi a outra pessoa que nem sempre sabe lidar bem com o desconhecido, com o inesperado, com o novo, com o diferente ou com interpretações distorcidas.
Quem se sentiu ameaçada e acabou expressando medos inconscientes foi a outra pessoa. Se você estava quieta no seu canto e recebeu palavras ásperas, injustas ou ferinas alguma vez, sabe bem do que estou falando.


Permaneça firme no seu lugar para protegê-lo, sem abandoná-lo para se defender do posicionamento dos outros. Na hora certa, e diante do poder do silêncio, sua voz será ouvida com mais credibilidade e respeito, ganhando aliados e assistindo de camarote a outra pessoa morder na própria língua. Não leve nada para o plano pessoal. Ação é ação. Pessoa não é ação, é função.


domingo, 14 de setembro de 2014

A ARTE DE NÃO SER IGNORANTE


Ninguém sabe tudo nesta vida e mesmo se tivesse uma quantidade enorme de conhecimento, jamais seria sábio o suficiente para aplicá-lo. Necessitaria de sete vidas, no mínimo.  Infelizmente muitas pessoas ignoram esta afirmação anterior.


O que desenvolve a arte de não ser ignorante é a decisão de abrir espaço intelectual para a convivência harmoniosa de conceitos opostos, considerando que uma simples afirmação estimula o pensamento para questionar e se aventurar em outras possibilidades. Sem tensão entre opostos não há energia para a criatividade. O que a maioria das pessoas faz é se apossar de um conceito e negar todos os outros, sentindo-se dona da verdade e no direito de esbravejar sua opinião como a última palavra de cada interação. Isso só gera fricção. Quanto mais ataca, mais atrai oposição. Quanto mais grita, mais ignorante fica.


sexta-feira, 12 de setembro de 2014

A ARTE DE SABER O QUE SE QUER


Estamos todos programados inconscientemente para sustentar um modelo de organização da sociedade que não foi criado por nós. Somos impedidos de alterá-lo pacifica e negociavelmente. Só nos resta alimentar mais ilusões sobre o que seria ideal para sermos mais felizes.


Sobra-nos pouco tempo e energia para transformar nossa realidade, pois estamos muito ocupados em servir este modelo de organização social. Se pudéssemos parar e observar melhor, veríamos que nossa intenção é a única arma de que dispomos. No entanto, ainda não basta. Precisamos compreender que uma coisa almejada só pode nos dar a si própria, ou seja, se eu quiser dinheiro para ser feliz, minha energia será direcionada para conseguir dinheiro e não para ser feliz. Uma coisa não leva à outra como tentam nos convencer. Apenas coletamos a energia intuitiva e a transformamos em um evento, seja para o momento ou para descobrirmos que ele não trouxe o que desejávamos inconscientemente.

Precisamos desenvolver a arte de especificar o benefício que buscamos em cada luta, pois há muitos caminhos diferentes e mais curtos para o benefício que podem não ser os mesmos caminhos para o evento externo desejado.

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

A ARTE DE TORNAR OUTROS MAIS FORTES


Sempre gostei de fortalecer as pessoas ao meu redor com a oportunidade de expandirem sua consciência para viverem melhor. Gosto de ajudá-los a verem a realidade com outros óculos, sob novos ângulos, para sofrerem menos. Gosto de ouvi-los na sua confusão para jogar luz no entendimento deles. Não que eu seja melhor do que eles. É que eu gosto de compartilhar minhas descobertas mais valiosas, meus diamantes. Foi assim que eu aprendi que é importante tornar as pessoas ao meu redor mais fortes, pois se um dia eu precisar delas, receberei ajuda de pessoas fortes.


É como se fosse a arte de fazê-los não precisar mais de mim nem para suas agruras nem para suas carências. Assim eu poderia me libertar deles e parar de pensar que eles precisam de mim, que sou imprescindível e insubstituível, ou de que sou melhor do que eles na experiência e no conhecimento. Quando se cria qualquer forma de  dependência, a emocional sendo a pior delas, nós enfraquecemos as pessoas ao nosso lado. Quando lhes estendemos nossas mãos, elas aprendem a voar conosco.


quarta-feira, 10 de setembro de 2014

A ARTE DE VIVER A DIVERSIDADE


O mundo secreto tem uma agenda de uniformidade contra os cidadãos. Quanto mais eles nos igualarem e rotularem, mais fácil poderemos ser escravizados, controlados ou eliminados se não os servirmos mais na construção da riqueza material deles.


Para escaparmos à uniformidade, basta vivermos a diversidade seguindo os modelos da natureza e de Deus. Precisamos ousar e fazer coisas diferentes, abrir possibilidades onde houver rotina, inventar conceitos e metodologias, cuidar da natureza catalogando as mudanças silenciosas, promover manifestações culturais, aprender a tocar instrumentos musicais, levar nosso olhar aonde ele nunca foi por medo ou por falta de conhecimento, aprender e ensinar o senso crítico. Viver a diversidade é repetir a vontade cósmica em toda forma de harmonia, com inclusão e sem seletividade. Por isso, saber viver na diversidade é uma arte.


terça-feira, 9 de setembro de 2014

A ARTE DE DANÇAR SINCRONICIDADES


Dentro das limitações humanas impostas pela percepção única da dualidade, vemos a sorte e o azar como elementos inevitáveis da realidade. Achamos que somos usados pelo universo, que corremos riscos em tudo o que fazemos, que existem apenas probabilidades a serem reveladas em nossas ações.


Quando passamos a observar as sincronicidades da vida, desde as pequenas coisas até as redes mais complexas de acontecimentos encadeados, as probabilidades desaparecem e entendemos a arte de cocriar as realidades com a força de nossa intuição, com o poder de nosso foco e com o relaxamento dos medos. As sincronicidades nos ensinam que viver é dançar com a brisa oculta da fonte original.


segunda-feira, 8 de setembro de 2014

A ARTE DE VER OS CICLOS


A natureza tem a mania de repetir ciclos para se renovar com segurança. Penso que esta é a forma que ela encontrou para refletir a ordem da criação que se preserva na criatividade. O risco maior de quem não consegue viajar pelos ciclos é o erro de percepção de que tudo é repetido igualmente, ou de que a história se repete, ou de que devemos aceitar a rotina para sustentar certa estabilidade diante das incertezas do mundo.


Ao ver os ciclos, a pessoa se sente parte deles. Ao se situar no universo, a pessoa transcende o físico e alcança o espaço metafísico, conectando-se com a força vital que a alimenta. Expandindo seus conhecimentos e consciência, a pessoa sente a presença do Criador em todas as criaturas e vê a mão Dele em todas as sincronicidades. Ver os ciclos é praticar a arte de comunhão com o cosmos.


domingo, 7 de setembro de 2014

A ARTE DE CUMPRIR A FUNÇÃO


Os governos não estão governando para servir a sociedade que os organizou. A justiça não está trazendo a justiça esperada daqueles que a procuram. As instituições religiosas não estão manifestando o céu que elas prometem. As escolas não estão educando como descrevem seus propósitos. Os parceiros não estão amando suas parceiras como deles se espera. A alimentação não está cumprindo a sua função de alimentar por causa de tantas toxinas nela contida. O consumismo não está atendendo a necessidade de satisfação interior pois vicia o comprador.

Cumprir a função para a qual se criou é uma arte difícil de exercer. As pessoas insistem em tirar tudo de seu lugar, em alterar a ordem das coisas, em experienciar o que não parecia ser natural, em negar o óbvio das coisas, em desafiar as leis estabelecidas, em politizar o individual em detrimento do coletivo e em chegar aonde nunca havia chegado.

Para cumprir sua função é preciso paciência e sabedoria, é preciso revalorizar a simplicidade e abrir espaço ao natural que se organiza sozinho, é preciso o encantamento pelo mistério que só acontece quando aceitamos a infinitude e a impermanência das coisas. Para cumprir sua função é necessário eliminar as comparações e ser menos científico.


sexta-feira, 5 de setembro de 2014

A ARTE DE TOCAR O INTANGÍVEL


O permanente está sempre viajando em busca do aparente, pois no fundo sabe estar vivendo uma grande utopia, a inverdade de durar eternamente ou de tomar posse da experiência. É que o permanente sente a tensão entre o constante e o inconstante e nela se perde para preservar suas percepções de realidade. Como as realidades são muitas em uma só, o permanente interpreta estas variações e age sedento em busca da perfeição de ser permanente. Ele não tem a visão panorâmica e global da existência. Para ele, o perfeito se parece com imperfeição em sua visão míope de tudo o que escapa ao seu controle. Para ele o objetivo principal da existência tem que ser algo tangível e sustentado na linha do tempo.
Viver o intangível é um grande desafio para quem busca a felicidade. Abrir mão de se completar é uma arte, já que, ao buscar a completude, a pessoa limita tanto a experiência de existência quanto o próprio conceito de individualidade. Trocar a natureza morta, na vida,  por um quadro abstrato e conseguir transcender a beleza nele existente é uma arte e tanto.



quinta-feira, 4 de setembro de 2014

A ARTE DE NÃO EVITAR SITUAÇÕES


Cada momento é rico de potencial e pode nos oferecer diferentes possibilidades se nos abrirmos a ele. O que acontece, no entanto, é que o medo do desconhecido, o medo de sermos julgados ou o medo do fracasso nos levam à construção imediata de uma barreira de defesa e proteção contra as situações e contra as emoções que brotam desta atitude de recolhimento e de preservação.

Jogamos fora o ouro do aprendizado, o diamante do crescimento pelo auto conhecimento, o rubi das percepções cumulativas mais elevadas. Comportamo-nos como crianças amedrontadas que baseiam sua realidade apenas na imaginação. Imaginamos o que o outro quis dizer com aquelas palavras, imaginamos a vergonha que passaremos se descobrirem o nosso segredo, imaginamos a decepção sentida se perdermos algum relacionamento por causa da revelação de nossas limitações. Jogamos fora a situação, acreditando que cresceremos sozinhos ou sem nenhum atrito. Jogamos fora o material com que se escreve o livro da vida.




quarta-feira, 3 de setembro de 2014

A ARTE DE NÃO EVITAR PESSOAS


Descobri mais uma arte que se manifesta no processo de despertar. Não devemos evitar relacionamento nenhum se quisermos expansão de consciência, aquele estado do ser onde tudo está perfeito como a realidade apresentada, tudo está orquestrado e não precisa sair do roteiro divino se não concordarmos com os resultados.

Cada interação é valiosa em si, ao trazer às claras nossas verdades e mentiras que ocultamos do mundo, ou as que são anunciadas para atenderem o que nos falta. Cada interação, com quem quer que seja, é referencial importantíssimo de nossa incompletude teórica e prática.

Cada conflito ou rejeição nos mostra a parte carente para ser trabalhada em nosso interior.

Seria algo como se em vez de brigarmos com a pessoa desprezível, de repente a gente se riria muito do texto do teatro da vida que saiu para cada um de nós dois artistas. Seria como se deixássemos as palavras serem apenas palavras e não mais símbolos negativos. Seria como se cada conversa ou discussão se tornasse uma grande piada.


terça-feira, 2 de setembro de 2014

A ARTE DE RETORNAR AO CORAÇÃO


O hemisfério esquerdo do cérebro humano é exageradamente estimulado na era tecnológica. Pessoas caminhando e digitando, sem olhar por onde passam, indicam a ausência da consciência do próprio corpo e o distanciamento das emoções verdadeiras. Esta robotização em massa acaba permitindo a indiferença diante de atrocidades com seres inocentes. Elas esquecem o caminho de volta para casa.

Para voltar ao coração basta aprender ou tomar consciência de que dentro dele mora um segredo. É por isso que nos parece difícil acessá-lo.  Lá dentro vive silenciosamente uma energia sagrada, esperando para ser utilizada. O cérebro cardíaco ancora a essência, mas vez ou outra nos permite alguma experiência mística criando estados temporários de beatitude. Como o ego não gosta de competição ele tenta nos convencer de que devemos nos apegar a estes estados vivenciados. A gente acredita e se dá mal.

Ao reconsiderarmos a presença magnífica desta energia sagrada, passamos a nos reajustar ao inconsciente e a mudar as frequências de percepção da realidade sem apego. Descobrimos que somos nós o visitante de nosso coração.