OLHAI ATENTAMENTE OS SINAIS (2)

 

Do passado vieram as mensagens de alerta: orai e vigiai, ficai atento aos sinais e os sinais já estão acontecendo em todos os lugares. Só não vê quem não quer enxergar. Nosso futuro nunca existiu fora da mente, nosso passado não tem vida própria, nosso livre arbítrio foi só ilusão. A Terra vive do aqui-agora, é ela quem dá a última palavra sobre as criaturas que nela habitam. Dilúvios antigos, novas raças-raiz, reconfigurações geográficas, civilizações primitivas, achados indecifráveis, extinção de animais, tudo isso retrata a instabilidade e o princípio da incerteza no mundo natural e material, no qual estamos inseridos. O grão de areia convive com a movimentação das ondas do mar, o pó das estrelas convive com a criação de novos universos, as energias se processam inteligentemente à serviço da vida, pois tudo o que move revela o sagrado.

OLHAI ATENTAMENTE OS SINAIS (1)

 

A Terra é um ser vivo e inteligente. Ela não precisa dos cientistas para se regenerar. As recentes notícias do chão se levantando na Islândia, com 1400 terremotos em apenas um dia e as rachaduras no solo de Gramado, demonstram isso. A Terra se revolve inteira para reconstruir sua camada gigante de campo magnético, rasgando continentes, alterando e intensificando os ciclos das águas, abrindo a boca dos vulcões, gerando ciclones, ensinando aos pobres e ignorantes mortais que as maiores transformações vêm de dentro para fora, pois o que acontece à Terra também afeta seus habitantes.

HÁ

 

Há quem queira ser diferente, quem queira ser único no meio da multidão, contudo sem agredir o outro. Há quem queira ser mais do que se pode, mais do que se esperam deles. Há quem queira ser comum, ordinário ou invisível, por escolha pessoal. Há quem queira ser funcional, agente transformador, líder nos espaços vazios. Há quem queira descobrir a própria beleza, a própria força, o seu lugar no arranjo universal, dando voz ao amor. Há quem queira fluir com o rio da vida, desenhar-se no céu com as nuvens que se desapegam das formas, há quem queira experienciar a sabedoria superior. Dentro de todos e de cada um pousa o querer.

GUERRA E MANIPULAÇÃO (6)

 

O mundo material já esgotou suas possibilidades de evolução. O que ele chama hoje de progresso é mera destruição da vida, provocando constantes interrupções de processos mais conscientes. Os poderosos não querem que você saiba a verdade, não querem que você se eduque para a transformação, não querem que você entenda o jogo que está sendo jogado. Por isso ele investe nas tentações e distrações da tecnologia, para mantê-lo afastado de si mesmo e nunca responder à pergunta mais básica de todas: “Quem sou eu?”.

                                      

GUERRA E MANIPULAÇÃO (5)

 

Investigue sempre os recursos próprios, adquirindo novos recursos mais atualizados para enfrentar os novos desafios. Você não instituiu muitas mudanças da realidade física, no entanto, elas o afetam direta e indiretamente. Torne-se expert em algum assunto que as pessoas não possuam explicação nem entendimento, tornando-se funcional, já que estar vivo é ter função. Dotado de melhores recursos, sua eficiência virá da percepção de retornar ao seu ponto de equilíbrio, o mais rápido possível, sempre que se deparar com desafios grandiosos, internos ou externos. Oscile com desenvoltura entre a adaptação e a resiliência, praticando fé e coragem. Siga sua intuição para agir rápido. Se não a tem, desenvolva. A violência do mundo contemporâneo não assusta nem a Alma nem ao Espírito, pois no plano espiritual um grande ser de luz já venceu o mundo. O que vem depois da violência é a ressignificação do valor da vida e este processo passa pela interiorização. O melhor de nós está guardado como um tesouro dentro de nosso Espírito.

GUERRA E MANIPULAÇÃO (4)

 

Olhar para dentro de si é questão de coerência. Se você mora em um corpo humano, provisoriamente, então cuide melhor dele. Se o que move este corpo físico é um espírito abstrato, em processo de conscientização via experimentação, então cuide melhor de sua Alma, amando-se mais. Afaste-se do medo que só motiva doenças, afaste-se das preocupações que geram energia negativa e manifestam resultados indesejáveis, afaste-se de pessoas tóxicas que se recusam a evoluir e se comportam como pessoas mortas. Os mortos não escutam. Pare de absorver energia negativa, buscando a qualidade de pensamentos. Desligue-se do noticiário com narrativas falsas.

 

GUERRA E MANIPULAÇÃO (3)

 

O mundo industrializado, agrupado em propósitos globalistas, decidiu desconstruir tudo o que existe, para alinhar o mundo inteiro sob seu comando. Investiram nesta desconstrução em várias áreas. Agora chegou a vez de desconstruir as estruturas religiosas. Medo e separação são suas armas mais eficientes. Infelizmente, o fanatismo religioso favorece o surgimento de guerras entre as várias tribos. É esta situação caótica que estamos assistindo neste momento com a Guerra do Oriente Médio.

Viver em tempos sombrios e caóticos nos tira da zona de conforto, e nos obriga pelo menos a tentar entender o que se passa a nível global. Mais uma vez, olhamos apenas para o mundo exterior. Mais uma vez, erramos de foco e de estratégia de sobrevivência. Mais uma vez, reduzimos o valor da vida e valorizamos excessivamente a matéria. O final desta estória é sempre o mesmo: ou você escolhe melhor seu inimigo, aprendendo a se defender, ou não entre em guerras. Alinhar-se com opinião é realimentar a ilusão de que guerra resolve alguma coisa no tabuleiro da vida.

GUERRA E MANIPULAÇÃO (2)

 

A Humanidade cresceu formando tribos diferenciadas, raças diversas, idiomas intraduzíveis, impérios adversários, seres competitivos, sem nunca trabalharem para a construção harmoniosa da família humana. O mundo material passou a consumir todas as suas energias.

Em nossa história passada, o Islã dominava o mundo, conquistando violentamente os territórios cristãos. Foi então que surgiram os movimentos armados, chamados CRUZADAS, para devolver aos cristãos o que lhes fora tomado, de poder político a territórios. Possuindo o poder econômico e político, os cristãos aliaram-se ao mundo democrático e industrial, afetando contrariamente às crenças islâmicas. O que estamos assistindo agora é a retomada de um movimento armado, tipo ANTI-CRUZADAS, onde o Islã vai lutar bravamente para tomar dos Cristãos esta influência mundial. A guerra Tribalista é sempre a mesma, mas com nomes diferentes.

GUERRA E MANIPULAÇÃO (1)

 

A Terra é um órgão só, mas as pessoas que a habitam representam todos os níveis de consciência ou da falta dela. Como tomar consciência de algo, a partir de nossa existência, se ainda não respondemos a pergunta mais básica de todas: “quem somos nós?”.

Estamos sofrendo agora um choque ontológico, uma sucessão de eventos para nos fazer repensar qual é nossa verdadeira origem. Ao sair das distrações que o mundo manipulado oferece, somos convidados a encarar a realidade oculta de que não estamos sozinhos, nem no Universo e nem aqui na Terra.

MEXE E REMEXE

 

Mexe a cintura, remexe e requebra

Pensando que a rua é sua passarela

Balança o traseiro, balança o dianteiro

Fazendo de contas que quer companheiro

Investe no corpo buscando a fama

Pois se nascera assim tão dama

Olhares mil a chamam sedentos

Fez que não viu, rua a dentro

Sabe que existem oportunidades

Aos que se queimam na mão da vaidade

MENSAGEM DA RÉGUA

 

"Que a régua do Senhor seja a medida de nossas palavras, intenções e experiências. Assim Deus se torna nossas experiências, ainda que alguém chame a isso de evolução".

BRASÃO

 

Ao que vai despontar

Já reluz todo o brilho

Traz em si os sinais

Não se vê seus martírios

Uma estória a contar

Outras a censurar em vão

A cara ao tempo se dá

E o amor aos suspiros

No adeus, o vazio lhes vem

No chegar, a solidão

É do passado o brasão

É do futuro o cio.

 

VIXE!

 

 

A FERRARI QUE EU GUARDO LÁ EM CASA

ESTACIONADA NA SALA DE JANTAR

RECORDA O SUCESSO QUE EU TENHO

COM IDEIAS QUE PUDE APLICAR

AS PINTURAS QUE EU GUARDO LÁ EM CASA

PENDURADAS PARA SE ADMIRAR

SÃO DE FAZER INVEJA AOS MUSEUS

TELAS RARAS DE SE ENCONTRAR

OS TESOUROS QUE EU GUARDO LÁ EM CASA

DOS LUGARES ONDE EU VISITEI

RECORDAM O TAMANHO DO MUNDO

E OS PAISES QUE CONQUISTAREI

OS FANTASMAS QUE EU GUARDO LÁ EM CASA

SÃO REAIS, MAS EU FINJO NÃO VER

NÃO ME CABE A PARTILHA OU BONDADE

TENHO TUDO PORQUE SEI VENCER!

PROFETA ISAIAS

 

20“Ai dos que ao mal chamam bem, e ao bem, mal; que fazem das trevas luz, e da luz, trevas; e fazem do amargo doce, e do doce, amargo!” Profeta Isaias. Traduzindo, ai dos Brasileiros que ao mal chamam bem, e ao bem, mal...

 

A SALADA DAS VANTAGENS (5)

 

A eternidade está em nós, porém, desta vez com total liberdade, sem a mente para gerar sofrimento, sem identificação com o ego, sem a dualidade de dor e prazer, a qual foi trocada pela autorrealização de algo maior do que o conceito de Self. Esta percepção de eternidade é possibilitadora de infinitas possibilidades que se sucedem à medida que você, o Observador, diz sim à vida. É pura expansão consciente. Não tem sonho a ser perseguido, não tem meta a ser cumprida, não tem objetivo para acertar a seta. Tem rio de processos livres, tem mares de observação casta, tem lagos vazios. Na eternidade, estar consigo é não estar em si para não perder o eixo. É fazer da fome um jejum, do limão a limonada, da violência um pedido de amor. Na eternidade tudo é ressignificado, não cabendo lugar para as transgressões, até que os significados sejam todos eliminados. Adeus propósitos, adeus saudade e apego, adeus limiar. Adeus aflições, adeus interpretações. Quando a mente é neutralizada, do vazio surge a vastidão povoada e o descanso da obrigação de criar. Adeus, querido Self.

A SALADA DAS VANTAGENS (4)

 

Para sair deste loop de ignorância, é necessário romper a identificação com este personagem cidadão em busca eterna por vantagens. Ao abrir esta nova porta de percepção, encontram-se os primeiros sinais da consciência, tornando-se apto a perceber que quem sofre é apenas a mente geradora de pensamentos egóicos. Ao se reconhecer Sol, deixa de orbitar ao redor dos outros mendigando por reconhecimento e pertencimento. Ao reencontrar a verdadeira origem na fonte criadora, percebe-se Criador em si mesmo. Você pertence a si mesmo, à vida, aos processos que ela desencadeia através de suas percepções conscientes. A vida flui sozinha como atos de consciência, reorganizando processos de ordem e de caos. Você é apenas o Observador disso tudo. O desnecessário é logo descartado para que o vazio se realize novamente com a força do nada, onde cada processo ganha voz e vida. Tamanha pulsação é o coração de Deus batendo firme e forte, amorosamente...eternamente.

A SALADA DAS VANTAGENS (3)

 

Se existe alguma consciência neste loop, ainda que pouca, é a consciência de que se deve ter liberdade, porém o foco se dirige à fuga do sofrimento criado por si mesmo. Liberdade passa então a ser símbolo de prazer. A massa populacional é presa pelos poderosos justamente por esta distorção de percepção, realimentada no famoso “pão e circo”. Enquanto a massa se diverte, os poderosos se fartam dos recursos disponíveis e esquecidos. O cidadão acredita ser este Ser com muitos direitos e nenhum dever, exercendo o pleno poder da escolha, caindo num emaranhado de ignorância, sendo manipulado pela comunicação eficiente dos poderosos, sofrendo novamente a escassez de recursos e de liberdade. O loop de prazer e dor torna-se interminável.

A SALADA DAS VANTAGENS (2)

 

Por trás de cada conquista e de cada passo dado rumo aos desejos mais urgentes, move-se o alvo de prazer, trazendo em si o medo de perde-lo, causando lances de dor e preocupação, ao deixar se consumir pela incerteza do amanhã. Quando o tempo conscientemente entra na equação, é como jogar açúcar na salada ou sal na sobremesa. Sem o conceito de tempo, sobra mais tempo para viver o instante. Este momento presente se faz com energia e alegria, desativando o ego e criando abertura para novos processos mais naturais, sem que se persiga o prazer como referencial de vida. O ego precisa do prazer. O prazer precisa do tempo.  Ambos precisam da energia e da alegria, mas procuram no lugar errado, ou seja, na ilusão, reabastecendo a mente com percepções de sofrimento.

A SALADA DAS VANTAGENS (1)

 

Não saber quem somos gera ilusão, a ilusão de sermos algo diferente, um personagem pronto a vivenciar prazeres e fugas de dores, um subproduto dos próprios pensamentos. Viver na ignorância de não saber quem somos abre espaços internos para dúvidas, insegurança, medos, tudo isso como reflexos da incerteza coletiva. Na busca por referenciais de comportamento, cada um se confunde com suas crenças ou com as crenças impostas por outras pessoas em seu ambiente. Assim se faz a salada humana. Os que forem mais espertos, roubarão vantagens sobre os demais. Os que forem mais egoístas, se beneficiarão. Os que forem mais inteligentes, sairão na frente das percepções. Os que forem mais oportunistas, se enriquecerão de vantagens. Os que forem mais controladores, reterão tais vantagens. Entre as percepções de vantagem e conquista, ergue-se a musculatura do ego deste personagem distante de si mesmo.

ENQUANTO EU VIAJAVA (1)

 

Enquanto eu aguardava meu voo, observei o comportamento das pessoas desconhecidas. A pressa dos atrasados, a correria dos esquecidos, a desorientação dos distraídos, a calma dos idosos, a hipnose coletiva dos celulares, o prazer dos consumidores, a irritação das crianças, o olhar de fome nas filas, as raças variadas, a multiplicidade da beleza humana, todos estes elementos compunham o espaço comum do aeroporto. Pessoas que jamais imaginei encontrar pessoalmente, pessoas que jamais verei novamente, pessoas que nem notaram minha presença, pessoas de todas as personalidades, cada uma com sua dor e com seus sonhos, cada uma preenchendo seus dias conforme suas possibilidades. Viajar é preciso, viver é redundância.

ENQUANTO EU VIAJAVA (2)

Enquanto eu aguardava meu voo, o tempo sem relógio teimava em existir. Vidas eram suspensas de obrigações e rotinas, pessoas se incomodavam com a saída da zona de conforto, casais revelavam impaciência em público e trabalhadores cansados trocavam gentileza ou mau humor ao gosto dos clientes. O medo de avião era silencioso, o deslocamento de malas era rápido como carros em final de tarde, a desinformação sobre portões de embarque preocupava até aos viajantes mais experientes. Passageiros desrespeitosos, querendo levar vantagem em tudo sobre todos, furavam filas abertamente, esquecendo-se de que seus assentos são numerados e todos voariam em conjunto. Idosos cadeirantes embarcam primeiro, diante da ansiedade dos afoitos; depois vem os casais com crianças pequenas, bloqueados pelos mais estressados; depois os passageiros das zonas 1 e 2, disputando espaço com os mais apressados das zonas 5 e 6. A chamada de embarque revela muito de cada passageiro.

ENQUANTO EU VIAJAVA (3)

 

Encontrar espaço para colocar nossa bagagem de mão, tem sua adrenalina. Muitos passageiros de avião violam as regras, trazendo bolsas extras e malas fora da medida autorizada. Depois que você se senta, quase derrubam bolsas sobre sua cabeça, além do carinho de algumas cotoveladas. Há quem queira conversar com os passageiros ao lado, mas há também quem prefira silenciar seu desapontamento, diante do comportamento questionável de pessoas inconvenientes. Crianças de colo choram, estrangeiros tentam pronunciar as primeiras palavras em nosso idioma, comissárias de bordo se espremem ao pedir passagem nos corredores estreitos do avião. A adrenalina continua alta até que o avião decole, sinalizando o início da viagem para a torre de comando. No entanto, a viagem de cada um começou dias antes, e para tantos, será lembrada anos depois.

ENQUANTO EU VIAJAVA (4)

 

Expectativas e medos rearranjados internamente, pouco a pouco a sensação de estranheza, diante do incontrolável, vai se organizando externamente em novas interações.  Uns querem falar para relaxar, uns querem contar sua vida a estranhos, uns só desejam assistir aos filmes disponíveis, enquanto outros oram para chegar vivo ao destino final ou posicionam-se para um leve cochilo, até serem acordados pelo serviço de bordo. Tem aquele lanchinho sem graça, aquela jantinha sem tempero, aquele cardápio que jamais seria escolhido num restaurante, sem contar do espaço limitado para colocar a bandejinha e comer, sem levar um esbarrão do vizinho. Comissários de bordo cansados e aeromoças solícitas completam seu trabalho com maestria. Agora, cada um que faça o que quiser, desde que não quebre mais regras.

ENQUANTO EU VIAJAVA (5)

 

Viajar de avião é sempre uma experiência desafiante. Ser colocado dentro de uma lata de sardinha, comportar-se como soldado diante do Major da tropa, fingir que está prestando atenção nas demonstrações de emergência apesar do medo oculto de que o avião possa cair, tudo isso será transformado mais tarde em narrativas familiares. Quem conta um conto, aumenta um tanto. Quem decola, sempre descola um certo drama. Quem aterriza, sempre se borra de alívio por chegar vivo ao chão. Enquanto eu viajava, eu passeava dentro das artérias e veias da Humanidade. O avião somos todos nós. A vida é esta grande viagem arriscada. O ar é o tempo necessário para encurtar distâncias, mas o chão é nosso berço estável. Voar é predicado da imaginação. Partir e chegar é consequência de nossas escolhas. Medo e nariz, cada um tem o seu. O Piloto não é deste mundo. Os passageiros são aqueles que cruzam nosso caminho. A torre de controle é o princípio da incerteza. A experiência é proporcional a nossas horas de voo... e a empresa aérea, ela só quer acreditar que existe vida após a morte.

CONFRONTO

 

Na rua, pessoas deveriam ser apenas pessoas, caminhando, levando suas vidas a seu modo, buscando silenciosamente por respostas, preparando palavras doces para entregar ao amado, regando a saudade de quem ama, planejando o resto do dia, mas não, na rua pessoas são ameaças, mal intencionadas e vestidas de raiva, grosseiras e barraqueiras, automáticas e frias, fingindo passos leoninos de olhares animalescos, donas da razão, carregando granadas na boca, vazias de amor, estranhos interplanetários, ostras esquecidas em orbitais de si mesmas. Na rua, pessoas não sabem mais o que significa caminhar ao sol sem queimar outras pessoas, não sabem mais o que significa enfrentar a noite sem serem enfrentadas pela violência urbana. Tudo está ficando muito impessoal.

QUATRO ESTÁGIOS DE VIDA

 

Observe atentamente sua vida passada, observe seus ciclos, colocando os acontecimentos agrupados em quatro estágios. O primeiro é de INTENSIDADE, onde tudo tinha que atender demandas, desejos, necessidades básicas, com emoções descontroladas, proteção dos pais, dependência de outros, tais como primeira infância e adolescência. O segundo é de ENTENDIMENTO, onde as causas passavam a ter sentido de acordo com as consequências, os esforços ajudavam nos resultados, a pressa significava vantagem, as conquistas aconteciam com experiências de responsabilidade e conexão, tais como a juventude e os períodos de papel social na idade adulta. O terceiro estágio é de MATURIDADE, onde os recursos internos iam se formando e sendo colocados à serviço de resolver as complexidades, tomando consciência dos processos sistêmicos e da organização de dados que os envolvem, tais como os ritos de passagem, a escolha da primeira profissão, os compromissos matrimoniais e contratuais, a autonomia pessoal e o reforço da identidade. O quarto estágio é de REVOLTA, onde a competição, os recursos e as oportunidades limitadas batem de frente com as limitações e crenças pessoais, causando crises existenciais ao não aceitar a realidade como é, tais como os períodos de estabelecimento da rotina, os compromissos sociais e financeiros, a acomodação da iniciativa ou apego a zonas de conforto. Estes ciclos se alternam inúmeras vezes, na linha do tempo, e com suas durações. Centenas de pessoas da mesma idade podem estar em estágios diferentes. Neste momento, você está passando por um deles.

FLECHA RAIVOSA

 

Quem projeta raiva, com esperança de se sentir bem por ter descarregado suas pólvoras, acaba se ferindo também por ser fonte e reservatório de uma emoção nociva que se transforma em conflito, ruptura, exaustão, desorientação e ruido de comunicação. Nunca existiu vantagem alguma no exercício de expressão da raiva. É aquela velha comparação do arco e flecha. Tudo o que você projeta, primeiro atinge seus ombros, depois distribui uma parte de sua força, o resto permanece em si caso tenha que lançar outras flechas. Só se dá o que se tem, com a raiva é assim também.

 

EXERCÍCIO DE ESTIMA

 

Baixa estima torna-se trágica sempre que a pessoa favorece o desenvolvimento de codependência com parceiros, sentindo insegurança constantemente. Se o foco estiver sempre no casal, o problema se complica. Auto estima tem mais a ver com a maneira que a pessoa se valoriza do que com a maneira que os outros a veem. Aprendi um exercício simples de manter o foco. Feche os olhos...abra e olhe em objetos azuis em um grupo e amarelo em outro. Pratique foco em sua maneira de buscar coisas, isso fortalece autoestima. Afaste-se de julgamentos imediatos. Trabalhe por resultados. Pesquise auxilio de grupos de apoio. Siga sempre em frente.

 

A FALTA DE CADA UM

 

Em família que não tem avós vivos, os tios e primos se afastam, se desconhecem, se estranham, evitando qualquer contato intencional. Em família que os pais faleceram, os irmãos se afastam, pois quebrou-se o elan afetivo, quebrou-se a estrutura respeitosa que os pais sustentavam com alguma autoridade. Em família que os pais se separaram, os filhos se afastam de propósitos de vida, se afastam de disciplina e objetificam seus corpos, na ausência de referencial saudável. Tem sempre alguém sentindo falta de quem se foi, pois somos todos interconectados pelos fios invisíveis das gerações. Quando eles se rompem, surgem alguns nós, retornando o predomínio de energias primitivas. O amor coletivo só vem depois, com alguma evolução.

COM MEDO DE AMAR

 

Quem nutre medo de amar, vive no passado, experienciando diariamente alguma rejeição antiga, sem se dar conta de que não abriu o coração para novos encontros. Suga a si mesma, boicota o próprio corpo, troca de papeis com frequência e se posiciona como a empoderada emputecida. Não busca caminhos, mas ainda acredita no Príncipe Encantado. Ora acredita que não precisa mais de homens, ora se derrete em solidão. Deixa de escutar e alimenta seu monstro de resistência. Vive a contradição do medo de perder com o medo de confiar na pessoa com quem se relaciona temporariamente. Para elas, relacionamento afetivo é uma areia movediça.

CAMINHAR SÓ

 

Existir é caminhar só. Na caminhada solitária se encontram melhor os recursos próprios, os desejos mais autênticos, a identidade nua e crua. Na convivência natural ou forçada, encontram-se os limites apontados pelos outros em nós; depara-se com a necessidade de agradar ou impressionar aos outros, afastando-se de si; manifestam-se as regras e cobranças da civilidade para que o cidadão seja aceito condicionalmente. Existir é observar o mundo interior, suas riquezas, seus insights, suas construções espontâneas de pensamento e sua capacitação de estar no mundo material feito Espírito. Basta encontrar o outro e logo nos perdemos na percepção de separação. Passamos a viver sem existirmos.

 

MOVIMENTOS DE VIDA E DE MORTE

 

A vida requer coragem para dizer “não” aos movimentos de morte que nela se escondem, tais como desistências, resistências, reclamações intermináveis, lamúrias, lamentos, autossabotagem, baixa estima, ideação de suicídio, isolamento, etc. Tem gente que morre todos os dias sem saber, por isso a vida nos deu prêmios de superação. A vida nos exigiu coragem desde o nascimento até o dia de ontem. Ela é a prática do “sim” de forma consciente, para tudo aquilo que nos liberta ou nos faz crescer, diante da realidade que encontramos. O resto é movimento de morte.

 

 

PAPEL EM BRANCO

 

Toda atividade, se orientada apropriadamente, pode estimular competências. Cada evento é um papel em branco, pronto a receber as percepções de quem nele se vincula. Há competências cognitivas, emocionais, físicas, criativas e funcionais, exigidas ou disponibilizadas pelas demandas do ambiente, indispensáveis ao desenvolvimento pessoal e social nas áreas de negociação e planejamento. Estar capacitado para uma dada atividade, não basta. É preciso transcender sua função descritiva, é necessário abrir portas de possibilidades para o crescimento e o sucesso almejado, é permitido voar sobre o território das descobertas.