sexta-feira, 22 de setembro de 2023

A LINHA DO TEMPO (3)

 

O passado nutre a fé enrugada, doída e cobrada, escrita em caminhos tortos e sinuosos, coisas de labirinto. Metade homem-metade cavalo, o passado revisita lugares vazios de vida, crente de encontrar algo novo onde nada foi semeado, dependendo da bondade dos céus para se alimentar ou prosseguir vivendo. O passado veste a capa dos medos para se proteger, para substituir a perda de propósitos, para reduzir o impacto de sua derradeira despedida. O futuro tem fé dispersa, nada consistente, nada impressionante, mas apoia-se na construção de hipóteses e probabilidades no território do excesso de confiança, ao achar que já existe. Ambos nutrem a fé naquilo que não chegou e pagam o preço da demora.


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