ESTRESSE DESNECESSÁRIO

Quando um pensamento exclusivista se torna uma decisão pensada e compartilhada com clareza, ele alcança bons resultados. Quando ele deixa de ser compartilhado, tornando-se uma decisão unilateral, de forma autoritária, ele corre grandes riscos colaterais de se tornar uma obsessão, afastando completamente o lado emocional e gerando desequilíbrio na própria pessoa. Incapaz de ver o outro lidar com as emoções da perda imposta, esta pessoa se contrai emocionalmente, adquirindo dores nas costas, as quais representam o grupo de apoio no corpo, atraindo sofrimento pela via das preocupações intensas e estressantes, quando tudo isso poderia ter sido evitado se a decisão tivesse sido apresentada com clareza e honestidade. A mente faz estas coisas até com pessoas do bem.

DOUTOR EU

De médico e de louco todos nós temos um pouco. Nosso lado médico adora fazer diagnósticos precoces em qualquer sintoma quando se trata de nossa saúde física. Prescrição medicamentosa também. Damos uma de entendidos no assunto, afirmamos com convicção, exageramos na descrição dos sintomas, comparamos com casos conhecidos, tudo isso sem preocupação com a cura, mais com a prática de ser o próprio médico. Os mais exagerados agravam o diagnóstico ao lembrar casos raros, suspeitando de doenças terminais, pensando que o caso deles é o mais grave de todos. Há os que evitam lugares públicos, natureza, elevadores e multidão para não pegar doenças contagiosas, comportando-se como médicos preventivos. Os que tem medo da dor são os mais comprometidos com a profissão imaginária, beirando as raias da loucura. De médico e de louco, alguns tem muita coisa.

TALENTOSOS

Pessoas talentosas estão em todos os lugares e em todas as áreas de atuação, mas nem todas alcançam o sucesso merecido ou procurado. Falta-lhes um produtor, ou um agente, ou um trato no visual, ou recursos financeiros, ou estar no local mais indicado, ou mudar de estilo até se adequar ao mercado de consumo. Mesmo que surjam oportunidades, nem todos entram pela porta que lhes foi aberta, seja por medo do sucesso, seja por influência familiar. Com tamanho desperdício de talentos, falta no mercado mais programas de caça-talentos. Já que o problema se repete também no meio científico com desperdício de cérebros inteligentes, fica a desconfiança de que a qualidade é sempre colocada de lado para a promoção de apadrinhados.

PSICOLOGIA DOS COMPRADORES

Acredita-se que o fato dos motoristas olharem com atenção, perspicácia e pressa para as placas de sinalização de trânsito faz com que eles sejam influenciados pelas cores das placas de seu país. O cérebro sofre um condicionamento automático de pensar e decidir com rapidez toda vez que se depara com as mesmas cores. Sendo assim, os compradores que chegam a qualquer comercio, conduzindo seus carro, tomará decisões mais rápidas na escolha do que comprar, apressando suas mulheres no supermercado ou dizendo aos vendedores que já sabem o que querem adquirir. No caso das mulheres, chama-se a isso de compulsão pelas compras.

TÉCNICA DE VENDAS

Vender é uma técnica que pode ser ensinada ou aprendida por qualquer pessoa. Por este motivo ela poderia ser transmitida a todos os estudantes do segundo grau como matéria obrigatória. Não se vende apenas produtos e serviços. Vende-se uma ideia, uma necessidade, um conforto, uma economia de tempo ou de espaço, a beleza, a estima, o status, uma solução, uma novidade, um caminho, um prazer, uma ou mais de uma vantagem, um futuro, um sonho, um premio, uma recompensa, uma negociação. Este mesmo jovem estudante vai entrar no mercado de trabalho usando todas as técnicas de vendas para apresentar ao empregador a sua imagem de trabalhador social. A todo instante alguém está vendendo algo para um outro alguém.

TRANQUILIZA

Alguém falou para eu me tranquilizar. Como eu não havia entendido, por eu ser uma pessoa aparentemente tranquila, tentei discordar. Em seguida ela disse que as expectativas nos roubam a tranquilidade e com a espera delas nós vivemos em função de resultados, muitas vezes lidando com o irreal mais do que com a realidade. Só então prestei atenção em coisas que fazemos inconscientemente e de como o excesso de expectativas nos impedem de manifestar o que almejamos. De perto, ninguém é tranquilo. Sendo verdade esta afirmação, é melhor nos acalmarmos pela aceitação do fluxo da realidade, para fluirmos juntos com ela, na intenção de manifestar algo importante para a nossa vida.

NOVIDADES

Bromance e Showmance são duas formas atuais de interação muito comentadas na midia. Os atores Matt Damon e Ben Afleck são os melhores exemplos de bromance, onde a união profissional e afetiva entre dois brothers se torna tão forte que causa especulações nas irmãs cajazeiras  a ponto de tentarem descobrir se há relação sexual ou não entre eles. Taylor Swift e Tom Hiddleston são ótimos exemplos recentes de showmance, onde duas celebridades se unem por conveniência para se auto promoverem e lucrarem financeiramente com este teatro emocional. Bromance e Showmance são filhos bastardos do velho e famoso Romance que, aliás, continua em boa forma física, obrigado!

MESMO ASSIM

Por mais que você cuide de sua pele, ela vai envelhecer. Por mais que você coma alimentos refinados e caros, a comida mastigada não transcenderá o paladar. Por mais que você viaje de primeira classe, o risco do avião cair é o mesmo que para todos os outros passageiros de classe econômica. Por mais que você vista roupas caras de marcas famosas, elas um dia sairão de moda. Por mais que você proteja e prenda os seus filhos adolescentes, eles cairão na roda do mundo sem a sua presença constante. Por mais que você cure ou ajude a curar clientes e pacientes, você também adoecerá. A gente sabe de tudo isto. A gente prefere esquecer ou ignorar. Assim, a gente continua cuidando da aparência, mantendo um status invejável, amando os filhos distantes e exercitando o bem. Viver não é deixar de viver. Morrer não é deixar de viver. O instante pertence à eternidade e não a nós.

MAIS VANTAGENS

Não adianta insistir. Algumas pessoas não querem mais fazer parte de nossa vida. Umas se cansaram de levar migalhas, de nossa negatividade, de nosso egoísmo, de nosso mau humor, de nossas frases e casos repetidos exaustivamente denunciando falta de renovação ou falta de criatividade e desgaste do relacionamento, de nossa frieza emocional, de nossos defeitos incorrigíveis e de nossos valores ultrapassados. Outras agora se interessam por outros assuntos, outros ambientes, outros grupos de profissionais, outros relacionamentos íntimos, outros sonhos que nos excluem, querendo esquecer o passado, querendo tentar novamente com outras interações o que parou de funcionar conosco ou querendo sair da zona de conforto delas para alçar novos voos. Não adianta insistir. O ser humano só fica numa relação vantajosa.

GRATO

Ontem amanheci bravo comigo por ter me dado conta de que não expressava gratidão há vários dias. Imediatamente agradeci por ter me dado conta disso e assim não extender a falta de gratidão que poderia, num dia, virar ingratidão e desencadear uma série de eventos indesejáveis ou de emoções menos nobres. Ficar bravo comigo, mesmo que por alguns instantes, é uma delas. Gratidão é assim, esta tomada de consciência das consequências de meus pensamentos e conversas com meus botões, seguida da capacidade de ver lições em tudo como lucro de cada interação. Só o lucro pode ser bruto, as emoções não podem quando se é consciente. De bravo a grato o espaço é de um segundo. Basta caminha-lo na direção certa.

A FORÇA DA PALAVRA

É possível transformar palavras em arte descrita nos livros, nos palcos e nas músicas. É possível transformar palavras em negócios, acordos, contratos, compromissos de honra e responsabilidade. É possível transformar palavras em conhecimento, ciência e sabedoria. É possível transformar palavras em pontes para aproximar pessoas ou em bombas fragmentárias para afastá-las. É possível transformar palavras em narrativas do que se viveu ou em sonhos do que se quer. É possível transformar palavras em atitudes, valores e sentimentos. É possível transformar palavras em novas palavras. É possível transformar a tudo e a todos a partir da palavra.

O IMPACTO DAS MUDANÇAS

Ao analisar a questão da mudança inesperada, deparei-me com duas vertentes.  A primeira defende a preparação das pessoas antes do anúncio das medidas que entrarão em vigor ou de que maneira elas serão implementadas a seguir, quais serão as metas e vantagens da mudança, de onde veio o comando, quais os motivos reais que despertaram a necessidade de mudar algo. A segunda defende a comunicação da mudança de forma autoritária e inquestionável em nome da hierarquia de comando, sem preparo nenhum. A primeira abre espaço para a resistência dos que veem desvantagens, dos que temem aumento de responsabilidades ou necessidade de longo aprendizado. A segunda abre espaço para o criticismo pessoal dos gerentes com intuito de enfraquecer o provável sucesso da mudança, ao se sentirem ameaçados e retirados da zona de conforto. Tanto na empresa quanto nos relacionamentos, a medida apresentada causa menos impacto do que a surpresa instituída, ao dar tempo para as pessoas envolvidas assimilarem a proposta com o sentimento de estar fazendo parte da mudança. Tudo depende da visão de liderança.

O AVESSO DO HOMEM

Foi agredida, entrou em coma e faleceu uma garota que havia recusado uma cantada. Mentes doentes e sem valores de respeito, de masculinidade, de limites estão soltas por aí se alimentando de admiração pelos estupros coletivos. Quanto menos sentido fizer a ação social, mais desembestadas estas mentes distorcidas ficarão na correria do destino rumo ao absurdo. Vivemos em tempos de cólera, alimentados excessivamente por uma mídia negativa e mentirosa. Desfocados da visão de longo prazo, a gente acaba se prendendo ao imediatismo inconsequente. Apagamos a história e nos recusamos a escrever um futuro descente. Viver está ficando cada vez mais consternador.

O CHORO

O homem que violenta, trucida, degola, perdeu a capacidade de chorar, não perdeu a capacidade de amar nem os valores de uma convivência pacífica, foi a capacidade de chorar mesmo. O homem conheceu o choro como uma porta de salvação e cada um a regulou como se controla a água de um rio nas represas. Este acúmulo o mortifica lentamente, o desumaniza gota a gota. Tornando-se um amontoado de fragmentos desconectados ele se laça numa vida de gravetos, de ciscos, de lixos e decomposição acelerada. A humanidade precisa voltar a chorar, reaprender a chorar sem ranger os dentes diante de uma hecatombe maior. É assim que se mata uma humanidade, amputando em cada pessoa a capacidade de chorar.

DESCONSTRUINDO

Hoje combatemos em público e nos outros o que um dia nos serviu de salvação. Somos contraditórios, incongruentes, injustos, volúveis. Gostamos de defender o abstrato, as imagens de nós que tentamos projetar no mundo. Sabemos que ninguém é totalmente o que aparenta ser e por isso permitimos o teatro, a farsa, o jogo, os testes, a mágica. Ao cansarmos de um certo público, passamos a desconstruir pessoas e expectativas sobre elas, planos e sonhos, crenças e valores. Como não suportamos o vazio criado, precisamos preenchê-lo com qualquer coisa que nos reanime e nos faça sentir bons, especiais, úteis, espertos, pois não há tempo a perder. O tempo passa, o tempo muda, mudamos nós também, sem ao menos perceber que, inconscientemente, cumprimos os personagens que nos couberam na representação coletiva da vida humana, onde todos estamos interligados por propósitos invisíveis de algo que não sabemos ainda desconstruir. Se soubéssemos, o faria.

VIDA CURTA

Se a experiência humana possui vida curta aqui na Terra, seria sábio e prudente que fizéssemos escolhas melhores e mais saudáveis para optimizar e acelerar nosso aprendizado de amor e felicidade. Como optamos por escolhas inconsequentes e ilusórias, optimizamos o aprendizado de sofrimento e separação. Desta forma, no mesmo espaço planetário há pessoas amorosas e há pessoas violentas, pessoas felizes e pessoas geradoras de sofrimento. O encerramento ou interrupção da vida de alguém não depende unicamente do que ela estiver fazendo ou pensando, afinal a própria vida não nos pertence. Médicos também adoecem, psicólogos também sofrem com relacionamentos pessoais, atletas paraplégicos também conquistam vitórias e medalhas paraolímpicas. O fim da vida não é uma fatalidade, é um  fato programado até que se consuma. O que faz a morte parecer fatalidade é a escolha que fazemos em relação aos conteúdos abstratos com que nos alimentamos.

BUSCA

Buscamos fora o que está dentro. Buscamos dentro o que está fora. Neste desencontro da lucidez ficamos com o subproduto que é o desânimo. Buscar fora o que é de fora. Buscar dentro o que é de dentro. Compreender as fronteiras que os separam. Ter olhos para localizar o que não se mostra em detalhes. Ser capaz de digerir as buscas e de adormecer na espera. Saber o sabor dos encontros e desencontros. Descobrir o valor de se estar só para revelar as maiores descobertas. Laçar as respostas com o chicote do entendimento. Possuir a luz das respostas antes que elas se transmutem em novas perguntas. Levantar e observar tudo.

AS FORTUNAS

As fortunas acontecem dentro do mercado, seguindo ou quebrando paradigmas, transformando crises em oportunidades, ocupando espaços livres onde a maioria não vê que existem, abrindo-se ao aprendizado e aperfeiçoamento das técnicas de negociação e alimentando certa ambição positiva com coragem e perseverança. Se tempo e dinheiro são energias abstratas representadas em códigos e doses várias, construirá maiores fortunas quem colocar mais tempo, mais energia e mais dinheiro para circular através de negociações. Ao estimular pessoas e clientes a efetuar mais trocas de bens materiais, você estará fomentando a própria fortuna com sua presença positiva e visionária.

PESSOAS E PEÇONHAS

Pessoas convivem com estranhos e conhecidos. Ora precisam se resguardar, ora se sentem confiantes e se mostram transparentes em nome da própria crença. Pessoas convivem com autoridades e subalternos. Ora demonstram medo, ora atacam a quem lhes desrespeita os direitos ou invade sua privacidade e liberdade. Pessoas convivem com sábios e ignorantes. Ora trocam ideias, ora expressam opiniões de forma agressiva e surda. A expectativa é o elemento comum que direciona as escolhas das pessoas na hora de conviver com estranhos, conhecidos, autoridades, subalternos, sábios e ignorantes. Nela são definidos rumos e destinos.

MIMOS

As vezes é preciso descobrir que alguém mais está vivenciando a mesma dor que nos acomete. Pode ser uma dor física, emocional ou existencial, não importa, mas conta o fato de não sermos o único sofredor, diminui a sensação de injustiça, nos consola saber que não estamos sozinhos naquele calvário. Faz-nos mais fortes a ponto de querermos comparar nossas forças de superação. Gostamos de bengalas, de apoio, de mimo, de compaixão dos outros sobre nossas limitações como se nos alimentássemos da força deles. Assim que cumprem a função silenciosa, voltamos a ter juízo e desejamos que ninguém mais sofra o que sofremos. É assim que puxamos o fio do novelo da esperança e nele tecemos uma manta para aquecer nossa estima. Parece estranho, mas é assim que muitos de nós fazemos e não assumimos.

CALA-TE BOCA!

Há coisas que jamais devem ser ditas. Algumas, para evitar sofrimento pessoal e alheio. Outras, para proteger o que alguém acredita precisar de proteção. O sofrimento surge primeiro do julgamento antecipado e discriminatório. O silêncio surge primeiro da insegurança e depois da falta de confiança. A proteção acontece para preservar a vida ou o status adquirido. Há coisas que jamais devem ser ditas para não espalhar revolta, para não destruir imagens de pessoas e de instituições. Há coisas que causam mais bem e menos problemas se não forem ditas. Há coisas mais leves que não devem ser ditas para não estragar a surpresa como elemento positivo. Há coisas mais pesadas que não devem ser ditas para não ferir o orgulho e a estima de alguém que lhe ama. Ao não dizer certas coisas, evitam-se aborrecimentos, culpas e jogos psicológicos. O que for dito poderá sempre ser usado contra você.

PERDAS E DANOS

Estive perguntando a mim mesmo qual seria o perfil das pessoas que só valorizam algo ou alguém depois que perdem. Há que se tratar de pessoas egoístas demais para perceber os outros ou a importância deles. Há que se tratar de pessoas que consideram outras pessoas como objetos descartáveis. Refiro-me a pessoas incapazes de amar ou de entrar fundo num relacionamento saudável, pessoas de pouca afetividade, fora do prumo emocional. O egocentrismo não deixa a pessoa crescer emocionalmente, procurando apenas por relacionamentos vantajosos onde não haja conexão amorosa nenhuma. O egocêntrico perde tesouros valiosos e fica com os danos todos para si ao viver apenas na superfície da vida.

CHARME

Ser charmoso é mais do que ser bonito ou agradável espontaneamente. O charme pessoal inclui um estado interior de positividade diante da vida, um cuidado esmerado com o próprio corpo, a exposição de sorrisos constantes e o carinho para com todos sem nenhuma discriminação ou julgamento. O charmoso é uma pessoa bonita por dentro, aberta ao diferente, de prontidão para transformar cada encontro em prazer ou alegria. A pessoa verdadeiramente charmosa não está preocupada em seduzir o mundo, ela já se seduziu e revela isso a todos por estar tão bem consigo mesma. Os charmosos são necessários ao mundo para nos ensinar a conviver melhor com o que somos, sem depender da aprovação dos outros.

OS OUTROS

Entre reis e plebeus, empregadores e empregados, ricos e pobres, gênios e imbecis, exploradores e explorados, permanece a realidade inegável da dualidade, como forma de expressão da diversidade existente em nossa espécie. Vemos o mundo da maneira mais míope possível, nós e os outros, nós contra os outros, nós sem os outros. Entre nós existem os que querem paz, mas também existem os que querem guerra, os que querem amor e os que querem violência, os que querem acumular riqueza material e os que abrem mão dela, os que pensam por si e os que se deixam dominar por pensamentos rígidos de outras pessoas. Nossa miopia faz parte da dualidade e a sustenta, quando nossos dois olhos – o da razão e o da emoção – olham simultaneamente para dois extremos do infinito. Como se pode notar, cada dualidade gera mais dualidades. Há muito mais para se ver do que os olhos físicos possam alcançar, mas somente acima ou fora da dualidade, no espaço onde não há o conceito de “outros”.

A ILUSÃO DA SABEDORIA

Os mais velhos insistem em afirmar que a sabedoria vem com a idade. Não é bem assim. Até mesmo a experiência pode ou não vir com a idade, pois ela não é disponível a todos. Pode-se fazer melhores escolhas quando se fica mais velho, ou seja, mudar prioridades ao deixar de lado coisas irrelevantes e preocupações desnecessárias para a idade. Isso não é sabedoria, é consequência das limitações do envelhecimento. Por isso nem todos os idosos são sábios. Com menos objetivos no horizonte haverá menos desgaste mental e emocional e isso irá de encontro à redução de energia física e a mudanças do metabolismo do corpo. Sabedoria é um olhar isento de medos, pleno de presença, vazio de cobranças ou desejos e que se alimenta de lucidez. Pode acontecer em qualquer fase da vida.

LUGARES PÚBLICOS

O espaço público é de todos, mas nem todos o sabem compartilhar em estados de boa convivência. Folgados ou provocadores, exibicionistas ou malas, revoltados ou abusados, imaturos ou carentes de atenção, estes grupos de pessoas se encarrega de atrapalhar a experiência agradável dos outros ou de destruir o patrimônio público em defesa plena e absoluta da ignorância. O espaço público é um laboratório de convivência humana onde se praticam a inteligência espacial, a gentileza, a colaboração consciente, a comunicação isenta de egos ruidosos, o respeito e o até mesmo o silêncio quando se fizer necessário. Ao frequentar espaços públicos temos uma amostra real de quem é consciente e de como as pessoas presentes foram educadas, de como se comportam na própria casa ao demonstrar valores adquiridos ou perdidos. Não tem jeito de esconder.

SÍRIA

Ao tomar conhecimento de que atualmente 60% da população da Síria possui menos de 14 anos de idade, fiquei pensando nas implicações de se viver numa sociedade destruída por guerras e por influências religiosas estrangeiras. O erro do ocidente e da NATO em apoiar um presidente sírio que não mais representa sua população, aumenta a fragmentação e destruição de toda uma nação que, para sobreviver entre os escombros, prefere deixar seu país numa aventura migratória de vida ou de morte. Crianças sem pais se tornam vulneráveis a todo tipo de abuso e de cooptação guerrilheira ou terrorista. Crianças sem famílias aprendem sob a égide da fome e do medo que viver é muito perigoso e precisam matar se necessário for para sobreviverem. Traumas definitivos  estão sendo registrados nas vítimas que um dia poderão se tornar perpetuadores da violência social, política e religiosa. Há que se olhar para a Síria com olhos de família humana, enquanto ela evapora diante do mundo omisso.

UNIÃO EUROPEIA

A juventude votou pela permanência da Inglaterra na União Europeia devido a facilidade deles viajarem e trabalharem provisoriamente por 27 países europeus com apenas um passaporte. Os europeus adultos e idosos votaram pela saída devido ao medo de estrangeiros roubarem os postos de trabalho nacional, numa época de escassez de empregos. A juventude não entendeu que centenas de fatores também influenciaram na decisão vencedora de saírem, talvez por eles não ajudarem a criar empregos. Os vencedores não entenderam que o medo não pode definir o futuro de uma grande nação.  A juventude britânica acusa os vencedores de facilitarem atitudes de intolerância em todos os aspectos de uma sociedade livre moderna. Os adultos compreenderam que a formação da União Europeia deu à Alemanha certa supremacia política e econômica sobre os demais países do bloco, o que muitas vezes só se consegue quando se vence uma guerra mundial. Nem todos compreenderam que a guerra silenciosa começa agora com ameaças de todos os lados.

DEMOCRACIAS

Todas as disputas do mundo contemporâneo terão questionamentos dos perdedores sobre os vencedores. Vivemos num momento planetário em que grupos específicos se acham no direito de impor suas convicções sobre toda a sociedade, mesmo após perderem eleições democráticas e plebiscitos. A democracia ainda precisa acordar as pessoas que pensam ser ela apenas um exercício de voto ou de veto. Ver o mundo hierárquico se desmanchar diante de nossos olhos, mas não ver uma nova ordem social nascer da base, justifica a permanência da democracia como instrumento de conscientização da humanidade, rumo à uma organização sociopolítica mais igualitária e inclusiva. A democracia somente será desnecessária quando o povo aprender a se despolitizar e a viver na unidade.

O PODER EM OUVIR

Aprender a ouvir significa tomar consciência de que a importância dada a algum assunto pela outra pessoa pode não significar nada para você, mas continua sendo importante para ela essa necessidade de comunicar o que a inquieta e precisa ser esclarecido para ser digerido. Demonstre a ela que você recebeu a informação, se possível repita as mesmas palavras dela para que ela as perceba com outra voz e entonação. Concorde com ela pelo menos por um instante, sem se envolver nas emoções que ela incorporou à narrativa. Se você quer vê-la otimista, manifeste você primeiro alguma forma de otimismo. Em todas as interações emocionadas a emoção é contagiante, seja ela qual for. Principalmente nos mais idosos.

PAZ E CONSEQUÊNCIAS

O que você diz e o que você faz, em qualquer circunstância, aciona o mapa das consequências. Há quem diga que o que você pensa também. Sem dar tempo ao tempo para digerir o rumo das interações, as consequências se tornam protagonistas e desviam pessoas do entendimento harmonioso. Sem calma, torna-se difícil manejar emoções confusas ou atender a todas as expectativas. Sem calma, tropeça-se no inesperado. Para manter nossa paz de espírito é preciso oferecer paz em cada interação, abrindo mão de argumentações descomedidas já que a paz, interior ou exterior, surgem de uma decisão. Estar atentos nos faz bem.

NOVOS TEMPOS E RECURSOS

Os departamentos de recursos humanos das empresas estão enfrentando grandes dificuldades de segurar os empregados jovens. A geração atual não pertence mais ao sistema hierárquico e buscam sinapses constantes de contatos relacionais como forma de estar no mundo, eliminando quase por completo a lealdade ao empregador. Algumas empresas já estão modificando o lay-out dos escritórios, transformando-os em áreas de lazer, bares e cinemas com telões multimídia. Estes jovens não procuram mais empregos. Eles procuram interações efetivas onde possam ser ouvidos, possam ser proativos com feedback imediato de suas escolhas técnicas e onde se sintam úteis como protagonistas do futuro tecnológico. Inovação é a solução.

CORAL DE MIL VOZES

Dentro de nós há várias vozes. Tem a voz gritante da dor e do desespero. Tem a voz sonolenta da consciência. Tem a voz confusa do entendimento. Tem a voz ruidosa do passado. Tem a voz pirotécnica do futuro. Tem a voz companheira dos sussurros de harmonia. Tem a voz do coração, pequena mas essencial. Tem a voz intrépida da ignorância. Tem a voz azul das intenções amorosas. Tem a voz sábia do espírito. Tem a voz acelerada da precipitação. Tem a voz rouca dos comportamentos tolhidos e sublimados. Tem a voz que canta a vida, cantando emoções para alguém. Tem a voz seca, quase muda, quase calada e assustada dos medos. Tem a voz altiva da confiança em si mesmo.  Tem a voz nublada do inconsciente. Tem a voz melosa do desejo. Tem a voz perdida de quem não tem voz, querendo se encontrar no caminho entre a garganta e a boca. Tem a voz irresponsável dos julgamentos. Tem a voz que insiste e a voz que desiste. Todas as vozes nos habitam. Até mesmo as que eu esqueci.

IMPACTO

Evitar assuntos controversos faz bem para o corpo. Quem se emaranhou num novelo obsessivo de opinião rígida, jamais terá capacidade de ouvir e de conviver com o diferente. Ele se recolherá numa redoma de vidro e verá ameaças e perigos em tudo o que for diferente de suas crenças. Ele foi impactado pela percepção de injustiça em algum momento de sua infância e a projetou anos mais tarde sem ter esta consciência. Quem não resolveu no passado terá mais dificuldades e conflitos no futuro ao misturar contextos. Tem horas em que é melhor segurar a respiração e deixar o bicho morder o próprio rabo.

RETORNO

Quando você não quer voltar para um local ruim onde viveu sua juventude, o que conta não é a sensação de fracasso nem o reencontro com a dor de encontros e desencontros vividos. Não é o medo de não ser aceito pelos que nunca saíram dali, considerando o quanto você mudou neste tempo todo. Não é o orgulho de ter mais bens materiais agora do que muitos daquele lugar, um prazer como recompensa por ter saído e prosperado.  O que conta em sua resistência é saber que lá fora há vida e dinamismo, oportunidades criadas e oportunidades oferecidas, pessoas em comum com a ambição de crescer e com a alegria de se divertir sem limites. O que conta é a verdade que aquele lugar para onde você está voltando não tem vida.

NEUROSE

Durante toda a sua adolescência e idade adulta você se tornou uma pessoa forte, de opiniões formadas, incapaz de se deixar levar pela opinião dos outros. Sua experiência ofereceu rigidez na forma de pensar e de falar. Aos poucos, sem tomar consciência, você se moldou em plena teimosia, achando que sabe mais do que todos e sobre tudo, desafiando o conhecimento médico, desmentindo as notícias da mídia, tornando-se proprietário da verdade. Com a chegada da terceira idade você já registrou em pedra e ferro a sua obsessão, a sua neurose e com elas a sua alucinação, sem saber se valeu a pena ter tanta razão assim no início de sua maturidade. Agora você corre o risco de transformar sua neurose em problemas para o mundo resolver.

PULSE (2)

O califado muçulmano assumiu o atentado, considerando Mateen um de seus seguidores. Aqui nos deparamos com a terceira implicação do episódio, a triste manipulação de jovens com mentes doentias, tornando-os inocentes úteis para uma causa violenta e sanguinária que está assustando o mundo com suas barbáries. Por trás dos ataques do ISIS, nós nos deparamos com a quarta implicação, a triste desumanização dos gays perpetrada por muçulmanos e cristãos do mundo inteiro, espalhando crimes de ódio quando deveriam ensinar e praticar o amor por toda a humanidade. Em pleno século XXI nós testemunhamos que não existe linha do tempo. Todas as fases de evolução e involução da humanidade retornam ao aqui e agora, mudando apenas os contextos e mantendo o núcleo central da agressividade humana como norma de sobrevivência num planeta superpopuloso e expressando o medo como a religião única de todos os povos.

PULSE (1)

O ato terrorista em Orlando, Flórida, possui várias camadas de complexidade a serem analisadas. A esposa de Omar Mateen, o autor do massacre, revelou que ele possuía tendência homosexual, logo após a confirmação de que ele frequentava o clube gay com um amigo gay e várias vezes saiu do clube carregado por estar muito bêbado. Nesta primeira implicação, deparamos com o triste desequilíbrio emocional de um jovem que não aceitava a própria homossexualidade por motivos religiosos que imputam a culpa e a condenação pública aos infernos aqui mesmo na Terra. A família dele também confirmou que ele sofria de distúrbios de bipolaridade. Aqui nos deparamos com a segunda implicação, o triste desequilíbrio mental de um jovem que sofria descargas internas hormonais ora deprimentes ora excessivamente empoderadoras, tentando combatê-las ou delas fugir através do consumo de bebidas alcoólicas.

ESCOLHA DAS ESTAÇÕES

Ciclos existem e sempre existirão. O mundo aparente é resultado de nossas escolhas pessoais e sempre envolvem as pessoas mais próximas de nós. Tudo muda constantemente para sustentar o movimento do que se chama vida. Conscientes ou não, fazemos escolhas o tempo todo. Vale dizer, escolhemos sim a estação interior que nos conduz pelos caminhos da existência. Tem gente que vive apenas no verão, levando uma vida louca e irresponsável, sem pensar nas consequências. Tem gente que vive apenas no inverno, vivendo uma vida isolada, sem interações sociais que tragam afetividade e prazer. Tem gente que vive constantemente no outono, vivendo apenas para as coisas materiais, sem se darem conta de que estão multiplicando medos. Tem gente que vive constantemente na primavera, vivendo apenas para tirar as coisas do lugar, pautando-se em planos que nunca são colocados em prática. Não basta escolher uma estação para viver. É preciso deixar que elas fluam naturalmente e nos escolham para esta aventura chamada vida.

COMO SE REINVENTAR

Preciso me reinventar da forma mais natural possível, embora não saiba por onde começar. Já fiz isso tantas vezes e nem prestei atenção como o fiz. Poderia recomeçar pela primavera de mim, saindo mais, brilhando os olhos, florescendo bons pensamentos, compartilhando com o mundo os aromas e perfumes do que tenho de bom. Poderia reiniciar pelo meu verão, esbanjando energia, acolhendo amizades em minhas águas, praticando mais esportes radicais e acionando todas as luzes das minhas paixões. Poderia recomeçar pelo outono pessoal, podando minhas arestas de excentricidades e manias, abrindo mão dos supérfluos, preparando-me para os desafios do amanhã e ficando mais resumido para sentir meu próprio sabor. Poderia também reiniciar pelo meu inverno, recolhido em minhas entranhas mais sublimes tão ricas de recursos, indiferente à frieza do mundo, amando a minha infinita profundeza, todos os dias da minha vida e reencontrando minha origem. É só escolher qual estação deixo acontecer dentro de mim mesmo.

PRIMAVERA

Primavera lá fora é primavera cá dentro. Assim como a natureza inteira se prepara com euforia e entusiasmo para uma nova fase de beleza exterior e dinamismo saudável a favor da vida, assim também nós nos preparamos com novos planos e novos hábitos, praticando novos exercícios ou esportes preferidos, limpando gavetas, cuidando de jardins e de plantas caseiras, cantando no banho, viajando sempre que possível e passando mais tempo fora de casa. Primavera é um período de exuberâncias, de novidades, de apreciação e de respiração profunda. A mudança é totalmente bem vinda e ocorre de forma natural quando nos acasalamos com a vida em sua essência.

INVERNO

Inverno lá fora é inverno cá dentro. Assim como a natureza inteira se recolhe na intimidade, em noites longas, despojando-se de tudo o que pode significar desgaste, nós também, como parte desta natureza, nos agasalhamos melhor, consumimos mais gordura para reter energia, fugimos das geadas e chuvas frias com um ótimo cobertor, descansando o corpo físico para contemplar internamente a essência do espírito que somos. No inverno prestamos mais atenção aos nossos relacionamentos, sentimentos, pensamentos e emoções, notando com clareza o que nos falta alcançar. No inverno nós nos distanciamos do mundo e reconstruímos nossa fortaleza interior para as competições do mundo. A hibernação é nosso melhor recurso neste ciclo. A mudança não é bem vinda e a reflexão ocorre de forma natural.

OUTONO

Outono lá fora é outono aqui dentro. Assim como a natureza se despe dos excessos, prenunciando tempos escassos e poupando energia e recursos para o futuro, assim também nós acumulamos recursos de formas ambiciosa, gananciosa e egoista, temerosos de perder o que possuimos e de não ter amanhã o que necessitaremos ou acreditamos precisar. É um ciclo de garantias no abastecimento energético e de cobranças nos relacionamentos. A gente corre atrás do prejuizo, mete-se em novas dívidas, cobra nossos devedores, compra mais do que precisa e muda prioridades. A mudança se manifesta como esperança e como garantia de futuro de forma natural, pois somos preservacionistas. No outono nós buscamos a matéria com afinco e demarcamos nosso território com garras afiadas.

VERÃO

Verão lá fora é verão cá dentro. Assim como a natureza inteira alcança esplendor em tudo o que move, redescobrindo seus limites ou sua capacidade máxima de contornar obstáculos físicos para se regular, assim também nós nos excedemos em atividades físicas no verão, expandindo a imaginação de forma prática, aperfeiçoando nossas conquistas e sedimentando relacionamentos pelo lado positivo da vida. Queremos divertir, curtir cada momento com intensidade, sorrir para as pessoas, esbanjar simpatia, para encontrar nosso espaço em todos os setores da sociedade, acreditando cada vez mais em nosso potencial individual, mas prontos para somar. A mudança é substituída neste ciclo pela implementação consciente de tudo o que foi incorporado na estação passada, ocorrendo de forma natural através de novas experiências do Ser.

OLHAR HUMANO

O olho da águia enxerga melhor quanto mais alto ela voa. Este distanciamento físico a libera das tramas traiçoeiras do envolvimento, das distrações nas interações e da influência da presa sobre a estratégia dela. O olho da formiga enxerga melhor quanto mais perto da outra formiga ela se encontra. Elas se comunicam em breves sinais sobre achados e perigos e imprimem velocidade ao seu trabalho baseadas nesta sinergia de cooperação. O olho do homem nem sempre vê o que está próximo de seu nariz, muitas vezes por escolha em não querer ver. Além de perder a visão que a montanha tem sobre o vale, ele perde as coisas pequenas e valiosas que escapam ao seu foco de atenção. O homem vê com o cérebro e não com os olhos.

NÃO CONTE

Não conte dinheiro, o número obtido pode não lhe agradar. Não conte estórias sem fim para não se tornar uma pessoa tediosa. Não conte estrelas para não se distrair e cair no buraco. Não conte mentiras para não precisar de muletas de novas mentiras que as sustentem. Não conte piadas para quem não tem bom humor. Não conte os erros para não julgares nem seres julgado. Não conte os deslizes para não caírem no riso. Não conte seus planos para não serem entortados pelos outros. Não conte sacrifícios para não seres abatido pelos exploradores. Não conte as horas passadas para não perderes os momentos presentes. Não conte os ovos antes de serem botados pela galinha, pois não sabes quando a raposa do imprevisto chegará. Nada conte. Apenas testemunhe.

DISCUTIR E DEBATER

Assuntos polêmicos trazem em si grande potencial para deteriorar amizades, desperdiçar energia e abraçar problemas mais sérios, além de nada resolver ou contribuir para a formação de opinião dos envolvidos. Discutir não é debater. Discutir é assumir um posicionamento de forma rígida, é impor uma percepção, é desmerecer outras opiniões válidas. Debater é analisar  consequências e eficiência da aplicação prática de ideias, é analisar com maior profundidade alguns fatos ocorridos de forma conflituosa. O complexo não se resolve nunca, mas pode ser abordado com novas percepções e novas orientações. O complexo é apenas uma possibilidade de inclusão e soma de várias leituras, sem considerá-las certas ou erradas. Discutir é perda de tempo. Debater é expandir conhecimento.

ELEVADOR

Observei várias vezes o comportamento das pessoas, de frente ao elevador, em várias repartições públicas, clínicas ou empresas e notei algo que se repete muitas e muitas vezes. Eu chego antes, pressiono a tecla para chamar o elevador, a tecla se ilumina e aguardo o elevador chegar. Cada pessoa que chega a seguir, independente de quantas pessoas já estejam esperando pelo elevador, pressionam novamente a tecla para chamar o elevador como se estivéssemos ali assistindo televisão ou como se fôssemos parvos o suficiente para parar de frente ao elevador sem pressionar a tecla de acesso a ele. As pessoas não pensam mais, nem nas mínimas coisas, não possuem senso crítico, não possuem visão periférica, não exercitam mais a lógica, não se comunicam antes de fazer algo em conjunto. Estamos todos automatizados.

ÁTIMO

Tudo o que é possível, vai acontecer. Tudo o que parece ser impossível, pode acontecer. Tudo o que aconteceu, passou pelas mãos da possibilidade e pela cabeça do destino. Tudo o que aconteceu foi desencadeado por fatores anteriores. Tudo o que é possível, transforma-se em pensamentos. Tudo o que é impossível, aguarda o trem da probabilidade para pegar carona. Tudo o que ainda não aconteceu, pode ter acontecido quando não estávamos lá. Tudo o que aconteceu, quebrou ou obedeceu a regras e leis universais. Tudo o que acontece é real para uns e irreal para outros. Tudo o que acontece tem propósitos e despropósitos. Acontecer é apenas um átimo atômico.

CAIR A FICHA

O entendimento claro e preciso não é para muitos. Não é possível para quem nega a realidade como ela é. Não é possível para quem possui visão distorcida ou defende uma agenda pessoal que a cega. Não é possível para quem anda no mundo da lua e depende apenas de um paraquedas chamado acaso. Não é possível para quem tem preguiça de pensar e refletir sobre o que lê, vê ou escuta. Não é possível para quem tem pouca experiência de vida, pois só aprendem pelo fazer. Não é possível para quem escolheu viver na superficialidade, cultivando o inútil e o supérfluo. Quem não entendeu algo é porque ainda não está maduro para aquilo. Cair a ficha é a expressão usada ao receber o entendimento de forma repentina, sem qualquer esforço consciente.

CONTRATOS EM GERAL

Nem todo contrato é escrito no papel para ter validade. Há contratos inconscientes de alma, destes em que as coincidências e similaridades da vida são mais do que coincidências. Há contratos emocionais onde duas pessoas se apoiam com confiança para atravessar os momentos difíceis. Há contratos psicológicos onde duas ou mais pessoas se comprometem a sustentar um conjunto de comportamentos específicos que os façam se sentir úteis. Há contratos sexuais onde duas pessoas praticam a entrega sem se perderem. Há contratos de honra onde a palavra dada é firmada em valores humanos de honestidade e brio. Há contratos de cumplicidade onde duas pessoas escondem juntas suas verdades mais questionadas pelos outros.  Há contratos espirituais onde a pessoa se agarra ao poder de alguma entidade religiosa para alcançar alguns objetivos nesta vida. Todos tem data de vencimento. Todos tem contratos.

FÁBULA DAS PODAS

Certa vez um jardineiro acordou nervoso e foi trabalhar irritado e raivoso. Ao chegar perto da árvore frutífera mais frondosa do pomar, decidiu podá-la sem mais nem menos. Como sua emoção predominante era a raiva naquele momento, ele podou mais do que deveria, sem se dar conta do que estava fazendo. Nos anos seguintes aquela árvore já não tinha força, produzia menos e seus frutos se formavam com fungos, perdendo toda a doçura anterior. O homem que a podou foi o primeiro a perder a delícia de seus frutos. Quem por ali hoje passar, dirá que aquela árvore-pessoa não presta mais para nada, pois não saberá que um dia um jardineiro mudou o mundo com a sua raiva. Para pior.

PENSAR É UM VÍCIO

Pensar é um vício difícil de combater, já que o cérebro humano foi criado e programado para pensar enquanto estiver funcionando. Há quem pratique técnicas para acalmar a velocidade dos pensamentos. Há quem pratique técnicas para influenciar os pensamentos de outras pessoas. Há quem pratique yoga para calar a mente e ocupá-la com a arte da contemplação. Há quem faça uma lavagem cerebral em outras pessoas para repetirem apenas o que lhes foi programado. Há quem pratique técnicas para desprogramar a mente de um espião ou preso político, conforme os interesses e as circunstâncias. Há quem se especialize em confundir a mente dos outros com mentiras brancas e desinformação. Há quem se especialize em ajudar pessoas a organizarem seus pensamentos para obter melhores resultados práticos. Há quem ensine a mente de alguém a aprender e a desaprender. Há quem pense alto pelas ruas como sintoma de distúrbios mentais. Eita vício difícil.

LENDA

Houve um tempo em que tudo era gigante na natureza. Sem interferência da humanidade, como a conhecemos hoje, a natureza mandava e desmandava. Havia Deuses Imensos e Semideuses, dinossauros e outros animais gigantescos, torrentes furiosas de lavas e labaredas, raios demorados, árvores monumentais e ilhas celestiais. Um dia o homem, como o conhecemos hoje, chegou por aqui, fez a pedra rolar, colocou fogo nas matas, caçou o que não devia, destruiu o que nunca aprendeu a criar e pensou que era o dono de tudo. Como ele se procriou e proliferou profusamente, não deu tempo de descobrir a verdade.

QUEM É VOCÊ?

Quem está pronto para a transição que algumas pessoas chamam de fim, estará pronto para começos e recomeços. Estejam todos atentos. Em um segundo se desfaz o que levou anos ou centenas de anos para se manifestar. Um segundo apenas. Tudo é energia e à energia retornará. O tempo é mera ilusão para quantificar tudo o que não se explica por ter dimensões atemporais. Comece  aperceber tudo como energia em constante transformação. Você só vê a parte, nunca o todo. Você só vê o visível, nunca o invisível. O todo e o invisível sempre existiram, mesmo antes de você ser concebido pela primeira vez. A essência do Ser é o que chamam de NADA, o vazio que não se preenche, o vazio que apenas se movimenta para que a energia se manifeste na diversidade. Acorde. Você não é o que pensa ser, nem o que pensa ter. Você é esse NADA.

SEM CÓPIAS

Passe a sua felicidade adiante, nunca as suas frustrações. O que você doa sempre volta, às vezes duplicado, conforme a intensidade do que você lançou no mundo. Assuma logo que você é peça rara, sem cópia, artigo de valor do sonho de consumo de muitas pessoas. Como tem sempre alguém querendo ser o que você é, pare de querer ser como um outro alguém que admira, passando a admirar-se e a reconhecer em si sua originalidade. No meio de sete bilhões de habitantes você tem a chance de se revelar único e isso é muito significativo. Seja o que é, seja único, seja você....e pague o preço.

CIÊNCIA E RELIGIÃO

Podemos dizer sem hesitar que ciência e religião são duas faces da mesma moeda, uma vez que observam o mesmo objeto de estudos. Cada uma escolhe seus próprios ângulos e filtros, gerando as percepções correspondentes a eles, elaborando teorias ou dogmas em torno da consciência de fatos e defendendo seus achados através da organização do conhecimento dentro de suas respectivas instituições. Uma denomina Deus, a outra chama consciência. Uma denomina espírito, a outra chama éter. Uma denomina karma, a outra chama balanceamento de energia. No final, as duas faces revelam aspectos diferentes e complementares da origem e da infinitude do que se pode ver e sentir enquanto vivos e daquilo que é eterno mesmo distante de nossos olhos.

RESPEITO

Respeito é o termômetro da saúde de um relacionamento. Se o filho é bom filho, existe respeito entre ele e os pais. Se o marido é bom, existe respeito entre ele, a esposa e a sogra. Todo relacionamento deixa de ser saudável quando o respeito é trocado por acusações, humilhações, perseguições e implicância exagerada, boicote profissional, descrença e altas cobranças. Os medicamentos para um relacionamento comprometido passam por profissionais terapeutas, suporte religioso, perdão e reconciliação, repactuação, renovação do compromisso de caminharem juntos. A dose do medicamento, depende de cada caso.

O TEMPO SEM TEMPO

A vida acontece numa trama infinita de eventos paralelos. Para registrar fatos e gerar conhecimento, a humanidade decidiu quantificar e fragmentar a percepção de tudo o que acontece e deu a isso o nome “tempo”. Por se tratar de ilusão, o cérebro humano revelou perdas de memória, convulsões temporárias, confusão linear, estados de fuga, alucinações, sonhos advinhatórios e outros mistérios ainda incompreensíveis pela lógica. O passageiro passou de longe só para complicar. Sem a ilusão do tempo, existe apenas uma fina membrana transparente entre os mundos físico e não físico. O tempo nos confunde o ser e o ter.

SILÊNCIO AMIGO

Quem some da gente, ou está muito ocupado ou está muito ocupado, o resto é alucinação. Adquirimos a péssima mania de fazer suposições e agir em cima delas, muitas vezes criando e complicando a situação ou a comunicação truncada que se segue. O ideal é ter paciência para aguardar contato ou enviar uma breve nota de saudade ou preocupação com o sumiço da pessoa. No entanto, se sabemos que a pessoa está se comunicando com todos os seus amigos e amigas, menos com a gente, podemos então começar a alucinar dobrado. O silêncio das pessoas merece consideração e respeito também. Há que se dar tempo às suposições de cada um até que se esvaiam.

FOGO AMIGO

Chama-se fogo amigo ao ato de um soldado atacar um companheiro de armas pensando tratar-se de um inimigo no escuro. Deve-se a isso um alto grau de estresse mental e pressão psicológica. Nos relacionamentos de amizade, nos ambientes de trabalho, nas salas de aula ou em reuniões profissionais o fogo amigo também faz os seus estragos. Fatores extras como mágoas pessoais, ciúmes, competição e precipitação contribuem com o ambiente beligerante, graças a uma comunicação distorcida por fatos ocultos e por palavras impróprias de julgamento. Todo cuidado é sempre pouco onde se reunem mais de duas pessoas.

JANELAS

Se as janelas falassem, elas desejariam “bom dia” todos os dias ao sol que a perspassa. Elas registrariam na memória tudo o que alguém tentou esconder lá dentro ou imaginou lá de fora. Elas se sentiriam mais fortes do que o vento ao trabalharem como porteiros da casa. Elas refletiriam seu próprio brilho e beleza para que o mundo as admirassem. Elas abririam o dia e cessariam as noites para deixar bem claro quem ali manda mais. Se as janelas falassem, elas se mostrariam mais arrogantes do que as portas que batem, mais poéticas do que os telhados que namoram a lua, mais coloridas do que as paredes que alimentam entregas de corpos. Ainda bem que não falam.

CONTRADIÇÃO EVOLUTIVA

Na escala evolutiva somos considerados animais racionais, apesar de tanta irracionalidade expressa em cada milímetro deste planeta pela humanidade inteira. Se a razão nos deu a liderança planetária, ela ao mesmo tempo nos fechou numa prisão de imersão incessante no reino dos pensamentos. Passamos a acreditar que somos o centro do universo, a raça eleita por Deus, a imagem e semelhança do Criador e outras alucinações teológicas. Passaremos o resto de nossa existência, se não formos extintos antes, a buscar este tal de poder através do conhecimento, sem nos darmos conta de que é exatamente este aglomerado de conhecimento que nos transforma em entes celestialmente ignorantes.

GRANDES

A gente nunca sabe quando vai precisar da ajuda de pessoas próximas a nós no trabalho, na escola e na família, mas temos certeza de que um dia acontecerá. Nada como ser gentil, atencioso, prestativo, agradável, educado e justo para com estas pessoas. É um trabalho lento de semeadura, uma conta corrente de créditos, um exercício de amizade e compaixão misturados com profissionalismo e humanitarismo. Mesmo que haja egoismo da parte delas, em não nos ajudar quando precisarmos, ainda assim vale a pena demonstrar nossa estatura humana diante dos baixinhos de caráter. Nós não as ajudamos por interesse, mas sim por colaboração na construção de um ambiente sadio. É isto que nos torna grandes.

NEGOCIATAS

Quando um político no governo favorece alguma autoridade pública, damos a isto o nome de corrupção passiva se for relacionada a cargos e damos o nome de corrupção ativa se for feita com transações de dinheiro vivo. Nada ou nenhum favor é impagável a ponto de criar e cobrar obrigações e favores por toda a vida. Se houver pressão ou cobranças constantes por um período muito prolongado, o favor roubou a independência de consciência de alguém, passou a ser perda de dignidade, de autonomia, de liberdade, onde não mais existem diferenças entre o corruptor e o corrupto. É isto o que estamos assistindo na vida pública brasileira em um de seus momentos mais espúrios da história política nacional. Ao que tudo indica, os eleitores precisam ficar cada vez mais vigilantes e proativos.

REJEICAO (12)

Para diminuir ou resolver sua sensibilidade à rejeição, procure por ajuda profissional. Terapias nos ajudam a acessar nossas crenças infundadas, nossas projeções de infância, nossos valores mais caros em termos de relacionamentos. Terapias validam nossos sentimentos até que possamos encarar a realidade com mais força e segurança. Terapias nos vacinam contra dramas desnecessários ou definições distorcidas de comportamentos doentios. Terapias ajudam a trazer a satisfação de volta. Fortes, ousamos caminhar novamente com a cabeça erguida e o coração pacificado. Fortes, recuperamos o direito potencial à felicidade.

REJEIÇÃO (11)

A rejeição social dói de verdade, dói no corpo físico porque o cérebro a experimenta como dor física processada no cortex que processa dores e traumas, dói como um coice de cavalo e gera ansiedade prolongada. Pense duas ou dez vezes antes de rejeitar alguém. Não seja racista nem preconceituoso, afinal você não é um cavalo selvagem. Tome consci6encia de que a rejeição social é devastadora na vida de algumas pessoas. Para elas é como apagar uma vela que quer queimar, como interromper uma gestação que quer nascer, como podar raízes de um velho carvalho imponente. Da próxima vez que magoarem seus sentimentos, tome uma aspirina para a dor física da rejeição. Isso mesmo, uma aspirina.

REJEIÇÃO ( 10 )

Ciente da necessidade de prosseguir sem culpas, a pessoa que rejeitou carregará para sempre a consciência de seu egoísmo e saberá que saiu menor do episódio, pois achou que estar certa seria mais importante do que respeitar os outros. Tenderá a atrair e a repetir o tipo de situação semelhante com outras pessoas em outros ambientes e contextos, pois a dualidade da vida se encarrega de reajustar as energias kármicas do indivíduo. Combaterá o mau combate dentro de si mesma e se tornará mais defensiva e dissimulada. Ela se afastará cada vez mais da capacidade de amar e compensará suas perdas com novas formas de fuga. Ela pagará o seu preço silenciosamente, longe dos olhos de que ela rejeitou.

REJEIÇÃO (9)

Ciente da necessidade de se refazer, a pessoa rejeitada iria procurar por outras pessoas para atender suas necessidades ou se preencheria com coisas fugazes até encontrar um novo alguém. Tendo recaídas ou não, alucinando ou não, ela se conscientizaria de que sempre foi livre para tomar decisões de seu interesse maior e de que pensaria duas vezes de agora em diante antes de rejeitar alguém em sua vida. Ela compreenderia que a estatura humana  interior  não muda, cada um tem a pequenez ou a grandeza com que viveu suas escolhas pessoais, independente se gostamos ou não, independente dos contextos vividos e trocados. Cicatrizada pelas lembranças do que os outros são, ela deixaria de se rejeitar e abraçaria a si mesma no colo de sua divindade mais querida. O tempo se transformou no único remédio da alma atemporal.

REJEIÇÃO (8)

Durante o processo de lamber as feridas, a pessoa rejeitada continua questionando como seria o relacionamento se ela simplesmente tivesse aceitado a decisão de quem a rejeitou, com certa dificuldade de superar o ato da pessoa. Ela continuaria doando muito e recebendo quase nada. Ela continuaria a ser desrespeitada e descartada se não atendesse a outra parte em suas novas demandas, agora exclusivistas ou egoístas. Ela permaneceria triste, fingindo estar bem, sentindo-se incompleta interiormente, esperançosa de um dia voltar a ser tudo o que foi. Ela passaria a duvidar sempre das intenções da outra pessoa e ambos não sobreviveriam num clima onde nenhuma das partes  não fosse verdadeira consigo mesma. Ela consideraria da mesma forma a necessidade de partir, partindo dela mesma.

REJEIÇÃO (7)

A comparação que a pessoa rejeitada faz, passa a ser seu mecanismo mais usado de estar no mundo. Sem o referencial humano importante ela se sente um objeto descartado depois de ser sugada e explorada em vários aspectos do relacionamento. Dói-lhe ver a outra parte fingindo que nada aconteceu, dói-lhe saber que pessoas capazes de lhe fazer tanto bem agora são capazes de lhe fazer tanto mal. O campo de negatividade energética criado ao redor dela acaba respingando silenciosa e espiritualmente no campo emocional de quem a rejeitou. Fica no ar um resquício de injustiça que acaba afetando psicologicamente quem rejeitou e vai se revelar no exercício da desconfiança.

REJEIÇÃO (6)

A pessoa rejeitada se torna amarga, nervosa, tensa, insone, alucinada, inconveniente, deprimida, apática, desmotivada. Ela deixou de fazer parte dos planos de alguém, perdeu certas regalias daquele relacionamento tais como a espontaneidade de brincadeiras e papos agradáveis ou o status oferecido ao lado daquela pessoa, pois não fora preparada psicologicamente para a mudança, restando-lhe apenas a reação e as feridas para lamber. Aos poucos vai se sentindo injustiçada, abalando sua confiança nos outros e tornando-se imprevisível, fora do controle e do conhecimento de quem a rejeitou. Em seu novo espaço físico ela trama as mais sórdidas vinganças no reino da imaginação.

REJEIÇÃO (5)

A pessoa rejeitada tem duas opções em relação a mim que a rejeitou. Primeira, buscar por explicações para recuperar a harmonia da comunicação no relacionamento, listando os fatos para me reaproximar da verdade que ainda não foi esclarecida, pedindo perdão para consertar a situação, reduzindo o nível de cobranças e destacando as alegrias da cumplicidade de uma relação tranquila e duradoura. Segunda, confrontar a verdade dos fatos com as palavras de mágoa e agressividade, piorando a situação e acelerando o rompimento por depositar mais cobranças, buscando por apoio externo de outras pessoas e me expondo ao ridículo para eu ser crucificado pelo mundo, ou seja, fazendo drama em cima da dor que a consome.

REJEIÇÃO (4)

Quando decido rejeitar alguém, acredito estar por cima dela, ser melhor do que ela, não precisar mais dela. Minha superioridade me autoriza a criticar, discriminar, julgar, condenar, ofender, humilhar, vingar, dar o troco ou ensinar-lhes uma lição. O que me importa é recuperar meu domínio pessoal. Cansei, fiquei de saco cheio com a perda de minha autonomia, com as ameaças aos meus segredos ou a minha incapacidade, com a rotina previsível e com a insensibilidade da outra parte em relação aos meus limites. Não existe rejeição sem julgamento, sem exclusão ou distanciamento emocional, sem medo de encarar a verdade. Toda rejeição é um mecanismo de fuga.

REJEIÇÃO (3)

Quando eu decido rejeitar alguém, pois trata-se de uma decisão pessoal e unilateral, acredito estar defendendo meus princípios, minhas crenças e meus direitos, acredito estar retomando meu poder de escolha e resgatando o meu orgulho. Estou repensando ou eliminando uma relação sem comunicar minha verdade à outra parte envolvida. Algo mudou em mim, troquei uma crença pessoal, neguei meu passado. Fiz alguma promessa a mim mesmo para fugir de algo que me incomoda, acredito estar mais preocupado com a minha imagem pública do que com a minha intimidade, ou acredito estar mais preocupado comigo do que com a minha imagem pública em alguns casos. Ao rejeitar alguém estou querendo provar algo a mim ou aos outros, algo do qual os outros ainda não estão bem convencidos.

REJEIÇÃO (2)

Uma decisão é tomada de repente, quebrando toda a estabilidade de um relacionamento, quando uma das partes exclui a outra por novas exigências, causando-lhes uma fratura emocional exposta. A rejeição é um corte sem anestesia numa cirurgia repentina e profunda. Rejeição é como estarmos no banco de um veículo em alta velocidade, de repente o motorista freia bruscamente, sem nenhum motivo aparente, e somos lançados for a do carro através do vidro. A gente quer voltar para dentro do carro por querer saber o que aconteceu, em vez  de buscar socorro. Drama não é nossa resposta ao fato. Drama é a rejeição em si com atos de crueldade. Quem rejeita perdeu a sensibilidade, desconsiderou os sentimentos do rejeitado, cuspiu no prato que comeu ou atolou-se na lama da indiferença e da desconsideração.

REJEIÇÃO (1)

O que leva uma pessoa a rejeitar alguém pode incluir escolhas interesseiras, avaliação de vantagens e desvantagens no relacionamento, negação da realidade, sensação de incompletude, medo de ser exposta publicamente, sensação de saco cheio, egoísmo ou falta de gratidão, etc. A maneira como uma pessoa lida com o fato de ser rejeitada também considera o saldo entre vantagens e desvantagens, falta de mecanismos de defesa, os jogos e vícios no relacionamento em questão, o grau de co-dependência entre as duas partes, a falta de comunicação transparente, projeções de rejeições anteriores com outras pessoas, experiências incompletas com outras pessoas e influência de fatores internos e externos. Nesta semana estaremos analisando todos estes aspectos sobre a rejeição e suas implicações em nossa percepção do mundo.

MÃE

Numa pesquisa recente para as mães, sobre o presente que elas gostariam de receber, não houve nenhuma novidade na resposta vencedora. Não foi uma roupa de marca, nem um computador melhor. Não foi uma cozinha nova nem um carro para levar as crianças na escola. Não foi uma viagem nem o perfume da moda. Não foi um par de sapatos nem uma joia. A resposta vencedora foi querer receber uma declaração verdadeira de amor dos seus filhos.

Mãe, eu te amo e padeço por ti do amor mais divino e profundo que existe. Só não te amo mais porque a dor da perda é sempre igual ao tamanho de nosso amor e não resistiria viver mais após sua partida. Mãe, te agradeço por manter acesa no mundo a chama divina do amor materno pela humanidade e ainda assim cuidar de nossas amenidades. Tão grande és Tú.

SE TEM QUE SER FEITO QUE SEJA BEM FEITO (7)

Dedicação, seriedade ou prazer, compromisso, atenção, coleta de dados,responsabilidade e reunião de recursos são aspectos imprescindíveis na hora de realizar uma tarefa importante. O melhor seria considerar importantes todas as tarefas, quando for o caso de projetos do trabalho ou obrigações escolares e domésticas.  Cada tarefa que nos é pedida ou exigida torna-se uma oportunidade de demonstrar nossos talentos e qualidades, nosso real tamanho, mostrando onde nos encontramos profissionalmente na vida. Se for feita com amor será bem feita, mas o amor...não é imprescindível nestes casos. O amor é bônus.

COMO NOITE E DIA (6)

Antes fosse verdade. Vida boa é vida sem problemas. Seria ingênuo pensar que as pessoas felizes não possuem problemas, afinal elas não assumem paternidade dos problemas que vão surgindo em forma de desafio, mas nem tudo é previsível nesta vida, nem tudo acontece de acordo com nossos planos, nem tudo ajusta destino à nossa vontade. Uma vida sem problemas é uma vida sem ação, sem envolvimento, sem função, sem objetivos, sem lutas, no que já perderia o sentido de existir. Uma vida com problemas é uma escola de oportunidades para testar nossos recursos internos e externos, para construir ou desconstruir crenças, para fortalecer nossa lucidez ao ler a realidade que nos assusta com tantas novidades. Problema é noite, solução é dia. Precisamos dos dois amigos inseparáveis.

PERTENCER (5)

Pertencimento é uma experiência necessária ao nosso desenvolvimento psicossocial. Somos seres gregários, coletivos, precisamos uns dos outros para fazer o que devemos ou para perceber o que não devemos fazer, para nos completarem ou para ajudarmos. A humanidade criou países e fronteiras para proteger sua identidade étnica devido a esta necessidade de preservar raízes e costumes. Se nossa identidade étnica for forte, escreveremos uma história marcante e exemplar. Se ela for fraca, seremos dominados ou subjugados por outros povos. Se nossa identidade étnica for definida e cultuada, seremos seres livres e felizes, capazes de fortalecer os laços de pertencimento. A felicidade nunca alcança o isolamento.

APRENDENDO A VOLTAR (4)

Pelo entendimento, fica evidente que não houve conexão real, uma vez que aquela celebridade não nos conheceu pessoalmente nem sabia que existimos. Vivemos ou nutrimos uma relação platônica, imaginária, com um símbolo de fama e sucesso. Vivemos uma projeção bonita de algo bonito dentro de nós que até então não tínhamos assumido sua paternidade. Estávamos buscando por formas visíveis, práticas e repetitivas de algo que nos ajudasse a incrementar, embelezar ou curar um momento especial em nossa vida. Pelo entendimento, reaprendemos a conviver com nossa memória de forma respeitosa e única, bem como a reencontrar dentro de nosso Ser todos os recursos da inspiração. Pelo entendimento, somos nós as estrelas do palco e dos campos.