CONSELHOS DA DÉCADA (3)

 

Mesmo que os bons se calem, continue falando de consciência para quem não a conhece. Mesmo que as pessoas não saibam o que está acontecendo, continue mostrando sua voz com inteligência e prudência. Mesmo que os ignorantes sejam maioria, continue lutando pelo direito universal à educação. Mesmo que as universidades estejam infiltradas por vozes tendenciosas e irresponsáveis, continue propagando a verdade. Mesmo que as fake news sejam defendidas por muitos, continue convidando pessoas a racionalizar. Mesmo que os lobos assumam controle sobre os cordeiros, continue compartilhando no seu círculo de amigos o alerta de quem pensa por eles. Mesmo que os valores sejam substituídos por narrativas de poder, continue banindo de sua visão qualquer apoio à canais neuróticos de televisão. Nação não é território, é o povo que nele habita. Cuidemos melhor uns dos outros.

CONSELHOS DA DÉCADA (2)

 

Mesmo que as pessoas mintam, continue buscando a verdade. Mesmo que as crianças mintam, continue ensinando o certo. Mesmo que os adultos mintam, continue erguendo barreiras contra ataques infundados. Mesmo que os governos mintam, continue denunciando com provas e não com fofocas. Mesmo que os políticos mintam, continue votando em candidatos com valores humanos. Mesmo que os parceiros mintam, continue documentando provas. Mesmo que a história minta, continue escrevendo suas próprias páginas de integridade. Mesmo que as notícias mintam, continue selecionando melhor as fontes de informação. Mesmo que a mentira lhe pareça verdade, acenda a luz do discernimento ao não se envolver com quem a projeta nas pessoas. Quem mente um pouco, acaba mentindo um tanto.

 

 

CONSELHOS DA DÉCADA (1)

 

Não espalhe mentiras para não ser usado como inocente útil. Não minta para não banalizar as mentiras dos outros. Não cultive mentiras para não ter que se alimentar delas. Mentiras desmentem o passado, distorcem o presente e enganam o futuro. Não prolifere mentiras na internet para que você não seja deletado da honra. Não invente mentiras para subir na vida, pois tudo se descobre debaixo do sol. Não faça da mentira sua narrativa para que você não tenha erros na tradução da realidade. Não se diminua diante da grandeza, ao escolher mentir. Não espere que as mentiras ditas pelos outros deem bons frutos. Não seja cúmplice de mentiras odiosas, pois a toxina emocional recairá sobre si. Não acredite nas mentiras de quem tem passado comprometido com elas. Mentiras são papeis ativos e valiosos dos governos totalitários que manipularão ou escravizarão a você e a sua família.

ILHA DA IGNORÂNCIA

 

Se até o nosso cérebro oculta a visão de nosso próprio nariz, algo tão perto dos olhos, o que esperar das pessoas que mal conseguem enxergar a realidade em que estão inseridas, o que esperar das pessoas que mal traduzem as circunstâncias e situações vividas, quanto mais aquilo que desconhecem. É a famosa ilha de ignorância que nunca ouviu falar do mar da sabedoria que a circunda. A mente é a grande responsável por esta ignorância. A consciência é o mar de sabedoria a que poucas pessoas têm acesso. Se soubessem a diferença entre informação e conhecimento, com certeza teriam vislumbres do mar. Se soubessem a diferença entre opinião e observação, entre ver e enxergar, na certa navegariam as águas deste mar.

 

DOIS CONVITES

 

Cada fato que nos é apresentado, carrega em si dois convites. Um para a o julgamento e outro para o esquecimento. O convite para o julgamento incita em nós os sentimentos inferiores, a comparação injusta, as conclusões apressadas e distorcidas, as projeções externas do que também escondemos internamente se formos vistoriados. O convite para o esquecimento remove todas as formas de apego que se transformariam em memórias, remove todas as emoções tóxicas de outras experiências semelhantes, retirando de nós tudo o que nos separa do Todo. Cabe a cada pessoa escolher qual convite será aceito e se os aceitará ou não. Em tempos de quebra do tecido social, de conflitos políticos, de agressões banalizadas, o melhor convite a aceitar é o do esquecimento, até que o lixo espalhado vá de encontro ao esgoto.

 

A TEORIA DO COPO

 

O mundo está em transe. O mundo está todo maquiado. Quando se agita um copo, com resíduos no fundo dele, forma-se uma nuvem, causando opacidade. O mundo está opaco. O mundo está sendo agitado, abaixo e acima da terra. Os que sabem ler a realidade, põem-se a correr para o alto. Mesmo que não se saiba quem está agitando o copo cheio, a única saída é para o Alto e para o Altíssimo. O mundo pode derramar-se fora do copo se a agitação for mais intensa do que o normal, causando tonturas, mal-estar, estranheza. Ele está sendo agitado somente por causa dos excessos, da falta de limites, da indiferença e das violências gratuitas. Estamos todos dentro do mesmo copo saturado, sem entender com clareza porque não enxergamos mais o que deveríamos enxergar naturalmente.

CASTRAÇÃO INTELECTUAL

 

A castração intelectual da humanidade começa na infância, quando os pais não respondem todas as perguntas dos filhinhos, mas obriga-os a responder todas as perguntas dos pais. Para complicar o processo de desenvolvimento infantil, os pais impõem suas crenças engessadas como se fossem a mais pura verdade, impedindo o questionamento inteligente dos filhos, os quais poderiam até contribuir com a Humanidade se lhes fossem dadas atenção e consideração. Considere um pai afirmando ao filho que seu espírito arderá no fogo do inferno se fizer coisas erradas. Considere esta criança pegando uma estátua de anjo e incendiando-a na frente do pai. Considere o pai explicando que aquilo não acontece, pois anjos são espíritos e espíritos não podem ser queimados. Considere agora o processo inteligente da criança sendo destruído por uma crença engessada.

 

PERMISSÕES E DESTINO

 

Tudo aquilo que a sociedade permitir, recairá sobre seus cidadãos. Tudo aquilo que a Humanidade autorizar, recairá sobre si e sobre a Terra. Sendo parte da natureza, é a ela que devemos resposta, a ela devemos respeito, a ela estamos submissos. Sua força é imensurável, ainda que construamos máquinas e teorias. Sua força é descomunal diante de nossas limitações. Sua força é incomparável com as travessuras, pelas quais o homem passa em sua curta trajetória neste planeta, cheia de erros e acertos. Cabe à nossas permissões, o desfecho final de nosso destino como indivíduo e como espécie. Permitamos que a sabedoria encontre espaço em nossos pensamentos e atitudes enquanto o fim não chega.

NADA SERÁ COMO ANTES

 

Pirou. Pirou de vez. Vai dar um nó em todo mundo, da Justiça até os Bancos, das notícias até à mídia social, nada vai ser verdadeiro, tudo fake, tudo falso, tudo montagem. A comunicação visual acaba de sofrer um golpe fatal com a popularização dos recursos de deep fake, uma nova maneira de mudar a identidade das pessoas, colocar o rosto e a voz de uma pessoa em outro corpo e outro cenário, enviar como mensagem verdadeira e disso se beneficiar ou prejudicar alguém sem possibilidade de retorno. A deep fake já nasceu caso de polícia. Ela tem potencial de derrubar governos até que se prove realmente do que se trata. Ela tem potencial de derrubar líderes e instituições, incendiar reputações, provocar revoluções, dando nós na mente das pessoas. Prepare-se para a montanha russa de falsidades que virão a partir de agora.

MEIAS VERDADES

 

Meias verdades são suficientes ao se juntarem a hipóteses possíveis, nas mãos de exploradores políticos, para virar pólvora. A mídia adora meias verdades para fazer este coquetel de notícias fake. Não existindo nenhum compromisso com a verdade, os ruídos de comunicação oficial são modestos substitutos da conhecida fofoca popular. Havendo compromisso com ideologias políticas, o caos pode ser instalado ou substituído por calúnias e destruição de reputação. O quadro somente piora se a maioria dos leitores forem analfabetos, ou ignorantes, ou manipulados, ou inocentes úteis. O quadro se torna trágico se a maioria dos leitores perderem a capacidade cognitiva de pensar por si mesmos, desconhecendo a verdade e abraçando o inventado.

 

TERCEIRIZAÇÃO

 

Poucas pessoas são agentes facilitadores da própria felicidade, do próprio desenvolvimento emocional e da própria espiritualidade. Terceirizam à parceiros a responsabilidade de sua felicidade. Terceirizam à profissionais de Humanas o seu próprio desenvolvimento emocional. Terceirizam às religiões a própria espiritualidade. Inconscientemente, erguem pequenas barreiras de proteção, para resistirem ao progresso rápido, uma vez que percebem não estarem antenados com o caminho seguido. A maioria das pessoas, em todas as culturas, terceirizam a própria vida, sempre que possível. Talvez por perceberem que, desde a infância, foram terceirizados pelos próprios pais, seja aos avós ou aos cuidadores, seja mais tarde aos professores, e mais tarde ainda aos patrões.

SAIBA O QUE QUERES

 

É sempre meio perigoso não saber, com certeza, o que você quer na vida ou num dado relacionamento. A mente humana trabalha de forma natural como a natureza, por tentativa e erro. Quando ela percebe por comparação e repetição o padrão de seus pensamentos, onde você anda colocando seu foco de atenção, a mente decide conduzir você para o lado oposto ao desejado com incerteza, fazendo com que você experimente o erro, na esperança de algum aprendizado, para esclarecimento sobre o que você realmente deveria ter escolhido. É aquela velha estória da diferença entre fazer algo dar certo ou fazer o que deve ser feito. Ter consciência da importância de não cultivar dúvidas, pode mesmo evitar a cometer erros.

TRIANGULAÇÃO ENERGÉTICA

 

“A boca fala do que o coração está cheio”. “O mal não é o que entra, mas sim o que sai da boca do homem”. “Onde está o seu pensamento, ali está o seu coração”. Estas abordagens nos explicam que o coração tem muito mais poder do que imaginamos, tem toda a capacidade do mundo de mudar uma situação ou uma energia. Pena que atribuímos ao coração apenas o batimento cardíaco. Ele tem neurônios como qualquer cérebro, trabalha com vibrações de amor e ódio, de medo e de alegria. Ao mesmo tempo, esta informação nos indica o caminho ascendente de tudo o que brota do coração, como uma planta buscando a luz da manifestação. Quando se pronuncia aquilo que pensamos, tanto de bom quanto de mau, fazemos uma triangulação energética com a boca. A trindade é o motor de toda manifestação. Sem a triangulação, o sentimento fica oculto, ou o pensamento torna-se infértil ou a palavra nasce vazia de poder.

EXERCÍCIO PARA DESPERTAR CONSCIÊNCIA

 

Como você sabe quem você é? “Eu sei”. Quem sabe que você sabe quem você é? “Eu sinto que sei”. Quem é o Ser que sente o que é sentimento? “Algo em mim que tem esta certeza”. Algo em si ou fora de si? “Algo além do que eu chamo de eu”. A consciência que tem consciência de estar consciente de certas coisas, é o prenúncio do processo atemporal de ter consciência de estar consciente de todas as coisas. Então experimente, antes de dormir, programar-se para despertar desperto na manhã seguinte. Faça isso todas as noites. Antes de fazer esta programação, feche os olhos, sinta seu corpo físico maior do que o tamanho real dele, sinta o campo de energia entre o tamanho imaginado e o tamanho real, entre neste espaço e fale que amanhã de manhã você acordará com a consciência totalmente desperta. Depois me conte o resultado de sua não-experiência.

OPORTUNIDADE PERDIDA

 Conhecer os fundamentos da morte deveriam nos dar os fundamentos para bem viver a vida, mas infelizmente não é o que acontece. Parece que nada aprendemos com a finitude das coisas e pessoas. Não importa a relevância de uma pessoa em nossa existência, mal morre e a esquecemos rapidamente. Aprendemos a buscar novas referências externas e novas formas de enfrentar obstáculos. Se a vida ainda tem chances de respirar, melhor fazer algo em benefício próprio, já que brevemente seremos esquecidos na linha do tempo. Quem parece comandar esta abordagem limitante são as emoções e seu fluxo contínuo. Emoções buscam resgate e refúgio, jamais consciência. Até que um dia a gente se vai definitivamente sem sequer entender a própria morte.

 

SINAIS DA NATUREZA

 

 

O peixe remo habita as profundezas abissais do oceano. Ele somente abandona o fundo quando pressente que vai haver algum terremoto. O mundo animal usa o instinto para se defender, se alimentar, enfim, para salvar a si mesmo, contando com as percepções e sinais que a própria natureza oferece. A Humanidade pega carona em seu surgimento nas pescas e transforma-o em presságios e profecias. Coincidentemente ou não, os dois fatos aconteceram no Chile nesta semana. Foi pescado um peixe remo de quase seis metros de comprimento e teve um terremoto. Fato inegável também é o excesso de tremores sísmicos acontecendo nesta semana na região da California, Estados Unidos, onde um imenso terremoto ou maremoto pode afundar o Estado, bem como em Vancouver no Canadá. A energia de ignição tão forte no mês de Julho de 2022 pode agravar esta situação. Não se recomenda estar nestas regiões nos próximos dois meses por precaução e prudência.

OBSERVAÇÕES GEOPOLÍTICAS

 

O mundo mudou rapidamente, todos sabemos, e percebemos que não vai parar por aqui, a mudança vai continuar aumentando de velocidade. Nas últimas décadas, para um país ser jogador de relevância no tabuleiro da geopolítica, era necessário possuir grande arsenal militar, caso os conflitos produzissem guerras. No mundo de hoje, surgirão novos jogadores, desta vez baseados na produção de gás de petróleo e na distribuição de alimentos. Guerra já temos, com restrições econômicas desastrosas para todos, num quadro economicamente comprometedor de um período pós-pandêmico. Como a economia sempre foi historicamente a verdadeira causa das guerras, esta combinação explosiva promete um cenário amedrontador para a Europa, em primeiro plano, e indiretamente para o resto do mundo.

 

A TRANSMUTAÇÃO DOS MEDOS

 

O medo em excesso pode matar, pode paralisar ou pode se transformar em coragem para enfrentar a vida com enorme criatividade, invencionismo ou com palavras fortes. Muito medo pode virar coragem para aventuras, deslocamentos, imigração, inspiração artística, livros, relacionamentos diferenciados, investimentos de risco, quebra de paradigmas, dependendo do grau acumulado. O medo sempre existirá entre nós e dentro de nós, mas não é um produto final. Ele é apenas um elemento transformador de hábitos. Na criatividade ele se transforma em variedade de estilos. No invencionismo ele apresentará mudanças de percepção para uso cotidiano. Nas palavras fortes ele será oferta de sabedoria ou conteúdo para reflexão. Cada um pode transmutar o medo no que quiser.

O MAR E OS DIAS (2)

 

Olhando demoradamente para o mar e comparando as ondas com a minha vida, notei que tudo é eternidade, tudo é força divina, tudo é profundeza energética. Tal qual as ondas do mar, a vida fala no idioma próprio da incerteza e da instabilidade, sussurra palavras imprevisíveis, grita palavras de ordem e de espanto, de descontrole e de alerta. Não existe medida de tempo entre duas ondas, tem sempre alguma outra pedindo para se manifestar, tem sempre um turbilhão de emoções e pensamentos fluindo sem pedir licença, desmanchando-se sobre a espuma das horas. Na maré baixa, abrem-se caminhos regados para que a vida floresça seu esplendor, pescadores de esperança e de almas interagem com os passantes, redes de amor são lançadas sobre a paisagem humana. Na maré alta, menos espaço de oportunidades, mais espera e convite à análise, mais mar nos olhares fugidios.

O MAR E OS DIAS (1)

 

Olhando demoradamente para o mar e comparando as ondas com os dias, notei que um dia não respeita o outro, não se compara com os outros, não pede permissão para chegar. Tal qual as ondas do mar, o dia faz seu barulho e sua espuma própria, o dia pode chegar intenso ou em mansas marolas de rotina e, como chega, ele se vai. Notei também que o dia tem sua quota de tempo para cumprir a função das possibilidades escolhidas ou para preencher o espaço designado à sua insignificante busca por significância. As ondas conversam com o chão de areia e a revolvem com ternura ou impulsividade. Os dias conversam com a vida incessantemente, avisando que o tempo urge, o tempo urge. Olhando demoradamente para os dias, notei que é mais fácil perdê-los do que abraçá-los com a força do mar.

IGNIÇÃO E FAÍSCA

 

Julho de 2022 tem como retrato de si a palavra ignição, aquele atrito provocado que lança faíscas para produzir uma explosão. Desde um curto-circuito no prédio que pegou fogo na 25 de Março em São Paulo, passando pelo gatilho do revolver de quem matou o tesoureiro do PT ou o ex-primeiro ministro japonês, até o descuido de motoristas no volante que batem o carro na traseira do carro de trás ou as brigas entre casais, toda esta energia de faísca predomina e comandará as circunstâncias humanas durante este mês. Tamanha vazão de agressividade demanda prudência e paciência de todos nós, a cada dia, em cada interação. Não há que temer, apenas precaver. Não se trata de espalhar o medo, mas sim de nos alertar para onde a energia de Julho pode ou não nos conduzir, se estivermos desatentos com todas as probabilidades e possibilidades do instante.

 

POSE DE BONZINHOS

 

O negacionismo está em alta no Brasil e no mundo. Negacionismo consiste na preguiça de pensar e se baseia na força mentirosa da mídia em detrimento dos fatos, bem como o contrário, ou seja, o negacionismo dos fatos em detrimento da verdade, pois tudo por ser comunicado com parcialidade, com distorções e com descaramento intencional devido à falta de caráter. Hoje, no Brasil, o negacionismo se popularizou e se manifesta em todos os setores da sociedade, inspirada por todos os partidos políticos. Hoje, no Brasil, a palavra tomou força de arma em discursos beligerantes e odiosos, do futebol à política, das religiões à cultura, da lei ao mundo dos crimes. Tudo se tornou veículo de expressão das agressões impulsivas. O ser humano entrou em decomposição sem perceber. Somos mortos vivos, desvalorizando a vida, banalizando a violência urbana, promovendo a morte dos valores, mas, ao mesmo tempo, posando de bonzinhos e certinhos.

 

O BRASIL DE 2022

 

O Brasil está mal cuidado. A população de baixa renda está sem renda. Miseráveis procuram comida no lixo e ainda nem somos oficialmente um país socialista. Dependentes químicos jovens abundam as calçadas de São Paulo. Metade da população do Estado de Alagoas está submersa pelas chuvas, mas nada é feito pelos governantes senão pedir ajuda aos próprios cidadãos. A população local de praias, paradisíacas para muitos, mendiga aos turistas a cada minuto, incessantemente, desesperadamente. O capitalismo fracassou, pelo menos por aqui. Migrantes dormem no chão das rodoviárias, rostos famintos, sem força e sem esperança. O Brasil que se vê, por quem viaja ou sai da zona de conforto, não é o Brasil que queremos para nós. Somos uma família desconectada pelo coração e pela falta de consciência coletiva. Perdemos a capacidade de cuidarmos uns dos outros. A política contaminou a todos com o vírus da separação social, mas não se contentando, ainda quer nos trazer o caos. Que Deus nos acuda com intervenções e intercessões celestiais.

 

 

NÃO SEI O QUE PENSAR (5)

 

As vezes uma dada situação “nos pega de calças curtas”, ou seja, sem saber o que pensar ou dizer. Se tratar-se de algo pessoal e sem necessidade de compartilhar, por estar em seu ambiente de segurança, em sua casa ou no trabalho e ausente de diálogos, o monólogo que se apresenta na mente indica surpresa, jamais considerada anteriormente. Levando-se em consideração que o pensamento é nosso, há sim espaço para imaginar ou criar possíveis interpretações que tenham sentido, até que se passe a acreditar naquela situação inusitada. Levando-se em consideração que a mente racional possui grande estoque de conhecimento e memórias, basta esperar um momento e a mente vai fazer sozinha todo o trabalho por você.

 

NÃO SEI O QUE PENSAR (4)

 

Não saber o que pensar indica falta de informação ou de experiência pessoal, mas também indica autoproteção para não compartilhar o que não deve. Nem toda informação deve ser repassada para todas as pessoas, pois depende do grau de confiança e do contexto apresentado. Quando não se sabe o que a outra pessoa está esperando de você, se ela está “jogando verde para colher maduro”, se é fofoca ou fake news, se ela está testando seus limites ou se ela quer vencer a briga de argumentos contra você, o melhor a fazer é não desenvolver o assunto. Mudar de assunto, sair pela tangente, prometer que vai pensar no caso antes de emitir opinião, tem lá as suas vantagens.

 

NÃO SEI O QUE PENSAR (3)

 

Não confie apenas na mente racional. Quando você não sabe o que pensar, você abriu um espaço inteligente para a reflexão, mas a reflexão silenciosa é mais proveitosa do que a reflexão racional em voz alta. Neste espaço aberto cabe a preciosidade da gratidão, a riqueza da conexão interior, a lembrança da sabedoria de outras pessoas, a força da experiência coletiva, a humildade da experiência pessoal e o império da prudência. Se até o silêncio atrai sabedoria, imagine a colheita que se faz de cada momento presente se nele estivermos simplesmente atentos e presentes. Há uma energia no ar, uma vibração de estímulos mentais e emocionais à nossa disposição, uma comunicação energética de informações intuitivas para quem quiser se beneficiar.

NÃO SEI O QUE PENSAR (2)

 

Quando você não sabe o que pensar, isso é um sinal de que chegou o momento de se esvaziar de conceitos, opiniões, achismos e necessidade de falar qualquer coisa somente para não ficar calado. O copo cheio de incertezas torna-se turvo aos ouvidos. O copo em repouso, decanta os excessos. Como as circunstâncias mudam a todo instante, as referências e evidências também mudam. As vezes a fala não se encaixa, pedindo pausa para incluir os sentimentos mais pessoais possíveis. As vezes a resposta está em processo de maturação e requer mais tempo para se organizar e se expressar de maneira certeira. Sair da cena gramatical ou verbal é recurso também para ser usado com frequência.

NÃO SEI O QUE PENSAR (1)

 

Quando você não sabe o que pensar, é porque não é momento de pensar, pois seus recursos foram esquecidos de lado e o cérebro já lhe avisou que a luz do discernimento foi apagada, a luz da confusão foi ligada no 220, a espera pelo silêncio pode ser dourada e o botão do julgamento não precisa ser reativado. O pensamento nem sempre é a solução de tudo, pois pode estar desgovernado, distorcido, contaminado. Quando você não sabe o que fazer por não saber o que pensar, deixe a pausa do posicionamento tirar férias, uma vez que qualquer erro de interpretação pode causar danos irreparáveis. O silêncio é o melhor amigo da sabedoria.

MINHA ESCOLHA ATUAL

 

Se a gente escolhe fazer as coisas sempre do mesmo modo, se a gente escolhe ficar sentado na zona de conforto ou deitar-se em berço esplêndido, se a gente escolhe a rotina como nosso norte de vida, a gente não pode esquecer que tudo isso é escolha. Se nada de novo acontece, se tudo parece estar estagnado, se o tédio domina nossos dias, tudo isso é escolha, nossa escolha. Mover-se para outras direções, movimentar-se em novas atitudes para alcançar outros e melhores resultados, também é escolha. Mexer os pauzinhos, fazer mais contatos, despertar a curiosidade para outras possibilidades, isso também é escolha. Se é para escolher algo, que seja o movimento, o próximo passo, a ignição, a força de vontade e a energia.

 

DESPERTAR OCORRE SEM O SELF

 

Despertar de consciência não tem nada a ver com seu passado, nada a ver com preparação para que ele aconteça, nada a ver com o desejo ardente de despertar, nada a ver com o recebimento de um presente do Universo por merecimento. Ele não é um evento, ele é a própria consciência consciente de si mesma como processo. Ele acontece naturalmente a partir do momento em que você se desidentifica com suas experiências, sem perder a memória ou o conhecimento de suas consequências. Ele acontece naturalmente quando você se desidentifica com o ego, aquele conjunto de pensamentos que acredita estar sempre fazendo ou desfazendo alguma coisa. Ele acontece naturalmente quando você se desidentifica com as emoções, sem deixar de senti-las quando acontecem. Ele não é dissociação. Ele é unicidade, integração, acolhimento do Todo sem agendas a seguir. Ele é o não precisar do Self para perceber a realidade última e a primordial.

SEGREDOS DA MANIFESTAÇÃO

 

Toda intenção tem energia potencial de germinação, mas não necessariamente de realização. A duração de maior foco na intenção atrai maior potencial energético. No entanto, a intenção também gera obstáculos que podem impedir ou atrasar a realização, bem como abrir canais periféricos para desvio desta energia e para manifestação de algo não intencionado. Tais obstáculos podem ser medo, ansiedade, impulsividade e influências externas negativas. O medo bloqueia a iniciativa e o fluxo natural dos eventos. A ansiedade provoca a interrupção da força criativa. A impulsividade leva ao vazamento da energia potencial e o que resta não será suficiente para a manifestação ocorrer. As influências externas roubam a inteireza do compromisso energético de conexão com a intenção. Há que se dar tempo de maturação entre a fase de germinação e a fase de realização.