quinta-feira, 31 de maio de 2012

PESSOAS VICEJANTES E PLENAS


Existe um tipo de pessoas que traz, para as ruas, seu silêncio surpreendente diante dos ruídos. Caminham sobre morangos e pétalas, quando tantos tropeçam no relevo enrugado do futuro. Vociferam poesia, quando tantos escondem o mel dos sonhos irrealizáveis. Conjuram pedaços de depois, quando tantos desistem. Elas navegam a pressa com a delicadeza da brisa de varandas.

Existe este tipo de pessoas que acenderam, no olhar, o facho de luz dos quasares mais ousados que se tem notícia. Transmitem almas realizadas no cinema etéreo de suas jornadas atemporais. Refletem sonetos de rubis na palma da mão de quem os tocam sedentos. Arrastaram as estrelas mais recônditas para o chão onde pisamos nossas vontades desmaiadas. Elas rabiscam a esperança astronômica dos quintais, em busca de um pequeno descanso para os mortais.

Existe um tipo de pessoas que acreditam no que não vemos, professam o que ainda não foi absorvido em nós pelo medo de sermos descobertos a céu aberto. Percorrem os trilhos da sabedoria como se estendessem para nós tapetes vermelhos de amabilidades. Sabem de nossos descaminhos e nos aguardam pacientes no vão da esquina. Estendem as mãos para abençoar nossas vísceras, enquanto comemos feito porcos e bebemos feito algodão na chuva. Elas brilham um sorriso cósmico, meio egípcio meio etíope, até que um dia nos tornemos também vicejantes. Pessoas vicejantes. Pessoas plenamente vicejantes.

quarta-feira, 30 de maio de 2012

NOTÍCIAS RECENTES DA UNIVERSIDADE ONENESS


As Dikshas dos Olhos, também chamadas de Meditação Oneness, acabam de sofrer uma pequena e significante alteração em sua preparação inicial. A partir do mês de Junho de 2012 não mais será necessário passar por técnicas de respiração tais como Chakra Dhyana ou Anandamandala, técnicas estas conduzidas pelos Trainers da universidade em todo o mundo. A preparação será uma meditação orientada para aprofundar os laços de conexão com o Divino, onde se pode experienciar a abundância da Graça Divina fluindo, a ponto de pessoas se perguntarem “mas o que é isso que está acontecendo?”.
Apenas as pessoas indicadas pela universidade e escolhidas por um processo meditativo dos Cosmic Beings ou Seres Cósmicos, em profundos estados de consciência, podem oferecer a Diksha dos Olhos ou meditação Oneness. Para que o movimento acelere o despertar cada vez mais de mais e mais pessoas, esta prática está sendo oferecida online indiretamente através da solicitação de um Trainer que se reúne com seu grupo de pessoas. Oportunamente estas orientações deverão passar também por modificações, mas por enquanto é assim que se faz no Brasil.
Segundo informações de Bhagavan, já podemos contar atualmente com mais de trinta mil seres despertos, a maioria deles por enquanto na India pois eles se reúnem na Universidade Oneness todos os domingos, as quatro horas da manhã horário brasileiro, onde podemos nos juntar mentalmente em oração com eles pedindo para o nosso despertar acontecer o mais rápido possível.

terça-feira, 29 de maio de 2012

O QUE NOS FRAGMENTA


Por mais que acreditemos ter uma identidade definida, identificável por todos, constante e previsível, há certas coisas e situações que nos quebram as estruturas, partem nosso coração, e nos deixam desorientados faltando um pedaço.

O inesperado muitas vezes nos rouba o chão, a lucidez e o giz de nossas palavras. Tudo o que nos afasta da zona de conforto, do território confiável dos amantes, da estabilidade financeira e emocional, leva-nos pela correnteza da dúvida e das incertezas. Ao perder alguém, importante para o nosso vínculo, perdemos com ele certa referência de vida e não sabemos qual direção vai garantir nossa sobrevivência. Ao receber um gesto de desamor ou de traição, tudo o que fizemos parece ter sido em vão, perdemos o valor dentro de nossos olhos tristes e desistimos de viver com determinação e fé. Ao sofrer uma acusação injusta, acreditamos ter nossa imagem para sempre arranhada ou deformada como uma queimadura de terceiro grau, pensando nunca mais recuperar a unidade e tememos a loucura.

Fragmentados, não sabemos mais quem somos, quem fomos nem o que queremos para o dia de hoje, quanto mais para o futuro. Fragmentados, não pensamos o certo, não fazemos alianças favoráveis, não perseguimos sonhos e não encontramos a saída. O pudim já não é mais gostoso, o beijo ficou gelado, a conversa ao telefone incomoda a alma. Sabemos estar dentro de um túnel escuro, dentro de um cofre trancado a sete chaves, numa aeronave perdida hà anos luz do quintal de casa, mas nada insiste em fazer sentido. Queremos acordar e não sabemos como. Só sabemos, numa réstia de memória amarelada pela dor, que é possível lamber as próprias feridas e despertar para uma vida diferente ou melhor, pois a agonia nos cansa. Até que um dia um sorriso de uma criança inocente, pré-verbal, nos informa que para despertar só precisamos estar inteiros.

segunda-feira, 28 de maio de 2012

SURPRESAS DO DESPERTAR


Nem tudo é previsível no processo individual do despertar, ainda mais se considerarmos como a mente de cada pessoa possui seus próprios recortes, de crença e interpretação, da realidade. Mesmo se soubéssemos exatamente como tudo iria ocorrer, seríamos pegos de surpresa por tudo que é impermanente na vida da gente.

Etapas do processo nos são ensinadas, sem o foco nos pensamentos, oriundas de uma fonte confiável. Acontece porém que esta orientação também não poderia ser permanente, pois assim sendo não abriria espaço para a plenitude, para o infinito, para o vazio que contém o tudo. Chegaria o momento em que esta fonte confiável de ensinamentos abriria mão da própria imagem para que nos transformássemos individualmente no todo, na unidade de todas as coisas. Não seria desistência nem falta de fé. Seria natural.

No final do processo haveria uma etapa estranha de desconexão com esta fonte, um sentimento de indiferença pela sua ausência, até que tudo fosse mesclado, unido, dentro de uma nova sinergia de amor. Quem sabe até o amor desaparecesse neste momento. Sem ele como o referencial de ego, o natural fluiria sem a necessidade das interpretações, como se tudo estivesse caindo por terra, como se nossa vida perdesse a lógica e os sentidos anteriormente dados a ela. Este vazio assusta quem estiver de fora, mas absorve quem estiver nele sem a mente como filtro da realidade. O vazio se manifestaria como algo infinitamente divino e absoluto. Fica difícil entender isso tudo olhando de fora. Tem horas que só nos resta repousar a existência no colo da não existência para alcançar o despertar. Que assim seja.

sábado, 26 de maio de 2012

PALAVRAS DE BHAGAVAN


*“O amor ou o ódio que você experiencia nos seus relacionamentos tem uma
relação direta com a clareza que você tem dos seus assuntos, o percentual
que você tem em seus exames, ou a promoção que você está para receber no
trabalho. Não é possível que você seja seco por dentro e se sinta amado
pelos seus próximos e bem-amados. Seja se eles realmente amam você ou não,
isso não tem qualquer consequência. Se você não tem amor dentro de si, é
assim que você vai perceber todas as pessoas ao seu redor. *
É muito comum pessoas cobrarem algum comportamento de seus parceiros, alegando estarem cansadas de fazer algo por eles e nada receber em troca. Muitos abdicam da iniciativa e aguardam o primeiro passo deles. Seria um comportamento quase infantil em nome da sustentação de uma mágoa, sem questionar a capacidade do outro de se doar ou comunicar seus sentimentos com a clareza exigida.
É justamente esta percepção da experiência vivida que vai desencadear a manifestação de amor ou ódio dentro de si, dependendo da circunstância. Com mágoa no coração, fecha-se interiormente para contatos saudáveis, murcha-se interiormente para a esperança de renovação do relacionamento. Com mágoa, sente-se abandonado, mal amado, discriminado, indigno, inferior. Tal percepção negativa dos próprios sentimentos eleva a intimidade com sentimentos odiosos, com a gravidade de culpar os outros por tamanho distanciamento.
Só se dá o que se tem. Ninguém dá o que não possui em seus arsenais emocionais. Seco por dentro, será impossível atrair amor e compaixão, ou até mesmo amizade, dos outros. Seco por dentro, nenhum relacionamento evoluirá. O que sentimos vai reverberar no coração das pessoas e retornar ao nosso ser, não porque as pessoas sejam o que nelas lançamos, mas sim porque nosso estado interior servirá de filtro e reflexo para nossas interpretações da realidade e do mundo.


sexta-feira, 25 de maio de 2012

NADA É O QUE PARECE


O pensamento das pessoas pode confundir a leitura da realidade. O pensamento age feito cipó, retorcendo-se, exaurindo-se, secando a fonte de possibilidades ao se tornar ilusório e obsessivo. A distância da realidade torna opaco o caminho, cria isolamento e culpa, busca reforço para sustentar a fantasia e abala conexões gerando desconexões irreparáveis.

Nem tudo é o que parece de perto. Nem toda leitura é isenta de apegos, inconsistências, conflitos, choques de opiniões, tendências falaciosas, registros vencidos do passado, carências, condicionamentos, mecanismos de defesa, busca pela racionalidade em territórios emocionais e vice versa. Nem tudo é como o que foi concebido no silêncio de um quarto impregnado de imaginação. Por isso as pessoas pisam no tomate e escorregam na maionese na hora de checar a informação que vem dos outros.

Quando conferimos a realidade precisamos respirar humildade, precisamos reconhecer que nem tudo são flores, nem tudo cabe em nosso espaço individual. Enxergamos que o sonho vive de lembranças fugidias, que a vida vive de movimentos aleatórios, que o tempo vive de pegadas quentes e recentes. Ao conferir a realidade lembramo-nos dos pés, do chão, do relevo, do equilíbrio e da natureza verdadeira das ações. A realidade prevalece sobre os pensamentos idealizados, mesmo que a gente insista em mentir para nós mesmos. A realidade nos cobra a verdade dos fatos, a revisão das necessidades pessoais, os sentimentos dos outros distorcidos em nossas leituras interessadas. A realidade cozinha o dia em banho Maria, até que a fome de existir nos dê um sinal de que não somos os únicos a desler nossas experiências mais caóticas. Agora só falta respirar e erguer a cabeça novamente.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

A ARTE DE CONSTELAR


O universo é um real depositário de informações, um registro akáshico, uma biblioteca do inconsciente coletivo, um livro de nossa vida interior oculta ou partilhada. Tudo o que fizemos e pensamos deixa seu registro em algum lugar, sendo possível acessá-los pela arte da constelação familiar. Sendo percepção da eternidade, a linha do tempo se encarrega de nos conduzir por sendas mais seguras na hora de crescermos com as interações humanas mais complexas.

Quem já participou sabe do que estou falando. Mergulhamos no poço profundo do mistério, sem garantias de resultados, mas retornamos à superfície com olhos abertos e alma lavada, esperança renovada, espanto e serenidade, com certezas outrora impossíveis de serem concebidas. Tal mergulho no reino do inconsciente coletivo nos dá plena consciência de que podemos mudar e evoluir, podemos perdoar e seguir vivendo, podemos reorganizar o caos de nossas relações sem qualquer prejuízo para nossa imagem.

Entre uma sutileza e outra, entre o óbvio e a confusão, entre o finito e o infinito, algo se manifesta com peso de verdade inquestionável. Algo se revela sem cortinas, sem manipulações, sem a verborragia das palavras insanas. Entre um conflito e outro, desce sobre nós os raios de luz do entendimento metafísico sempre que a conexão se abre. Se o brilho de cada estrela no céu rasga um clarão na noite escura, os movimentos de cada participante rasgam o céu da ignorância como se fossem estrelas do firmamento humano. Ali nos ausentamos para que a vida fale mais alto. Ali nos sintonizamos com a essência do outro. Ali somos todos um livro aberto da eternidade.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

TODAS AS FORMAS DE ABUSO


A ignorância, a falta de limites, o mau exemplo dos pais, a falta de caráter, doenças mentais, o egoísmo, o exibicionismo, a identidade proibida, a vantagem física aliada a redução intelectual, a ausência ou omissão dos adultos ou dos amigos e colegas de classe, tudo isso favorece a impunidade daqueles que abusam verbal, física ou sexualmente dos mais fragilizados ou mais pobres.

Nesta semana Xuxa veio revelar em público que já foi molestada na infância. Demorou mas ela conseguiu. Num país onde ainda não temos consciência suficiente para punir tais comportamentos criminosos, numa cultura que objetifica as mulheres e abandona suas crianças nas mãos de estranhos, numa sociedade que ri de quem foi abusado, bem que poderíamos aproveitar a oportunidade para elaborarmos leis mais modernas e mais humanas.

Um trauma de abuso não se esquece jamais. Eles são revividos por pesadelos, por situações semelhantes em contextos diferentes, por notícias na mídia, na hora do banho, na hora da intimidade com o cônjuge, no silêncio de noites atormentadas pelo passado. A lembrança de um abuso inibe a vida, poda a felicidade, os faz desacreditar na humanidade e na compaixão. Humilhação, vergonha, abandono, são emoções torturantes que sangram a alma e tornam os olhos opacos de tristeza. O abuso é um ato demoníaco feito por pessoas doentes que não merecem ser chamadas de civilizadas. Há que se repensar nossas leis e proteger mais as nossas crianças nas escolas.

terça-feira, 22 de maio de 2012

A GRAÇA DE VIVER EM PLENITUDE


No último final de semana realizamos mais uma jornada coletiva do Treinamento Bioplenitude em Passos-MG. Foi a maior turma organizada desde o início de nossas atividades. Nem por isso sofreu qualquer perda em conteúdo, ao contrário, trouxe mais desafios individuais, os quais foram pronta e amorosamente atendidos pela vasta experiência da equipe e pela profundidade do trabalho psicoterapêutico apresentado.

A cada surpresa do curso, outra surpresa dos participantes. Pouco a pouco, feito flor, cada participante abria uma de suas pétalas e exalava aromas variados de sua essência. A cada dinâmica, novos encontros com a sabedoria interior, novas descobertas de autoconhecimento, novas revelações da alma sedenta de cura interior. Em cada momento, uma eternidade se manifestava para expandir nossa consciência. Em cada vazio, acontecia seu preenchimento com a presença divina.

Vidas foram sacudidas, abençoadas, reorientadas para voos maiores, reformadas, despertadas em consciência, reconectadas à fonte original, renovadas pelo sopro da esperança, reescritas, reprogramadas para o bem e para o perdão, redefinidas em seus propósitos, perfumadas pelo amor, incendiadas pelo Espírito Santo, acalentadas pela compaixão, reaproximadas da realidade, tocadas em sua essência, abraçadas pela humanidade, beijadas pelos lábios quentes do destino amoroso e paternal que nos conduz à plenitude.

Cada um sabe melhor o que aconteceu consigo nesta jornada de luz. Cada um sabe melhor agora o que fazer com suas mãos e com suas palavras. Cada um sabe melhor o sentido de sua existência após este treinamento para a felicidade. Todos foram tocados pela Graça que sempre nos toca quando olhamos para ela. Uma nova água divisória, viva, brotou do grotão dos terrenos cuidados pelo coração de quem ama e foi amado pelo amor. A paz nasceu no âmago dos que se renovaram e se apossou de suas vozes, no cântico alegre que a vida insiste em cantar, nos libertando da mente enganadora e conflituosa. A felicidade agora causa um novo impacto em nossa existência e cada um causará um novo impacto positivo no meio onde vive. Estamos transformando o mundo exterior a partir de nós mesmos. Estamos transcendendo o milagre de ter nascido um dia.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

O DESENVOLVIMENTO INFANTIL


Ao nascer, a criança não se sente como um ser separado da mãe. Esta unidade é a experiência mais rica que uma mulher pode ter. O bebê torna-se o centro do universo, um ser único, o foco principal de sua existência. Na rua, ela sai atropelando as pessoas pois seu filho precisa ser protegido constantemente para que sobreviva.

Aos poucos ele vai se percebendo ao mexer as maozinhas que, misteriosamente, desaparecem de sua vista. Depois ele adquire certa autonomia ao descobrir outras partes do corpo e como comandá-las. Nem percebemos nós que neste momento a criança está aprendendo a educar seu olhar. Basta segurar o bebê de outra pessoa em nosso colo para notar que ele, aos cinco meses, evita nos olhar no rosto, reservando este direito somente aos pais.

O tempo passa e ele começa a descobrir a verticalidade, a possibilidade de se levantar, explorando novos espaços para perceber tudo o que não é parte de seu corpo. O próximo passo é tentar dar um passo, ou muitos, descobrindo os rítmos, ao mesmo tempo em que domina a percepção de espaço e tempo. Que momento lindo em seu desenvolvimento. Tão novo e tão conectado com a dimensão humana em seus moldes  de consciência. Tão vulnerável e tão desbravador.

Agora chegou a vez de organizar o aprendizado por repetição e associação, o pensamento e a linguagem. Outro momento lindo e definitivo em seu desenvolvimento. Outra descoberta magnífica, a de se comunicar, de se expressar, de negociar, de conquistar, de saborear as pequenas vitórias. Aquela pessoinha em miniatura agora é gente de verdade. Ainda inocente e dependente, entrega-nos a esperança em seu olhar, despertando em nós a pureza de intenções e a expansão do coração emocional. O mistério da vida se repete e se propaga através de nós.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

AUTENTICIDADE





Existe uma coisa em que raramente prestamos atenção. A maneira como aprendemos a nos relacionar em casa tem muito a ver com a maneira como nos relacionamos no trabalho e no convívio social. Ou repetimos o nosso comportamento, ou lá fora imitamos o comportamento de outro membro da família. Neste segundo caso, já ouvimos alguém falar que o fulano age completamente diferente na rua, como se fosse duas pessoas distintas. Trata-se das dinâmicas familiares, as quais moldam a criança, desafiam o adolescente e confundem o adulto.

Devido à falta de autenticidade ou despreparo de alguns pais no trato e na educação dos filhos,  a mentira se faz necessária e se torna um recurso para sobreviver emocionalmente. Da mentirinha à mentirona, a galinha enche o papo. Criança vê, criança imita. Adolescente vê, adolescente critica. Adulto vê, adulto briga. A troca de papéis dentro desta dinâmica desperta a atenção sobre o sofrimento de alguém, seguida pela identificação de um membro da família com o sofredor e a alteração da personalidade de ambos, surgindo doenças psicossomáticas e distúrbios mentais de comportamento, rompimento emocional, uso e abuso de drogas, comportamentos sexuais polêmicos ou isolamento do mundo.

Sem flexibilidade as coisas se complicam, pois cada pessoa tem seu próprio grau de exigência quando se trata de relacionamento humano. Uns são frios, outros muito carentes. Uns são manipuladores, outros amorosos. Uns são ambiciosos, outros humildes. Uns são inseguros, outros determinados. Nesta variedade enorme de comportamento e interações, o que se sobressai melhor é aquele que tem mais atitude, o que pratica flexibilidade e aprende a lidar com as coisas que o mundo lhe oferece.

Quanto aos outros, ou seja, a maioria, resta-lhes a disposição interior de estimular ou não a sua intuição. Do contrário, terão sempre dificuldades de vivenciar relacionamentos duradouros e satisfatórios. Estarão sempre se envolvendo em conflitos, em relacionamentos de codependência, em crises nervosas e choro.  Com frequência estarão deixando para trás coisas não resolvidas, mágoas e resentimentos. Se ouvirem sua intuição, terão olhos para perceber a verdade e sabedoria para afastarem-se de tudo o que promove sofrimento. Terão lucidez, olhos de luz, maturidade. Os que discordam da própria intuição não sabem diferenciar o que é intuição e o que é alucinação. Eles vivem relações platônicas e amores virtuais. Tentam mudar e transformar os outros, mas não tem sensibilidade nem vontade de mudarem a si mesmos. Preferem culpar os outros pela existência de  misérias pessoais. Alimentam a inércia e a atribuem ao azar. Tornam-se rígidas dentro de um padrão familiar de comportamento, pois era assim que sua mãe agia na infância, era assim que seu pai fazia perto dos filhos na hora de lidar com problemas e mal entendidos. Para eles, amar é conjugar o sofrimento em todos os tempos verbais.

É escolha de cada um ser autêntico ou não, mentir para si mesmo e para o mundo ou abraçar a realidade sem criar jogos emocionais. Na falta de autenticidade a pessoa se faz de vítima e agride a personalidade de quem ama. Torna-se cega diante dos desafios e reforça sua autoimagem sem tomar consciência de suas consequências.O ideal seria ele aprender novas maneiras de pensar e de agir, observando atitudes diferenciadas até descobrir que atitude é algo completamente diferente de emoção ou sentimento. Ao aprender novos recursos, surge dentro de si a vontade e a coragem de mudar, surge dentro de si o compromisso de ser feliz e a determinação de abandonar a dependência de alguém que julgava amar, uma vez que amor é libertação e não posse ou servidão.Dentro deste território sereno de autenticidade, há espaço para a resolução real dos problemas e segurança suficiente para expressar-se como se é. Há espaço para continuarem juntos ou para um acordo amigável de separação. Neste terreno  aberto de autenticidade, há sementes de esperança e compaixão, há um sopro agradável de vida, há um fluxo harmônico de reconhecimento das qualidades do outro e certa tranquilidade para aceitá-lo sem reservas. Pena que as pessoas inexperientes não se deem tempo suficiente de entendimento e negociação, partindo precipitadamente para o divórcio das ideias.

Diante do diálogo verdadeiro descobre-se o isomorfismo, isto é, a manifestação corporal condizente com o que se é, a expressão facial livre, a voz convincente, o olhar direto nos olhos do outro em sintonia com o que se diz, se faz e com o que se acredita e sente. É a expressão mais linda de integridade e autenticidade. É um estágio de Ser que nos possibilita viver em plenitude, em conexão profunda com a alegria de viver e com a beleza do mundo. O isomorfismo é saber o que se é e o que se quer dentro de todo relacionamento e interação humana.

Sabemos que a ilha é uma ilha, isolada de todos, porque colocou-se acima dos outros. O rio, ao colocar-se humildemente abaixo da terra encontrou a plenitude do mar. A montanha, ao conhecer a própria força sem dominar ou desprezar os que vivem ao seu redor, chegou mais perto do céu. O vento, por vivenciar continuamente a flexibilidade, alcançou tanto a doçura da brisa quanto a energia dos furacões e percorreu livremente os quatro cantos da Terra. O fogo, por ter aprendido a enxergar a essência das coisas, brilhou na dança da vida e da morte.

Com tantos exemplos na natureza de flexibilidade, sintonia, grandeza e humildade, beleza e conexão, resta-nos dois olhos pequeninos para absorver toda a profundidade do que seja real e verdadeiro, do que seja santo e sábio, para aperfeiçoarmos cada interação que nos for oferecida, e assim, cada encontro com estes seres de vida poderá tornar-se uma experiência inesquecível de autenticidade, paz e harmonia.

domingo, 13 de maio de 2012

NOTÍCIAS DE MÃE


Aonde você está, meu querido filho, que hoje não posso lhe abraçar com todo o amor do mundo? Aonde você foi, minha querida filha, e quem lhe roubou hoje de mim? Foi o esquecimento? Foi a pressa? Ou foi o tempo, este ingrato veneno?

Hoje quero lhe enviar notícias minhas, ou melhor, só uma. Mãe não consegue nunca se ausentar de um filho, nem na alma nem no infinito. Mãe é pele de oração, é olho de cuidados, é mente de boas intenções, é intervenção divina. Mãe é a cor de suas palavras, é o sabor de seus sorrisos, é o toque de suas carícias, pois você é apenas a continuidade do que ela viveu.

Se hoje estou num asilo, ou num hospital com Alzheimer, se hoje fui reduzida a uma fotografia numa lápide fria ou se fui crucificada por meus comportamentos, ainda assim sou sua mãe. Se hoje não existe lugar em seu espaço físico para eu me apoiar, se hoje o telefonema é breve e obrigatório, se hoje mereço apenas um cartão com mensagens pré-fabricadas, só queria lhe lembrar que mãe é eternidade.

Pois fique tranquilo, meu filho, minha filha. Aqui onde estou, lágrimas não apagam o meu amor. Aqui onde estou só existe lugar para nossas interações mais belas, para as suas primeiras palavras que desconheciam a distância. Aqui onde estou, só existe você. 

Boi, boi, boi...boi da cara preta...

                                                                                                             Benedito José,
                                                                                                    à todas as mães do mundo

NOZINHO


Foi lançado ontem em Passos-MG o livro de Benedito José “A carroça das sete viagens”,  contando com a presença de amigos para testemunhar a vinda ao mundo do personagem Nozinho, este ser iluminado que nos ensina a ver a essência do todo em tudo.

Assim como na vida nem sempre podemos contar, a todo instante, com aquelas pessoas por quem nutrimos real importância, Nozinho, no livro, dá a volta por cima das ausências e dialoga filosoficamente com a existência nua e crua que se manifesta nos lugares onde menos imaginamos, da forma mais inesperada e doce, passando confiança à natureza encantadora em suas minúcias.

A partir de hoje Nozinho é do mundo, pronto para ir e estar onde Benedito José não pode ir. Nozinho se encarregará de abrir o livro, feito fruta de muitas sementes, para oferecê-la a quem ainda abrir os olhos da alma buscando respirar mais paz neste mundo conturbado, nesta selva caótica de ilusões, neste desencontro constante de nossas intenções mais sedentas.

 Nozinho há de ser guia e psicoterapeuta para quem, de repente, se confundir na malha de pensamentos negativos ou para quem não foi visto em toda a sua integridade aos olhos de cegos perdidos em seu egoísmo. Nozinho quer entrar em sua vida pelo avesso, pelo lado de dentro, pela porta da sensibilidade. Só assim você poderá reacender o lume de esperança e caminhar, junto com ele, os melhores caminhos da realidade. A partir de agora você tem um encontro marcado com Nozinho.

sábado, 12 de maio de 2012

ENCONTRO DE ESCRITORES


Sem sombra de dúvidas, a melhor atividade que uma feira de livros pode oferecer é o contato direto com escritores para ouvirmos estórias fascinantes, biografias brilhantes, para sabermos com quantos sonhos se faz um escritor, para conhecermos por dentro a alma de quem dá vida a personagens inesquecíveis, para nos deliciarmos com seu humor inteligente e com suas palavras perfumadas.

O fluxo de informações é veloz quando escritores conversam a vida entre si. Eles brincam com as turbulências do passado, revelam a gentileza de seu entendimento do mundo, preocupam-se com a consciência social, amam o que fazem e expressam esse amor pelas artes da literatura e pela educação de valores. Quando escritores se reúnem, eles nos recordam de como é importante voltarmos a exercitar o ato nobre de pensar.

O encontro de escritores de ontem, na primeira FLIPASSOS, foi este presente inesquecível para quem esteve lá. Por sorte e competência de quem a organizou, teremos hoje mais momentos como estes, de contato com mentes brilhantes e corações ternos, momentos de curiosidade e alegria, gotas douradas de sabedoria a nos cobrir de deleite como um saboroso doce de leite mineiro. Os mensageiros estão em Passos e estarão conosco por mais alguns dias. Saibamos apreciar sua magnitude e unicidade ao vivo enquanto nos for possível. Sejam bem vindos a Passos, escritores do mundo!

sexta-feira, 11 de maio de 2012

TERCEIRO DIA DA FLIPASSOS


Mais sucesso acontecendo em todas as atividades da FLIPASSOS, chegando a números de participantes acima de 1500 pessoas, apenas em dois dias de programação, no livro de presença, o que pode ser projetado para números acima de 2000 participantes ou mais.

Nós escritores de Passos e região nos juntamos a escritores especiais, convidados para a FLIPASSOS, numa tarde agradável de interação literária, contando causos, fazendo planos, relembrando os tempos da revista Protótipo dos anos 70, falando a língua de sapateiro criada no bairro São Francisco em Passos por seus moradores, repensando o projeto da feira do livro para edições futuras, tudo isso com gosto de quero mais.

O lançamento do livro EDUCA AÇÃO foi tocante e mostrou seu valor de contribuição ao ensino. Já na arena da Praça do Rosário, crianças adoráveis declamaram poesia e cantaram para uma plateia atenta e respeitosa, esbanjando talento lá do alto de seus 5 ou 10 anos de idade, revelando o potencial de nossas crianças para as artes quando devidamente estimuladas. Quem não foi, está perdendo muito. Quem vai, logo adere sua participação a mais e mais eventos.

A sexta-feira promete muito com a contribuição de peso de Alexandre Brandão, Hilda Mendonça, Gilberto Abreu e a Banda do 12 Batalhão da polícia Militar de Minas Gerais, o texto teatral PEDREIRA DAS ALMAS, além do encontro fantástico com escritores para o público em geral, talvez um dos melhores momentos da primeira FLIPASSOS. Compareçam e tragam seus amigos e familiares. A festa é do povo.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

2OO DIAS


Parece inacreditável, mas é pura verdade. Ontem completou-se a marca dos 200 dias em que uma pétala de rosa está pendurada por um átimo no coração de Amma no quadro Srimurthi da sala branca de Benedito José, em Passos.

Para quem não sabe ou não se lembra, Srimurthi é uma foto de seres iluminados que encontra-se viva e ativada com a consciência real deles, ouvindo nossas preces e nos auxiliando em momentos difíceis. Neste caso, as fotos são do casal Amma e Bhagavan da India, seres especiais que vieram trazer para a humanidade o poder das Dikshas para despertar a consciência da humanidade, rumo a um milênio de paz e colaboração entre os povos, mais próximos de Deus e de outras nove dimensões existenciais do universo.

Ao colocar uma pétala no coração de Bhagavan, ela caiu em seguida. Já a outra pétala, no coração de Amma, para nossa surpresa ali permaneceu misteriosamente. A pétala foi-lhes oferecida na ocasião de um curso de prosperidade, no qual eu pedi a eles para me ajudarem a publicar um livro no ano de 2012 entre outros pedidos pessoais. Neste próximo sábado estarei lançando o livro A CARROÇA DAS SETE VIAGENS na primeira FLIPASSOS-MG as 20:00 horas. Obrigado, obrigado, obrigado!

SEGUNDO DIA DA FLIPASSOS


A primeira FLIPASSOS teve seu segundo dia de sucesso com grande participação de público. Teve de tudo, de varais de poemas a lançamento de livros, palestras e oficinas, bate papo e coral, motivação e muito riso.

Benedito José apresentou um painel com diretrizes de estímulo à imaginação e criatividade, para a escrita de poemas do absurdo, o qual foi parcialmente preenchido pelos participantes que se envolveram alegremente com o processo criativo deste escritor. Leu poemas de Manoel de Barros e alguns de sua autoria. Brincou com as palavras e correu o tempo todo, alias tempo curto para tanta informação e dinâmica.

Poesia do absurdo é a composição literária poética que não se enquadra em regras nem em condições estabelecidas. É busca irracional ou transcendental para o entendimento da existência humana e seu papel no universo. É a consciência de que existe beleza no absurdo da existência. É o resultado da tensão entre a inquietação e a serenidade, sem refúgio, sem distanciamento do presente. É o impensável que se tornou pensamento, a troca da resposta pelo despropósito, a certeza das incertezas da vida.

Benedito José falou e mostrou com naturalidade que há um escritor dentro de toda pessoa, fruto de suas percepções individuais da vida vivida, cuja experiência está sempre pronta para ser colocada em versos livres, por mais absurda ela possa parecer. Esta quinta-feira também promete muitas atividades interessantes. Vamos todos participar.                             

quarta-feira, 9 de maio de 2012

COMEÇOU A PRIMEIRA FLIPASSOS


Ontem teve inicio a primeira FLIPASSOS- Feira do Livro de Passos-MG nos recintos da Camara Municipal. A grande presença de público já é um indicativo do enorme sucesso que esta atividade cultural terá nos próximos dias, contando com oficinas de literatura, encontros com escritores de todo o Brasil, atividades artísticas, varais de poesia, lançamentos de livros e noites de autógrafos.

Na ocasião da abertura solene foi lançado o selo oficial comemorativo da feira, idealizado pelo escritor Marco Tulio Costa que recebeu a todos com enorme simpatia, o qual fará hoje o lançamento em Passos de dois de seus livros intitulados “A árvore do medo” e “Mágica para cegos”.

O ponto principal da abertura se deu com a palestra da educadora e escritora Maria Antonieta Cunha que nos encantou a todos com humor, leveza, informação, incentivo, orientação, partilhando com amor a sua vasta experiência no campo cultural. Uma de suas mensagens, ao lembrar que seu filho de 3 anos de idade lhe fazia perguntas existenciais que ela mal sabia responder na época, é que a necessidade de transcendência é intrínseca no ser humano, não importando idade, credo, raça ou origem. A mesma mensagem está contida em meu livro “Teoria da Paz e Reorganização pessoal, onde comento que “tudo pode e deve ser transcendido, se quisermos quebrar o muro da resistência que nos limita a caminhada rumo à consciência superior.”

Hoje as 18:30 estarei ministrando uma Oficina Literária de Poesia do Absurdo, aberta ao público em geral, ensinando aos participantes como escrever este tipo fascinante de expressão poética e como estimular a inspiração do trabalho literário através de esforços direcionados à criatividade. Conto com a presença de todos.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

LIVRO: A CARROÇA DAS SETE VIAGENS


Este é o título do novo livro de Benedito José que será lançado e autografado na primeira Feira do Livro de Passos-MG no dia 12 de Maio as 20:00 horas. Escrito no estilo modernista de poesia do absurdo, o livro quebra algumas regras estabelecidas e inventa palavras, transforma adjetivos em verbos, pincela figuras de linguagem com traços de filosofia, mas acima de tudo conduz o leitor a uma viagem com outros filtros de entendimento da realidade, explorando situações incomuns como se fossem comuns.

O texto da orelha de capa explica o encontro do autor com a poesia do pantanal matogrossense, de Manoel de Barros, e sua paixão pelo absurdez como veículo de linguagem das realidades aparentes e ocultas, bem como a escolha do autor em regionalizar mineiramente sua visão de mundo. O prefácio nos apresenta os personagens principais de seu universo rural, onde cada um deles destila a pureza de um coração simples com aroma de felicidade. Em seguida, Benedito nos esclarece a diferença entre poesia do absurdo e poesia de consciência, esta última sua proposta maior que se manifesta sob a luz do personagem Nozinho e de seu alterego infantil.

O livro nos apresenta um desafio enorme, o de ser descoberto em cada verso, rico de conteúdo e nem sempre traduzível pelo olhar apressado de quem ainda não aprendeu a ler com a alma. Enganam-se aqueles que devoram suas palavras como produto de consumo. Cada verso, cada poesia, cada retrato do instante, esconde um livro em si mesmo como elemento de meditação e investigação das sutilezas que ele nos revela. Foi Nozinho quem abriu o baú de luz e nos cegou a ignorância, diante da fragrância da verdade que a natureza escreve silenciosamente para o nosso deleite. É Nozinho quem nos pega pela mão e empresta seu olhar iluminado para as nossas retinas contemplarem as cores do inesperado. Mas é Benedito José quem nos alerta para as coisas belas que estamos perdendo ao abraçarmos a ansiedade do mundo. Que sua lucidez abrace o leitor que se arriscar a entrar na carroça das sete viagens da imaginação

domingo, 6 de maio de 2012

MESSIANISMO POLÍTICO


A América Latina de hoje tornou-se um campo prolífero para o messianismo político. De Hugo Chaves na Venezuela à Cristina Kirchner na Argentina, os governos populistas hipnotizam a mente dos cidadãos com propaganda política massiva recheada de números falsos, informações distorcidas, manipulações estratégicas e perseguições à mídia.

Nesta semana, a Universidade de Cambridge na Inglaterra revelou um estudo, baseado em informações guardadas da Segunda Guerra Mundial, onde profissionais da área de saúde mental confirmavam o diagnóstico de messianismo paranoico de Hitler em sua campanha de guerra psicológica contra os Judeus, visando sua extinção total da face da Terra.

Ao trocarmos o nome de Hitler por qualquer um dos mandatários políticos da América do Sul, nos últimos 10 anos, e ao trocarmos o nome dos Judeus como inimigo interno por camadas da Elite ou por Estados Unidos, podemos nos assustar com as similaridades que se revelam. Os golpes sujos visando eliminar a oposição política e o poder informativo da mídia, a sucessão presidencial disputada a qualquer preço ou a falta de alternância no poder, a manipulação das massas em nome de um populismo cada vez mais capitalista e mais voraz, aram o território fértil para ditaduras de esquerda que anulam o cidadão consciente e o reduz a forte candidato ao exílio voluntário.

No Brasil a guerra psicológica já surte efeitos devastadores na consciência popular. O povo se encontra anestesiado, incapaz de erguer a própria voz contra desmandos, corrupção, violência urbana, morte de valores sociais, desvalorização das instituições que dão alicerce para uma sociedade mais justa. Quem mais combate o capitalismo é quem mais se beneficia dele através de desvios, golpes, comissões e esquemas de corrupção. Quem mais combate o antigo regime militar sul americano é quem mais o imita em seus anseios de vingança. Quem mais se posicionou ao lado do povo é quem mais se distancia da liberdade inerente em cada ser humano.

A população cubana de Fidel Castro foi imobilizada com torniquete desde 1959, incapaz de reagir a qualquer raio de consciência. A população venezuelana de Chaves continua sendo enganada até nas informações sobre o câncer impiedoso de seu mandatário. A arrogância de Cristina Kirchner contra as empresas espanholas que tanto apoiaram a esquerda sul americana demonstra que não se pode confiar em lobos vestidos de cordeiros. Os sonhos messiânicos de outros presidentes locais constroem uma rede de integração de fórum político social para propagar o fim do capitalismo que nunca vem. Enquanto tivermos as negociações, entre países, movimentadas pelo Deus Dinheiro, o ser humano rastejará pela lama do oportunismo e do egoísmo e coroará reis com alma de serpente e cara de salvador da Pátria. Salve-se quem puder.

Seria possível ficarmos apenas com as coisas boas dos últimos governos e eliminarmos os corruptos que nos usam para o enriquecimento ilícito deles?

sábado, 5 de maio de 2012

NÃO SABEMOS TUDO


Que bom que não sabemos tudo, assim nos resta o trabalho de aprender o novo e o desconhecido e a maravilha maior de desaprender o que já não nos serve mais. Que bom que não nascemos sabendo e nem morremos sabedores de tudo, assim nos resta a esperança em algo além da morte que nos apresente outras realidades atrás do véu da ilusão.

A arte de aprender só acontece naquelas pessoas que se posicionam prontamente para a essência da vida, só se manifesta naqueles que se prontificam a transformar todo conhecimento em sabedoria. Na superfície e no supérfluo repousam a ignorância e o comodismo, vetores da preguiça de crescer e do vício de usar outras pessoas como muletas. Aprender exige novas posturas e atitudes mais equilibradas. Aprender exige compromisso e comprometimento com o aprendizado responsável. Aprender exige mudanças, pois se alinha com o propósito maior de viver e de se renovar constantemente.

A arte de desaprender só acontece após a chegada da sabedoria. Ela se desenvolve a medida que aumenta a consciência da simplicidade de todas as coisas, quando deixamos de complicar entendimentos e de cobrar comportamentos para aceitar que não temos controle sobre tudo. Ela nos ensina desaprendendo. A arte de desaprender é um estágio avançado de desenvolvimento pessoal que nos desperta para a essência de todas as coisas. Desaprender é se libertar das amarras da razão fragmentada e se ver conectado com o movimento de tudo o que existe. Desaprender é sair de si e conhecer o avesso daquilo que ainda não foi experimentado e pode ser revelador. Desaprender é mesmo uma arte refinada.