terça-feira, 29 de novembro de 2011

A MORAL DO CORPO



Basta uma deficiência ou irregularidade no corpo e lá vem neurose. Basta uma auto-crítica e lá vem ansiedade. Basta uma gozação e lá vem complexo de inferioridade. O corpo humano tem este poder de afetar o comportamento devido à nossa identificação com ele.

Nos primeiros passos da formação do ego e da identidade, o corpo é a única referência concreta do que pensamos ser, reforçado pelo nome que nos foi dado. Na infância aprendemos que o corpo é algo sujo, vergonhoso, mal e pecador. A roupa, nossa folha de parreira moderna, cumpre bem o seu papel de esconder certas partes como se fossem indígnas e desprezíveis.

 Para compensar tamanho descalabro e tamanha culpa gerada, criamos a fé com toda uma estrutura hierárquica para nos colocar no fim da fila, criamos a vaidade para diminuir o poder da culpa e nos sentirmos bem com a aparência pois a essência já foi diminuída e negada, criamos o egoísmo pela necessidade de mecanismos de defesa quando nos sentimos ameaçados por algo melhor ou mais bonito, e criamos a violência para descarregar nossa revolta contra toda forma de humilhação
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Fruto da comparação, nasce em nós o medo da invasão de nossa privacidade e intimidade, o medo de perdermos a autonomia do próprio corpo e o medo de perdermos a liberdade de fazer o que quisermos com ele. Consequentemente, estes mesmos medos são projetados na comunidade e nos governos, na escola e na igreja, nos relacionamentos e na separação ou na ameaça de solidão. Com o risco constante de sermos despidos públicamente, na revelação de nossos erros passados, crescemos em ansiedade e mentiras, a ponto de nelas acreditarmos e transformarmos nosso comportamento e fala numa bandeira vermelha. Trava-se então a maior de todas as guerras, a batalha interior entre  a moral e a transgressão nossa de cada dia, a briga de foice no escuro entre o certo e o errado, o direito de fazer somente quando não estiverem nos olhando. Mas não adianta manipular. O corpo fala.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

NOVIDADES DO CORAÇÃO

Nem toda dor no peito com falta de ar é sinal de ataque cardíaco. Cientistas acabaram de identificar um tratamento para as dores do abandono. Não só o coração partido pela ruptura de um relacionamento, mas quase todo tipo de estresse emocional, agora podem ser tratados com aspirina. Será mesmo verdadeira esta pesquisa ou mais um golpe de marketing?
Mais comuns no inverno e no verão, quando as pessoas saem mais para interagir com novas amizades e mudam de parceiros, ou quando saem menos por causa do frio, a pesquisa sobre a dor do coração abandonado quer mostrar que há casos em que o corpo aborta uma possibilidade de ataque cardíaco, ou seja, temos realmente um processo interior de auto-cura, o que poderia ser estendido para todas as doenças psicosomáticas. As emoções exageradas e as percepções distorcidas, de uma determinada situação, podem mesmo elevar nossos níveis de adrenalina, ansiedade e estresse, isso já sabíamos. A novidade consiste em tratar a dor de cotovelo com remédios usados em outras doenças cardíacas. Tudo seria controlado a partir dos batimentos cardíacos, e a pessoa que abandonou o parceiro ou parceira não precisaria mais se sentir tão culpada ou preocupada com o desespero de quem foi trocada. Trocar de marido ou de namorada já é mais fácil no mundo de hoje. A ciência resolveu dar a sua ajuda para que o processo de esquecer um amor perdido ou a morte de um ente querido possa ser acelerado, ou seja, fast-cura nas prateleiras da farmácia.
Trocar a oportunidade de encontrar recursos internos, para lidar com as frustrações e decepções da vida, por uma fórmula química é ignorar a força humana que nos fez tão fortes para sobreviver até aqui. Cada desafio emocional que sofremos traz em si a semente do crescimento pessoal. Ocultar um sintoma não significa curá-lo. Abafar uma dor emocional não nos deixa evoluir. Podemos até controlar os níveis hormonais, mas desaprender aquilo que nos torna fortes significa enfraquecer a espécie humana. Preparar-se para a vida inclui aprender a dominar nossas tempestades internas com uma percepção saudável da realidade. O Treinamento BIOPLENITUDE pode contribuir.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

VIOLÊNCIA FAMILIAR

Quem tem irmão sabe muito bem. Filho mais velho sofre muito mais do que os outros, a começar pela responsabilidade que lhe é despejada sobre os ombros, sem nem ao menos saber o que é a tal da  responsabilidade. Deve ser uma maquininha que se ajusta ao torcer a orelha.

Tudo parecia um paraíso em casa. Ser filho único é uma coisa muito boa. A gente recebe toda a atenção do mundo, ganha muitos presentes, tudo o que fazemos agrada aos parentes, temos um quarto só para nós e um casal de súditos a nos guiar e a nos ensinar os segredos da felicidade. Até que um dia mamãe aparece com a barriga inchada de gente dentro, dizendo que vamos ganhar um irmãozinho para brincar conosco, mas sem nos alertar da competição por carinho e atenção que fará parte da nova dinâmica familiar. Quando o infeliz nasce, a gente percebe a tragédia
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Papai e mamãe nunca demonstraram tanta alegria juntos. Estão os dois muito empenhados em nos destronar para dar lugar ao estranho pimpolho invasor. Ele mais parece um parasita enrolado na manta amarela e chora por nada, talvez só para me tirar do colo da mamãe ou para interromper a brincadeira com papai. Eu não gostei de nada neste menino. Quando ele crescer, se crescer pois já penso em dar um fim nele, quero lhe deixar de olho roxo e não vou aceitar ninguém mais mandar em mim. Ele só me trouxe ansiedade, preocupação, tristeza e mais  responsabilidade sem poder. Ele foi uma catástrofe na minha vida.

Como eu dizia antes, filho mais velho sofre mais. Embora eles não comentem o que pensam, é mais ou menos assim. Debaixo de tantos desapontamentos eles sentem a quebra da união com os pais, carregando consigo, para o resto de suas vidas, uma sensação de que têm sempre um amigo e um inimigo em cada ambiente que frequentam, o que os levam a se tornarem controladores em excesso e a consumirem exageradamente suas energias psíquicas com a necessidade ou cobrança de fazerem muito sucesso na vida. O filho mais velho leva mais tempo para descobrir o amor.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

EDUCAÇÃO CONSCIENTE


Se os pais de hoje não estão preparados para educar as crianças de hoje, pois foram criados com a educação de ontem, é melhor pararem de fazer projeção pessoal neles. Cada coisa é cada coisa. Cada pessoa é única, sem o dever de se tornar cópia apagada dos pais.
É melhor retirar o senso de obrigatoriedade onde os pais traçam um caminho calculado para os filhos, sem notarem se os filhos tem auto-estima suficiente para suportar os desafios, vocação para seguir aquele caminho, ou conscientização dos valores humanos necessários para o sucesso da empreitada. Do contrário, um dia seu filho terá depressão ou outro distúrbio mental devido à pressão psicológica, ou chegará o dia em que ele lhe devolverá o diploma, dizendo que agora vai seguir o próprio caminho.
É melhor os pais se educarem primeiro para depois educarem as crianças. Tudo bem que os pais queiram dar o melhor a eles, dar o que eles mesmos nunca tiveram na infância, dar uma boa educação e protegê-los contra os perigos do mundo. Tudo mal que os pais deem proteção exagerada e anulem a força volitiva ou vontade e iniciativa dos filhos, pois eles nunca aprenderão o valor das conquistas e acreditarão que tudo deve ser fácil ou tem algo muito errado com os outros. Tudo mal que os pais queiram ser respeitados mas não respeitem os filhos na sua individualidade, na sua identidade, nas diferenças, nos gostos, nos hábitos e na liberdade que se desponta na frente deles. Tudo muito mal se os pais não preparam os filhos para aceitarem as frustrações e adversidades da vida.
Mostre às crianças que todas elas têm apenas um cérebro, mas cada uma precisa dar o seu melhor e se esforçar se quiser produzir mais. Em vez de criticá-las, dê-lhes ferramentas e recursos de negociação, práticas de capacitação, exercícios de criatividade, brinquedos funcionais. Aprenda a enxergar o seu filho como ele é, e não como você gostaria de moldá-lo para a vida que você enxerga com seus olhos. Ensine ao seu filho que não se joga apenas para ganhar pois nem todo mundo ganha sempre, joga-se para se divertir e socializar. Ensine-os a analisarem os recursos que faltaram para a vitória ou o sucesso, para adquiri-los na próxima tentativa. Vai ser lindo saber que você não criou um robot infeliz, mas sim uma criança iluminada em sua originalidade, pronta para o que der e vier na vida.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

NOS LIMITES DA COMPAIXÃO

Não é fácil tomar conta de um filho paraplégico, de um paciente com doenças incuráveis ou terminais. Para um Padre, Pastor, Enfermeiro ou Terapeuta, haja compaixão quando se lida com um caso de sofrimento extremo ou limitações de movimento. Mas será verdade que compaixão tem limites?
Todo excesso de vigilância ou atenção gera tensão, irritação, nervosismo, insônia, dores no corpo, depressão, estresse, vulnerabilidade e hipersensibilidade. O excesso de responsabilidade provoca afastamento das pessoas, de amigos e da vida social. Há um desinteresse por atividades prazerosas e perda de interesse sexual. Há redução de criatividade, de reflexos e de raciocínio. Perde-se a memória e aumenta-se o falatório que esgota energias.
Por não perceber o impacto causado em si, a pessoa ou profissional que cuida de um paciente, vulnerável físicamente, nem se dá conta de que tornou-se vulnerável emocionalmente. Sabe que necessita de férias mas não pode tê-las ou, se pode, sentirá culpa caso aconteça algo de ruim em sua ausência. Sim, compaixão tem limites e o sinal é a exaustão. Isto se chama Fadiga de Compaixão.
Tudo bem, você pode se dedicar de corpo e alma a quem necessita e sentir-se cansado, mas o estresse destas exigências pode ser identificado e reduzido. Deve-se conversar com parentes sobre o que se considera ser demais para que você não se sinta invisível. Pode-se mudar os rituais e hábitos caseiros. Deve-se negociar horas de sono e descanso. Quem não sabe cuidar de si, dificilmente dará o seu melhor aos outros. Pode-se aprender com outras pessoas. Consciência tranquila não é medo de ser criticado pelos familiares nem incapacidade de lidar com culpas. Ter a certeza de que se fez o melhor para o paciente é apenas um ponto de vista. Cuidar de si é tão importante quanto cuidar dos outros. Sempre foi e será.

sábado, 19 de novembro de 2011

CONSTRUÇÃO DOS MEDOS

O que preciso fazer, pensar ou acreditar, para ficar com muito medo? Faça esta pergunta à si mesmo e colherá resultados interessantes sobre a maneira como você gera medos internos. Por mais variadas que sejam as respostas encontradas, no final elas serão facilmente incluidas em três categorias. 

O primeiro mecanismo de construção do medo é o esquecimento intencional da sabedoria interior, o esquecimento de todas as vezes em que você venceu obstáculos no passado, o esquecimento de seus recursos anteriormente usados com sucesso, o abandono de suas faculdades mentais como a lógica e a razão. A melhor maneira, portanto, de vencer um medo irracional é substituí-lo por informação.

A segunda categoria é a crença no despreparo para enfrentar o objeto que dá forma ou conteúdo ao seu medo. Pensa-se que não existe poder interior, força interior, energia suficiente, técnicas ou métodos disponíveis, armas emocionais, apoio de amigos, coragem heróica, capacidade de reação ou iniciativa e  domínio mental para demolir o inimigo, muitas vezes imaginário. A pessoa esquece que na maioria das vezes não estamos preparados para tudo o que surge em nossa vida. Há momentos e situações em que só aprendemos depois de dar o primeiro passo ou colocar os pés na água. Se soubéssemos de tudo não haveria mais crescimento.

A terceira categoria é o enfraquecimento da fé. Se o medo é o avesso da fé, é ela quem vai nos levar adiante quando nos depararmos com desafios maiores do que a limitação humana. É a fé quem vai remover obstáculos psicológicos, construir pontes com a esperança e sedimentar dentro de nós o tronco da árvore da vida por onde vai correr a seiva da determinação. É a fé quem vai vencer a negatividade, calar a ignorância atrevida e dar clareza para separar o joio do trigo. O fortalecimento da fé só precisa de vontade e confiança para vencer os medos internalizados.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

ESSE TAL DE EGO

Todas as pessoas egoístas deveriam ser eliminadas da Terra se quiséssemos viver num mundo sem violência. Infelizmente não é assim tão fácil, pois o ser humano só é programado para operar em dois modos, pelo ego e pela alma, além de escolher conscientemente a quem ouvir, obedecer, colaborar ou dominar.

O Ego é aquela parte necessária da mente, responsável pelo desenvolvimento racional e intelectual do cérebro, visando a sobrevivência material e física nos mais diversos ambientes. Caracteriza-se pela busca da satisfação pessoal através dos desejos e do prazer imediato. Inimigo da inclusão e impossibilitado de expandir horizontes, o Ego persiste na teimosia burra e cega de se ver como o centro do universo e de se achar o tal.

Elogia tanto a si mesmo que nem dá tempo para os outros reconhecê-lo ou admirar o seu trabalho e suas qualidades. Tem complexo de grandiosidade e são imaturos ao extremo, eternamente inseguros, constantemente medrosos. Filtram o mundo pelos cinco sentidos apenas e vestem-se de poderosos e autoritários, frios e ríspidos, sem consideração alguma pela dor do próximo. Mas há também aqueles que desenvolvem o Ego Espiritual e fazem-se de bondosos líderes religiosos, donos da verdade divina, preocupados somente com o exercício do poder e com a auto-imagem positiva e engrandecedora.

O egoísta mente para si e para o mundo com o intuito de levar vantagem em tudo, sugando a energia e o dinheiro das pessoas mais vulneráveis que encontrar. Sofre de ignorância crônica e torna-se “o mala” nos encontros sociais. Nos relacionamentos é fonte constante de conflitos e violência física pois desrespeita as necessidades e liberdade alheias, desprezando os parceiros amorosos em nome da própria arrogância.

Esse tal de Ego é um bobalhão crescido no tamanho e encolhido no coração, a procurar apenas satisfação sexual em seus relacionamentos, sem nenhuma coragem de assumir compromissos com a felicidade dos outros. Afinal, ele está ocupado demais em olhar e admirar o próprio umbigo e até perdeu a visão do horizonte. Seu final é a síndrome do fracasso, vestido com o manto das aparências enganosas, sentado no trono do abandono, segurando o cetro da indiferença e ajeitando na cabeça vazia a coroa de pedras semi-perniciosas. Você conhece ou já conviveu com algum egoista???


quinta-feira, 17 de novembro de 2011

MEDO DE ERRAR

Quem nunca errou na vida que atire a primeira pedra. Até a natureza trabalha com tentativa e erro, pois errando também se aprende e se aperfeiçoa. Porém, existem pessoas que morrem de medo de errar, por diversas razões e condicionamentos, alguns deles positivos, mas a maioria negativos. Vejamos juntos o que se passa com estas pessoas que estão sempre  sentadas no banco da inércia.
Elas possuem pais exigentes que cobram performance de sucesso, exercendo pressão psicológica sobre elas, as vezes sem perceber os danos causados, principalmente quando os pais oferecem todas as condições financeiras e se sentem no direito de exigir  excelência. As expectativas dos pais são tão elevadas que provocam estresse nos filhos, os quais acabam desistindo de tudo por insegurança. Muitas vezes a expectativa irreal vem da esposa, que trabalha, sobre o marido desmotivado e desempregado.
A saída encontrada pelos medrosos é evitar todo tipo de confrontação e criticismo, fugindo das conversas, isolando-se no quarto ou nos bares, evitando a dor das comparações. Por não saber o que fazer, copiam e tentam usar os planos e estratégias de outras pessoas, mesmo ignorando que cada pessoa tem recursos próprios diferentes, acreditando assim contar com a garantia de expectativas menores. Torna-se uma forma discreta de fugir das responsabilidades maiores e de dividir possíveis fracassos. Só não percebem que tal atitude mata-lhes todo o qualquer ato de criatividade. Vêem de maneira positiva seguir a orientação de outras pessoas, exercendo assim a confiança nelas, mas quando se dão conta de que não deu certo, afastam-se e jogam tudo para o alto. Alguns entram em depressão.
Precisamos nos lembrar de que um erro é apenas falta de conhecimento específico ou falta de experiência. O homem, tal como parte da natureza, pode errar sim e muitas vezes, pois cada tentativa  vai lhe trazer experiência e conhecimento. Ao errar da próxima vez, pague o preço das consequências, divirta-se e ria de si mesmo, ou aprenda uma lição importante. Depois é só seguir em frente.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

SEXUALIDADE E AGRESSÃO

Quando a gente faz algo escondido é porque tem consciência de certo e errado, ou melhor, se escondemos é porque sabemos se tratar de algo não aceito, incriminável, passível de crítica e julgamento. Não adianta nada. Há um Juiz severo dentro de nossa consciência pronto a bater o martelo com sua autoridade.
Há forças interiores que nos acompanham por toda a vida. As duas mais comuns são a sexualidade e a agressão. Pode prestar atenção e notar se todas as vezes que você se sente culpado, estas duas forças estão ou não estão envolvidas. A força do desejo é controlada por alguns, sublimada por outros, e liberada abertamente por uns tantos. O desejo é forte como uma fogueira e pode ser direcionado para alcançar um objetivo, para medir forças, ou para conquistar uma posição que antes pertencia a alguém. É o desejo quem primeiro se associa à sexualidade na hora do incêndio interior. É o desejo quem primeiro se manifesta na hora da ação. É o desejo que nos faz precipitar em certas atitudes, das quais nos arrependeremos mais tarde. O desejo nos faz recordar e querer a força da sedução e do prazer.
A agressão também é companheira para toda a vida. Um bebê arranha o rosto da mãe amorosa quando se irrita. Uma criança faz birra na loja quando quer um presente. Um adolescente ofende verbal e fisicamente outra adolescente frágil, desrespeita os próprios pais e agride a própria namorada a quem diz amar. Os pais perdem o equilíbrio com os filhos em momentos desafiantes. A violência urbana acontece sempre que uma diferença quer ser corrigida por quem se sente injustiçado. Um país ataca outro país em nome da liberdade, da democracia, da ideologia de esquerda, da competição econômica e da competição por recursos naturais. A morte, último passo de nossa caminhada, também é uma violência contra a vida.
A culpa só acontece dentro de nós quando recuperamos o discernimento e a razão, quando finalmente aprendemos a lição e admitimos ter magoado alguém. A culpa nos tira o sono pois destruimos o sonho de alguém. A culpa é um momento difícil do encontro com a verdade. Seja nas ações agressivas ou sexuais, a culpa quer lavar nossa lama emocional e moral, para que um dia possamos voltar a abraçar a honestidade, para que uma noite possamos voltar a dormir tranquilamente.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

NOVOS TEMPOS

Antes de construir um edifício, é preciso primeiro demolir o que havia de velho no terreno e limpá-lo. O mesmo acontece nos planos interior e psicológico, bem como no plano social. Se olhamos somente para o que se acaba, ficamos negativos. Se olhamos somente para o vazio deixado, ficamos preocupados. Se olhamos para dentro de nós, encontramos a força e os recursos para construir um mundo melhor.
Atualmente as pessoas parecem cansadas das promessas feitas e descumpridas, cansadas de velhas idéias e ideologias que vêm embelezadas como um sepulcro caiado, sentindo a monotonia da vida, gastando suas energias com a correria desenfreada por valores materiais que destroem o que a vida tem de melhor a nos oferecer. As pessoas vivem confusas, pois tudo parece ter perdido sentido com tantos contra-testemunhos daqueles que deveriam ser exemplares à sociedade.
A juventude, sem identidade, entregando-se às drogas com a mesma inocência com que nos atiramos no mar para divertir, desta vez sem ver a diferença, combinada com as movimentações catastróficas da natureza que se reajusta às destruições causadas pela humanidade industrializada e tecnológica, parecem ser sinais de um fim inevitável, quando na verdade são sinais de um novo tempo.
É fato que criamos e vivemos em um estado de descrença nos governos, nas pessoas, nas idéias, nas formas institucionalizadas de controle da população. É fato também que desde crianças obtivemos fôrmas de comportamentos, as quais usamos por toda a vida como se fossem definitivas. Mas não podemos nos esquecer nunca de que estas fôrmas não são eternas, pois se fossem, jamais teríamos liberdade de ser tudo o que queremos ser. A criatividade é a melhor ferramenta nestes novos tempos, e a caixa delas se encontra no coração renovado e esperançoso.

domingo, 13 de novembro de 2011

O MELHOR DE CADA UM

Esforçar ou dar o melhor de si. Estas duas expressões geram muita confusão na cabeça das pessoas. São duas coisas diferentes, muito embora alguns pensem que trabalhar duro é dar o melhor de sí. Basta lembrar que, em casa, qualquer esforço não reconhecido gera frustração, justamente pelo desentendimento de tais comportamentos.
Mãe reclama de filhos que não ajudam, filhos reclamam de mães que não reconhecem a ajuda dada, patrões não valorizam o esforço do empregado que faz mais do que lhe é pedido, tudo isso é expressão da falta de sensibilidade de certas pessoas, na hora de contar com resultados esperados. A expectativa criada por alguns pode ser irrealista demais, a intenção de outros pode ser a de explorar os mais fracos ou a de torná-los subservientes. As exigências tornam-se autoritárias quando o respeito desaparece.
Para saber se você está fazendo o seu melhor ou se está apenas dando duro demais, basta fazer algumas observações básicas. Quando você espera um obrigado e se enfurece se ele não vem, quando você faz algo por ser-lhe exigida certa responsabilidade, quando você faz algo mas reclama constantemente das pessoas envolvidas na mesma atividade ou em atividade paralela, saiba que se trata de dar duro, de se esforçar, de se desdobrar para completar uma tarefa. Se você está fazendo a tarefa de forma agradável, com prazer, rindo sempre que possível, sem reclamar, sem esperar reconhecimento dos outros, então se trata de dar o seu melhor. Quando você faz algo para você, para se sentir orgulhoso de si mesmo, não precisa se esforçar, tudo acontece de forma natural, quase cantando ou assoviando sua canção preferida. Da próxima vez que você reclamar de sua atividade, lembre-se disto.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

MANIFESTAÇÕES BHAGAVÂNICAS

Dia 10-11-2011, completou 49 dias consecutivos que as padukas grudam em meu corpo ( rosto, peito e costas), desde que comecei a receber dikshas delas três vezes ao dia, e 27 dias que a pétala de rosa está grudada no coração de Amma, no Srimurthy grande de minha sala branca, desde o terceiro dia do Curso de Prosperidade realizado em Passos-MG. Bolas douradas da Graça Divina foram fotografadas no Treinamento Bioplenitude, pelos participantes, tamanha foi a chuva de amor incondicional e felicidade suprema neste último final de semana.
Confesso não saber o significado destas manifestações, mas sei que a presença de Amma e Bhagavan, em nosso meio, torna-se mais viva à cada dia que passa. Confiamos em sua intercessão junto ao Pai Eterno para atender os pedidos do coração que lhe entregamos. Acreditamos em suas promessas de libertar incondicionalmente a Humanidade do domínio da mente, conduzindo-nos para o Reino da Consciência Divina. Esperamos o processo de Realização Divina nos abraçar amorosamente, enquanto observamos os pensamentos e as emoções desfilarem dentro e fora de nós, durante a prática da integridade interior.
Estamos prontos para os novos tempos. Estamos a postos para auxiliar a todos, dentro de nossas capacidades, seja iniciando-os na Bênção da Unidade ou Dikshas, na cura emocional, nos ensinamentos de AmmaBhagavan ou no exercício da compaixão e do amor fraterno.
A conexão divina já alcançada é nossa maior certeza de que estamos no caminho certo e de que somos parte e testemunhas de uma nova etapa da evolução da Humanidade. É tempo de nos sentirmos levemente suspensos no Ser e tempo de bem aventuranças. Tempo de acreditar e respirar um mundo melhor. Toda espera é sagrada.

PARA VIVER MELHOR

Muita gente não está satisfeita consigo mesma. Já encontrei pessoas que possuem tudo o que eu gostaria de ter mas dariam tudo para estar no meu lugar. A minhoca gostaria de ser cobra mas a serpente preferiria ser minhoca. Cada um desconhece as reais condições de ser o que o outro é. Cada um só olha para as próprias limitações e defeitos. É como morder o próprio rabo. É como ignorar o predador se aproximando para devorá-lo no momento de sonho. Tudo é uma questão de sentir-se bem na própria pele, de aprender a trocar de pele sem trocar o corpo, de expandir os horizontes de sobrevivência e aceitar novos hábitos.

Sentir-se bem na própria pele significa gostar de si, orgulhar-se de si mesmo, cuidar da aparência e da higiene corporal para sentir-se bonita, cultivar e apreciar a beleza onde quer que a encontre, seja no corpo ou na alma, sentir-se atraente, falar bem de si sem exagerar e nutrir uma auto-imagem positiva no momento em que estiver elogiando alguém.

Aprender a trocar de pele sem trocar o corpo significa renovar-se constantemente, ser criativo, acreditar mais em sua capacidade de construir algo do que apoiar-se apenas naquilo que criou ou construiu materialmente. Expandir os horizontes de sobrevivência significa aprender todos os dias, estudar, aperfeiçoar-se, experimentar novas atividades como formas de auto-realização. Descubra um esporte para aprender no próximo inverno. Aprenda a dançar salsa ou a jogar xadrez. Leia livros de auto-ajuda. Faça terapia com um profissional qualificado para conhecer mais de si. Reinvente você.

Aceitar novos hábitos significa abrir mão dos vícios que comprometem a sua saúde como beber e fumar, trazer qualidade para o tempo que convive com aqueles a quem você ama, criar tempo para relaxar, trabalhar somente em profissões que goste e sem reclamar de seu emprego, ter uma alimentação mais saudável para ser mais responsável pela própria saúde, sorrir mais.

Michael Jackson era um menino lindo até o momento em que se sentiu desconfortável na própria pele. Tanto a modelo anoréxica quanto a mulher viciada em cirurgia plástica trocaram a beleza interior pela ilusão da aparência. Não faça o mesmo. Seja esperta e sofra menos. Cultive a beleza do Ser e do Espírito que nunca envelhece.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

O PROCESSO DO PERDÃO

Fala-se muito em perdão no campo religioso e no universo familiar. Sabe-se hoje que as mágoas, a falta de perdão e a tristeza profunda podem juntas levar o corpo a um processo cancerígeno. Confunde-se também o ato de perdoar com o gesto de esquecer. Afinal, é possível descrever o processo do perdão passo a passo? É isso o que vamos aprender agora.

Começamos com a desidentificação da postura de vítima – “eu não quero mais ser tratado como vítima” – para deixarmos de ser injustiçados ou chamados de coitadinhos, parando de lamber as próprias feridas e assumindo nossa participação ou omissão no conflito criado. Em jogos de poder, pessoas trocam de posição, rompem contratos, esquecem-se das promessas feitas e pedem Socorro a quem os ouça. É hora de avaliarmos onde foi que aceitamos o distanciamento. Assim o fazendo, entramos em contato com as forças interiores para abandonarmos a vulnerabilidade, sustentada por nossas reclamações, e conseguimos compreender que só os fortes perdoam, tornando-nos assim fortes.

No Segundo passo lembramo-nos de que não existem pessoas perfeitas, todos nós erramos várias vezes na vida mas podemos aprender com os erros nossos e dos outros. O erro é uma decisão pobre e cega, carente e insegura, distorcida e distante da verdade. Ele é uma forma de compensação doentia para a nossa falta de coragem . O erro passado deve servir agora de referencial para acertos futuros. Tempo de olhar prá frente com a cabeça erguida. Tempo de aceitar a limitação humana e fazer novos ajustes de rota.

No terceiro passo incluimos o aspecto espiritual e pedimos a Deus que a verdade dos outros apareça, mesmo que seja cruel à uma das partes envolvidas; assim o engano não deve sobreviver e vencer a verdade. Também entregamos o ofensor nas mãos de Deus pois compreendemos que a justiça humana é pequena demais diante da justiça divina. Com o coração limpo do ódio e envolto em serenidade, vemos o ofensor como o Filho Pródigo, para que um dia ele seja reincluido com dignidade na família humana, desta vez sem a lama e as falsidades que o cobriram.

O perdão só acontece quando nos sentimos limpos, aceitamos a limitação humana e resgatamos o compromisso de crescer em harmonia, solidariedade, clareza, retidão e esperança. Depois só nos resta amar o inimigo se formos capazes de tanto amor.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

A RAIVA COMO OBSTÁCULO

A emoção que mais nos afasta da iluminação é a raiva, uma vez que ela nos cega e cresce como bola de neve rolando montanha abaixo. Raiva nasce do conflito interno e se manifesta como uma força violenta contra as outras pessoas. Raiva nasce da falta excessiva de consciência do que esteja realmente acontecendo. Raiva é um grito abortivo da voz que foi anulada.

Mesmo quando se tenta abafá-la ou escondê-la, a raiva mostra seus dentes diante da menor provocação. Isto acontece porque ela é fruto das comparações associadas aos sentimentos de inadequação e injustiça. A não-aceitação de si mesmo desencadeia um sentimento incontrolável de agressão devido à dor de não poder crescer. Todos querem o sucesso, o crescimento, o progresso e a evolução, mas quando nos deparamos com obstáculos indesejáveis, direcionamos a força negativa de inadequação sobre a cabeça das outras pessoas. Assim, a raiva se torna, ela mesma, o maior de todos os obstáculos à nossa felicidade.

Na ausência da raiva acontecem as chances de felicidade e êxtase. Felicidade é aceitar a si próprio, é abrir espaço para identificar com integridade os próprios defeitos e casá-los com as qualidades pessoais para se sentir completo e único. Felicidade é ver que somos todos iguais na essência e prontificar-se a fazer diferença positiva na vida das pessoas. Felicidade é eliminar o sentimento de que não somos suficientes para alguma pessoa e abraçar a impermanência das coisas para compreendermos, finalmente, que nós renascemos e nos renovamos a cada instante. O ato de servir ao próximo é o passo mais eficiente para se dissolver a raiva e a não aceitação de si mesmo.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

COISAS DO CORAÇÃO


Se viver a vida é experimentar uma jornada de auto-conhecimento, então precisamos de um espelho que possa refletir vários aspectos de nosso Ser, tanto os bons quanto aqueles que negamos ou odiamos em nós. O espelho é o relacionamento, tornando os outros de vital importância para descobrirmos quem somos nós.
Observe seus amigos ou colegas de trabalho comentando sobre o comportamento de alguém. Na verdade aquele comentário maldoso ou elogioso é a manifestação escondida ou inconsciente do lado negativo ou positivo deles mesmos, uma parte que tem dificuldade em se reconhecer seja por baixa auto-estima, por vergonha ou ignorância. Nosso lado oculto e negativo é estimulado cada vez que alguém manifesta a nossa sombra envergonhada. Se nos irritamos, elevamos a voz e manifestamos grande indignação, toda essa reação é proporcional à intensidade daquilo que mascaramos em nós, ou seja, adoramos criticar mas odiamos ser criticados. Criam-se assim os jogos de manipulação e culpa.
Resta-nos uma pergunta. O que nos impede de perceber, reconhecer ou aceitar nossos defeitos se este processo de auto-conhecimento pode nos levar à uma transformação interior de evolução pessoal? O vilão é o EGO, aquela propriedade funcional da identidade que prefere brincar com as emoções dos outros em cada conversa de bar ou em cada relacionamento.

Quando o ego atua soberano, exercitamos jogos de dominação ou recusamos terminantemente a sermos dominados, mesmo que seja por algo inteligente, lógico ou interessante dentro da interação. Acusamos o outro de estar errado e ainda esperamos um sorriso de volta, gritamos teimosamente que estamos certos para ver se acreditamos na própria tolice, escondemos a verdade ou mentimos para sobreviver no jogo que virou o relacionamento. Como é estúpido o ser humano que acredita estar  certo o tempo todo e ainda usa de ameaças para ganhar o direito de estar eternamente com a razão.
Pessoas de grande ego nem percebem que os outros têm todo o direito de se tornarem livres e evoluirem. É que as pessoas inseguras só se sentem seguras quando controlam à força ou quando pensam controlar a situação. Tamanha ilusão. Quanta falta de humildade. Nem percebem a própria pequenez e fragilidade, aquela mesma fraqueza que atribuem ao espelho da pessoa envolvida. Precisam crescer por dentro e aprender o poder do diálogo, a riqueza das trocas, o real valor de um relacionamento espontâneo, a integridade de se relacionar sem jogos de culpa e acusação e o prazer de viver em harmonia.
Para se livrar de um ego usurpador deve-se primeiro reconhecê-lo cada vez que ele se manifestar, pois isto o enfraquecerá. Depois tomamos a decisão de não machucar os sentimentos de ninguém. Aos poucos iremos abrindo espaços no coração para que o outro nos ajude a refletir, como espelho, toda a nossa beleza interior. Tenha um bom trabalho.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

AUTONOMIA

Toda criança começa a andar e a falar em busca de ter autonomia para fazer o que quer. Todo adolescente quer ter autonomia em relação aos pais. Todo jovem busca sua autonomia financeira para realizar os sonhos. Já o adulto fica doente se perder a autonomia. Embora ela seja tão importante, quase ninguém fala sobre este assunto.
Autonomia é a capacidade de promover mudanças na própria maneira de pensar e no comportamento, em relação às exigências do mundo externo. É a liberdade em ação rompendo limites, quebrando regras, explorando novos horizontes, fortalecendo as próprias crenças, estruturando a identidade pessoal, construindo a auto-estima e o muro da resistência contra as sugestões de terceiros. Uma vez adquirida, torna-se instrumento vital de manutenção da auto-imagem que projetamos na sociedade.
A perda da autonomia pode ser causa e sintoma de depressão. Desde o paciente que passa a precisar da ajuda de um enfermeiro nas atividades mais básicas, até a pessoa que passa a ser dominada e controlada pelo parceiro, a ausência ou sensação de ter perdido a autonomia traz apatia e pode, as vezes, gerar alucinações. Se ocorrer dentro de um quadro depressivo com síndrome do pânico, a falta de autonomia impede até mesmo a chegada de ajuda significativa, ao tecer uma rede de tensão e pensamentos repetitivos.
É possível aprender a gerenciar os níveis de estresse antes que isto aconteça. Gerenciá-los depois fica muito mais difícil. Quem conhece bem a si mesmo, precisa sempre identificar o que se repete em sua vida, em termos de comportamento e pensamentos, nos momentos de saúde, pois estes padrões de comportamento serão multiplicados durante a depressão, se ela ocorrer. É possivel trabalhar antes naquelas frases que usamos, com frequência, para boicotarem nossos esforços e sonhos. Assim nos tornamos mais flexíves e menos susceptíveis aos ataques de ansiedade e pânico, tão comuns nos dias de hoje.

domingo, 6 de novembro de 2011

COMO USAR A INTUIÇÃO

Ao observarmos os animais domésticos, como cães e gatos, podemos ver com clareza como eles captam a realidade antes de nós. Os cães sentem a chegada do dono, em casa, minutos antes dele estacionar o carro ou tomar o elevador. Cavalos e elefantes pressentem terremotos. Gatos pressentem a presença de espíritos em nossa casa. Como a mente deles não é desenvolvida na direção do racionalismo, eles usam a intuição. Eles vivem em contato constante com o campo de energia universal.

Para que possamos desenvolver a intuição, primeiro tomamos consciência de que estamos conectados também a este campo de força. Praticamos a concentração da atenção em um ponto e depois desenvolvemos a visão periferal, aquela visão lateral usada nas artes marciais para antecipar o golpe que vem nos atacar pelas costas. Todos os cinco sentidos são altamente estimulados simultaneamente, identificados, e num estágio mais avançado de treinamento eles podem ser trocados, ou seja, respiar a essência do alimento, ver o som, tocar a imaginação com as mãos, ouvir as cores, etc. Deve-se prestar muita atenção em cada detalhe oferecido, pois tudo ao nosso redor é linguagem. Assim o fazendo, em vez de reagir ao campo de força podemos com ele interagir a ponto de influenciá-lo para o nosso benefício. Podemos recolher informações deste campo de energia antes que aconteçam no plano real. Os clarividentes, as mães de recém-nascidos, as crianças, os autistas o fazem muito bem.

O universo é detalhista e ama a diversidade e o movimento. Ele aceita nossa interação e participação pois exerce seu poder tanto no mundo infinitamente pequeno quanto no macrocosmo. A melhor maneira de compreendermos nossa participação neste processo evolucionário é entender o mecanismo dos pensamentos, das idéias e visualizações. Só assim poderemos expandir nossa consciência e contribuir com as criações universais de um mundo melhor.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

CURA INTERIOR

A mente e o corpo são duas realidades diferentes que coexistem para que possamos permanecer vivos. Sendo intimamente interligadas, tudo o que acontece em uma delas reflete diretamente na outra. O pensamento desencadeia emoções, a emoção desencadeia hormônios, o hormônio desencadeia uma resposta corporal e o corpo desencadeia uma emoção ou pensamento correspondente.
O corpo humano, em sua sabedoria, carrega dentro de si instruções de auto-preservação energética e celular, as quais chamamos de energia de auto-cura. As energias movem-se constantemente num fluxo harmônico em estados de saúde, ou num fluxo desordenado que chamamos de doenças. Como pensamentos e emoções são formas energéticas, toda pessoa que sofre de dores crônicas por muitos e muitos anos possui um bloqueio emocional enorme destas energias, no corpo físico, e este bloqueio causa uma pressão que causa as dores musculares e impede o fluxo da energia vital.
A maneira como reagimos às adversidades da vida e ao estresse, às perdas, ao inesperado e ao violento, vai ditar o nível de saúde física e emocional, pois se respondermos com medo, raiva, frustração, tristeza e culpa, esta reação vai nos separar da energia de auto-cura. Com o aumento dos sintomas e nossa preocupação, temos que recorrer aos medicamentos naturais ou artificiais.
Toda cura tem que passar por estes três caminhos para se tornar permanente, ou seja, o corpo, o pensamento e as emoções. Ao sabermos, então, que muitos distúrbios de saúde começam pelos traumas emocionais, podemos questionar melhor quais foram as reações de medo, raiva e frustração que nos deixaram tão tristes e frustrados, e pouco a pouco foram marcando presença em nossa mente, a ponto de serem somatizados no corpo físico. Podem ser eventos antigos, ignorados para não nos fazer sofrer mais. De qualquer forma, foi uma separação entre estes três centros que ocorreu, ou talvez uma separação entre a mente e a força vital, entre a criatura e o Criador. A cura, portanto, é um resgate e uma oração de perdão.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

VAMOS SOMAR

Chega de se comparar com os outros e de querer ser o que você pensa que eles são. Primeiro, você nunca conseguirá ser igual à ninguém. Segundo, eles não são nada do que você pensa sobre eles. Chega de querer tomar o lugar dos outros para ver se você sente o que eles sentem. Primeiro, tudo é móvel e não existe um lugar fixo para ninguém. Segundo, a percepção individual não deixa você sentir como os outros sentem.
Quanto à você, olhe para dentro do seu âmago, observe suas qualidades e recursos, relembre suas vitórias pequenas ou significativas. Você é uma grande pessoa, tem um grande espírito, tem um potencial imenso para ser desenvolvido a partir de si próprio sem ter que copiar os demais. Você é capaz de fazer o bem e de amar. Ame o que você é, no momento, em vez de amar o que você gostaria de ser no futuro incerto.
Quanto aos outros, seja capaz de admirar a originalidade de cada pessoa, saiba que elas também experimentaram o sucesso e a decepção, lembre-se de que são humanos e iguais à você em tudo, só muda a forma deles no mundo. Junte-se a eles para juntos alcançarem algo mais rápido, em vez de alimentarem uma competição insana. Aprenda a alegria de repartir conhecimento com várias pessoas, pois, ao repartir, você receberá a contribuição de muitos e compreenderá o poder da soma. Dois mais dois não são quatro. Se um pai juntou-se à uma mãe e tiveram quatro filhos, então neste caso um mais um são seis. Quem sabe, da próxima vez que você se deparar com o erro das comparações, vai poder dar meia volta e usar da criatividade para colaborar com todos. Ninguém nasceu uma ilha. Somos todos gotas de um mesmo oceano, ondas de um mesmo mar, grãos de areia da mesma praia. Cada um tem seu brilho próprio e único.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

AMOR E DIVINDADE

A transformação que agora começa a acelerar é muito mais profunda do que você pensa. Não só a religiosidade institucional, mas também a espiritualidade como é praticada, passarão por mudanças significativas. Não adianta resistir ao fluxo. O que tem que ser mudado, desta vez vai ser mudado. Doa a quem doer.
Aqueles que praticam a espiritualidade discriminatória como se a técnica deles fosse a mais avançada, como se o Guru deles fosse o mais evoluido, como se o grupo deles fosse o dono de um território a ser protegido, só estão trabalhando para manter o sentimento egóico de separação e vão atrasar ainda mais o próprio processo do despertar. A mesma coisa acontecerá com as religiões e com a política. Se você observar ao seu redor, a velha maneira de fazer política de cabresto tem que cair por terra. O culto à personalidade para endeusar um governante também trabalha contra o despertar da consciência coletiva. Seja o seu próprio Guru. Traga Deus para dentro de você e viva em comunhão constante com Ele.
Quando se vive de maneira egoísta, a pessoa em questão se sente poderosa como um rio, sem saber que é apenas um riacho no universo. Ela tem tempo apenas para se preocupar com as próprias margens, pois está cercada por terra seca, por todos os lados, e acredita precisar abrir caminho à sua maneira, aos trancos e barrancos. Quando se aumenta a consciência, percebe-se a existência de outros milhões de rios, cada um com suas características individuais, mas todos contendo a mesma substância, os mesmos pensamentos e emoções, a mesma água.
Quando se desperta a consciência, de repente nos deparamos com a existência do mar infinito nos recebendo amorosamente, permitindo-nos a união total com Ele, deixando-nos dissolver em sua essência e magnificência. Já não somos mais rios, já não temos mais nenhuma memória de ter sido rio, perdemos as fronteiras e fazemos parte de uma nova pulsação de vida. Viramos um oceano infinito de possibilidades e abundância. O eu desapareceu como desapareceu o rio no mar, mas sem perder sua essência, sua alma divina. Somos algo maior e melhor porque somamos. Deus agora está sorrindo em nós, pois voltamos todos para a casa do Pai, para a fonte e origem de toda vida. A nossa existência agora co-existe com a nossa não-existência. Tudo é divindade. Tudo é amor.