quarta-feira, 17 de novembro de 2021

A BOCA E A LÍNGUA

 

Na boca do mundo, o espaço planetário é pequeno, mesmo assim a língua briga com os dentes. Pela fala ardente feito pimenta, passam jatos de fogo de dragão. Pela fala esquecida dos poetas, a língua dorme. Pela voz inquieta das cobranças, salivam as imperfeições. Pela calma das mastigações, a fome se cala. Pela sede da respiração ofegante, a língua seca.

Morder a língua é resultado de julgamentos, de impropriedades e impropérios, de pressa, de intenções corruptas, de pensamentos sujos e sem propósitos, de excesso de fluxos raivosos. Dói tanto que os dentes se envergonham e a língua sangra, causando mal estar no ambiente. Uma hora os dentes e a língua entendem que precisam um do outro...e se harmonizam com pensamentos amorosos.


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