sexta-feira, 5 de novembro de 2021

ROSA E ESPINHOS

 

Hoje alguém me jogou espinhos. Confesso que não doeu, mas a mente bem que tentou torna-los uma tragédia, uma injustiça sem tamanho, uma semente de sofrimento e outras de ressentimento. Não dei ouvidos. Eram apenas espinhos, vindos de quem só tinha espinhos a oferecer naquele momento. Não dei julgamentos nem rótulos à pessoa que me lançou os espinhos, como se viessem de um animalzinho selvagem tentando se defender, no seu habitat que eu invadira. Hoje alguém me lançou espinhos. Não permiti em hipótese alguma que eles se transformassem em algo mais, pois eram apenas o que são, espinhos. Cuidadosamente os removi um a um, com mansidão no coração e nos dedos. Se não os valorizei, se não os aceitei, se não lhes dei importância e significância, eles não são meus. Mas confesso algo que passou pela minha cabeça enquanto os removia. Nunca tinha me sentido tão belo como as roseiras.


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