segunda-feira, 29 de agosto de 2011

ANESTESIA COLETIVA


O que faz um povo inteiro ser anestesiado por um governo? Seria a deficiência do sistema educacional que só atende aos interesses de quem o comanda? Seria culpa da mídia que se vende em troca do apoio e da propaganda governista? Seriam as distrações novelescas, o carnaval e o futebol, da antiga praxe PÃO E CIRCO? Seriam as políticas assistencialistas que transformam cidadãos em sanguessugas ou parasitas? 

Seriam as estruturas ocultas que sustentam o capitalismo e a manipulação das massas através do medo? Seria o surgimento de novas gerações alienadas, indiferentes, neutras ou vazias? Seria a falta de cultura e de diferenciais de comparação para aprimorar as escolhas pessoais? Seria a inoculação moral causada pelas instituições religiosas em sua decisão de não cuidar das coisas de Cezar? Seriam as pressões econômicas sobre um povo que teima em sobreviver antes de qualquer sonho? Seriam as crises existenciais que acompanham a humanidade em ciclos constantes para permitir seu crescimento e evolução? Seria o afrouxamento das vontades de um povo, egoísta e despreparado para as lutas do cotidiano? Seria a falta de consciência política? Seria a romantização da pobreza e da psicologia da falta? Seria a ausência do ato de pensar sem ser pensado?

A Líbia de hoje, a Síria, o Egito, a Venezuela, o Iran, a Somália, o Brasil e a China são alguns países que podem nos ajudar a responder a pergunta sobre o que anestesia uma nação inteira. Quando Monteiro Lobato nos afirma que um país se faz com homens e livros, quando vemos ou testemunhamos a história sendo repetida por não aprendermos as lições de outras eras, quando ainda somos capazes de nos indignar com a corrupção sistêmica de um governo, surge uma consciência maior em nossa percepção da realidade.

Cada indivíduo é co-criador da realidade, mas nunca co-criador de Deus. Uma mesma realidade, qual o centro de uma roda, possui infinitos aros de percepção. Ninguém é responsável pelo que fizeram de si, ou pelo que acreditou ser, ou pela situação em que se encontra. A experiência humana continua a acontecer num palco de teatro amador. Penso que está na hora de iniciarmos um novo capítulo ou de plantarmos as sementes de uma outra árvore da vida.

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