Quando eu leio, negocio meu tempo e intelecto com o
autor. Sou eu quem decide o melhor horário e duração de nossos encontros, mas é
ele quem produz o conteúdo para avaliação. Sou eu quem dá a última palavra, mas
antes dela, é ele quem me dá milhares de ideias. Sou eu quem pesa e visualiza
as imagens recebidas, mas é ele quem as concebe com graça e desenvoltura. Sou
eu quem filtra o que posso ou devo acreditar, mas é ele quem tenta me convencer
de que tudo aquilo é verdadeiro. Sou eu quem se identifica ou não com as
situações apresentadas, mas é ele quem as organiza para fazer sentido aos
leitores. Sou eu quem sorri ou chora, prende a respiração ou a acelera, mas é o
autor quem comanda os ritmos. Sou eu quem tenta antecipar os eventos, as
reações, os destinos, mas é ele quem sabe aonde o livro se encerra. Se nossos
caminhos se cruzarem, o livro é chamado de “bão”.
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