O passado perdeu o trem do amor adolescente e se
contentou com o que veio depois, dizendo ter dado a volta por cima, escondendo
inutilmente a amargura de não ter superado. A força do primeiro amor apagou
partes de si, mas revelou o espírito implacável daqueles que não desistem de
buscar. Sendo busca, eternamente busca, deixa-se algo a desejar. Já o futuro,
escreveu o amor na pele do desejo, na indefinição do desconhecido, na
precipitação de palavras inventadas como sentimento. É o futuro quem mais nos
afasta de nós mesmos, criando subterfúgios e estratégias comprometedoras na
arena do amor. Se nos compram o futuro oferecido das incertezas ou o passado
escondido à sete chaves, o amor que brota deste jardim cresce com folhas de
ilusão.
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