OLHA QUEM VOLTOU!
Eu mal sabia que estava retornando, achando mesmo é
que seria minha primeira vez naquele espaço-tempo. Ao sair repentinamente de
onde estava, sem aviso prévio, sem me despedir de quem amava, sem entender
todos os passos daquela transição corpórea, tive que respirar sem nariz e me
mover apenas pela intenção. Confesso que não havia placas de orientação à
disposição. Foi quando um raio de sete dias caiu sobre minha mente e comecei a
sentir em casa. O que eu pensava, tornava-se realidade visual num passe de
mágica. Era impossível negar ou controlar qualquer resultado. O filme de minha
vida escorregou em fluxo diante de todos e eu não sabia onde esconder minhas
vergonhas. Minha estória era a própria condenação, eu autor de minhas escolhas,
sem qualquer justificativa, sem narrativas de desculpas, mea culpa mea culpa.
Todos riam da quebra de meus contratos de alma, até que eu começasse a relaxar
o modo racional de ver o mundo, ao perceber que todos eles tiveram a mesma
quebra. Como é chato não ter escolhas. Como a verdade dos fatos, documentados e
testemunhados por outrem, podem nos reduzir ao pó do que viemos e ao pó do que
retornamos.
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