O passado nutre a fé enrugada, doída e cobrada,
escrita em caminhos tortos e sinuosos, coisas de labirinto. Metade homem-metade
cavalo, o passado revisita lugares vazios de vida, crente de encontrar algo
novo onde nada foi semeado, dependendo da bondade dos céus para se alimentar ou
prosseguir vivendo. O passado veste a capa dos medos para se proteger, para
substituir a perda de propósitos, para reduzir o impacto de sua derradeira
despedida. O futuro tem fé dispersa, nada consistente, nada impressionante, mas
apoia-se na construção de hipóteses e probabilidades no território do excesso
de confiança, ao achar que já existe. Ambos nutrem a fé naquilo que não chegou
e pagam o preço da demora.
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