sexta-feira, 22 de setembro de 2023

A LINHA DO TEMPO (1)

 

O passado é um velhinho cansado, caminhando com o peso das horas, vestido de dores do não viver. O futuro é um jovem afoito, desesperado para ser alguém, flutuando na leveza dos sonhos e das horas idealizadas. Ambos carregam o “não vivi a minha verdade”, nem “o que me cabe por destino”. Passado e futuro pertencem à mente inquieta e descontente, rabiscando projetos alheios como falsa inspiração para ser feliz. Ambos trilham a incompletude, ambos se anulam sem saber. O passado tem mãos de invasor. O futuro tem pernas de impostor. Entre mãos calejadas e pernas sem músculos, pousa o homem descuidado de sua existência.


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