O passado é um velhinho cansado, caminhando com o peso
das horas, vestido de dores do não viver. O futuro é um jovem afoito,
desesperado para ser alguém, flutuando na leveza dos sonhos e das horas
idealizadas. Ambos carregam o “não vivi a minha verdade”, nem “o que me cabe
por destino”. Passado e futuro pertencem à mente inquieta e descontente,
rabiscando projetos alheios como falsa inspiração para ser feliz. Ambos trilham
a incompletude, ambos se anulam sem saber. O passado tem mãos de invasor. O
futuro tem pernas de impostor. Entre mãos calejadas e pernas sem músculos,
pousa o homem descuidado de sua existência.
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