quarta-feira, 6 de setembro de 2023

AUTOBIOGRAFIA DE UM MORTO (05)

 

NA ENCRUZILHADA DAS ESTRELAS

Aquilo que nos parece distante, pode até não mais existir no momento percebido. Aquilo que explode, torna-se algo com características completamente diferentes. Nem tudo o que brilha no espaço sideral é luz de estrela. Em cada conflito interpessoal, explodimos as estrelas do pensamento, sem saber ao certo o que virá, mas aquele relacionamento tem potencial de estrela cadente. Em cada conflito intrapessoal, nos distanciamos do que pensamos ser ao explodirmos raiva. O apego ao que perdemos, nos impede de entender que nunca nos pertenceu por completo. Nas encruzilhadas dos pensamentos diversos, é noite escura quando fugimos da verdade. Faltam olhos e olhares profundos para o vazio interior. Não se pega o sol com a mão, nem a eternidade, por isso hesitamos tanto diante das melhores escolhas, por duvidarmos delas. À cada erro, à cada escolha impensada, à cada distanciamento, adquirimos características alheias e nos desconhecemos cada vez mais. A maior distância que existe está entre nós e nós mesmos.


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