A PISCINA SIDERAL VAZIA
As razões que nos impediam de ser autênticos, agora se
tornavam leves e auxiliares, diante das novas percepções disponíveis e
inevitáveis. A autenticidade era uma piscina de águas mornas, onde se tornava
impossível o exercício do mal. O nadador, a água e a piscina eram um só.
Somente ao nadar nela é que percebemos quantos débitos existem em nossa conta
pessoal, os quais acreditávamos pertencer aos outros. Se evitássemos olhar para
a verdade, as águas esquentariam imediatamente, deixando-nos sem escolha, senão
encará-la para baixar a temperatura. Vi almas fervidas, outras cozidas e
deformadas, tamanha a resistência. Ao lado, uma piscina vazia, revelando o
extremo que certas almas conseguem chegar, ao se distanciarem da Fonte que as
criou. A nudez não causava vergonha, ao contrário, era validada como lance de
autenticidade. Quando as águas resfriavam à contento das regras, um sinal era
comunicado para sair da piscina e retornar à biblioteca.
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