quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

O AMOR ÀS ARTES


Há quem ame a música, outros o teatro, outros a pintura, eu a literatura. Em tantas outras expressões artísticas também existe sempre a paixão ou o amor assumido por elas; há o compromisso de relação eterna com suas manifestações; há a disposição de externar através delas o que se filtra no olhar, o que se sente no espaço concentrado do Ser, o que se pensa sobre o mundo e se valoriza como mensagem que se queira partilhar e perpetuar.

Quem ama as artes com ela respira, pulsa, acorda; por ela fala, discute, combate; sem ela definha, murcha, se perde. Amar a arte é expandir os sentidos, é esticar o tempo, é traduzir a linguagem das cores da realidade e temperar o sabor das palavras, é reunir olhares sensíveis e dar voz ao coração, é estimular o pensamento nas asas da criatividade, é conduzir outras pessoas num passeio colorido pelas alamedas da imaginação. Amar as artes é se fazer pincel e argila, se sentir caneta, se vestir de Shakespeare e se arranjar em notas musicais. Amar as artes é registrar o absurdo, é desenhar o imensurável, é recolher o mundo e oferecê-lo em aperitivos ou porções a quem entende da vida.

Os artistas são os amantes do concreto e do abstrato, do substantivo e dos predicados, das rimas e da liberdade, da intuição e da técnica, da forma e do infinito. Os artistas são os engenheiros da métrica, os médicos da alma, os professores da inspiração, os arquitetos de um mundo melhor. Toda expressão artística é uma expressão de amor, é a definição individual do belo, é a voz do silêncio que vem voando sutilmente e nos abraça e nos enlaça, com a força do que se poderia ser se de repente a gente se deixasse virar Deus.

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