Por não estarmos ainda despertos, a gente confunde os ensinamentos e cria expectativas demais para o nosso processo. Ora cobramos de Deus, ora desistimos feito criança mimada, ora racionalizamos, ora nos esquecemos de que todo momento é sagrado, ora trocamos a verdadeira experiência pelo conteúdo e nos deparamos com mais material emocional para nosso trabalho de integridade interior. Parece uma montanha russa este processo.
Segundo os ensinamentos, quanto maior o nosso caos interior mais próximos estaremos do despertar. Quanto mais desanimados, mais desconectados do mundo, mais inativos,mais bravos com as circunstâncias indesejadas, tanto mais perto estaremos do despertar. Nossa vida tem que ser colocada de cabeça para baixo, senão a mente continua sentada no trono a nos dar ordens polarizadas ou a nos enganar sobre nosso poder pessoal de fazer e acontecer.
É pelo caos que se direciona o olhar para a ordem das coisas e do universo. É pela conexão com esta ordem maior que se aproxima da Graça Divina como força motora de todas as existências. É pela ligação profunda com esta força divina que se banha o coração de gratidão e amor. É pela experiência do amor incondicional que se entrega inteiramente a existência nas mãos do Criador, em completa aceitação da realidade. É pela atitude de mansidão que nos vemos de repente dentro de um campo infinito de unidade de todas as coisas. O despertar é este caminho. O despertar é a lembrança da sacralidade de todos os momentos, até os mais caóticos, e da mudança de foco do conteúdo para a experiência. Não pode haver outro caminho mais certeiro sem o ego impostor.
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