terça-feira, 10 de julho de 2012

CENTRO DAS ATENÇÕES


Basta juntar um grupo de pessoas e lá está alguém querendo aparecer mais do que os outros, querendo chamar a atenção de todos com uma roupa indecente, uma melancia no pescoço, uma fala mais alta, uma provocação destemperada. Crianças também fazem de tudo para chamar a atenção dos pais. Pessoas inseguras fazem qualquer coisa para chamar a atenção de seus parceiros. O ego adora festa, confetes e microfone.

Uma pessoa desperta age completamente diferente. Ela não se vê como o centro das atenções, pois sabe o seu lugar. Ela não compete, pois prefere colaborar e atender aos outros servindo, fazendo-se útil. O desperto tem seu próprio encanto natural, sem ter que se esforçar para agradar, rodeado por uma aura amiga e serena. Ele sabe valorizar o silêncio, usa sua intuição para manifestar sabedoria, desloca-se com elegância, permanece humilde diante dos poderosos e ruidosos, promove uma causa acima de si mesmo e está sempre à disposição de quem lhe solicita algo inesperadamente.

Festa é reunião de egos engravatados ou maquiados. Confete é elogio exigido dos outros ou elogios a si mesmo quando se tem a certeza de que não virão. Microfone é palco de preferências pessoais, em detrimento ao respeito dos outros também se manifestarem; é se achar o dono da verdade que os outros ainda não encontraram; é alugar os ouvidos alheios para esvaziar a própria diarreia mental.

Na vida de uma pessoa desperta, a atenção é dada para o instante, para o acontecimento, para a beleza de algo que nem está acontecendo, mas existe. A atenção fica onde pulsa a vida, onde se respira a essência, onde Deus estiver se manifestando. Educa-se o olhar para fora, para o cosmos de cada minuto, para as asas do sorriso desinteressado, para o esquecimento de si mesmo. O desperto tem um coração educado.


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