segunda-feira, 21 de novembro de 2011

NOS LIMITES DA COMPAIXÃO

Não é fácil tomar conta de um filho paraplégico, de um paciente com doenças incuráveis ou terminais. Para um Padre, Pastor, Enfermeiro ou Terapeuta, haja compaixão quando se lida com um caso de sofrimento extremo ou limitações de movimento. Mas será verdade que compaixão tem limites?
Todo excesso de vigilância ou atenção gera tensão, irritação, nervosismo, insônia, dores no corpo, depressão, estresse, vulnerabilidade e hipersensibilidade. O excesso de responsabilidade provoca afastamento das pessoas, de amigos e da vida social. Há um desinteresse por atividades prazerosas e perda de interesse sexual. Há redução de criatividade, de reflexos e de raciocínio. Perde-se a memória e aumenta-se o falatório que esgota energias.
Por não perceber o impacto causado em si, a pessoa ou profissional que cuida de um paciente, vulnerável físicamente, nem se dá conta de que tornou-se vulnerável emocionalmente. Sabe que necessita de férias mas não pode tê-las ou, se pode, sentirá culpa caso aconteça algo de ruim em sua ausência. Sim, compaixão tem limites e o sinal é a exaustão. Isto se chama Fadiga de Compaixão.
Tudo bem, você pode se dedicar de corpo e alma a quem necessita e sentir-se cansado, mas o estresse destas exigências pode ser identificado e reduzido. Deve-se conversar com parentes sobre o que se considera ser demais para que você não se sinta invisível. Pode-se mudar os rituais e hábitos caseiros. Deve-se negociar horas de sono e descanso. Quem não sabe cuidar de si, dificilmente dará o seu melhor aos outros. Pode-se aprender com outras pessoas. Consciência tranquila não é medo de ser criticado pelos familiares nem incapacidade de lidar com culpas. Ter a certeza de que se fez o melhor para o paciente é apenas um ponto de vista. Cuidar de si é tão importante quanto cuidar dos outros. Sempre foi e será.

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