terça-feira, 20 de setembro de 2022

AGORA É TARDE

 

Sempre que acontecia alguma tragédia, os antigos diziam “agora é tarde, Inês é morta!”. Inês existiu, era dama da Corte de Portugal, amante do filho do Rei Afonso que teve filhos com ela num relacionamento escondido. Quando seu filho viajou, o Rei mandou matá-la. Quando o filho retornou, de tão irado mandou matar os Conselheiros do Rei que lhe deram um péssimo conselho. Sangue de vingança entrou para a história e para a Língua Portuguesa. Por muito tempo o povo continuou matando Inês, referindo-se ao descuido de quem dá moleza ao dormir no ponto, aos momentos de distração e a falta de atenção. Ainda ontem, ouvi tal expressão numa emissora de rádio. Inês se revirou no caixão.


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