quinta-feira, 16 de abril de 2020

O OLHO



Em toda ruptura, o que tem base fica, o que teve constância e comprometimento aliados às paixões e ao amor vai resistir aos tombos. O que vai cair ou se dissolver serão as respostas diferentes aos estímulos externos que se apresentarem chamando sua atenção, já que a atenção consome muita energia psíquica. Sem tanto foco os estímulos perdem a força, com certa obsessão eles ganham força suficiente para romper estruturas. Daí vem todo o poder das narrativas pessoais, das estórias que falsamente geram crenças voláteis, da necessidade de se dramatizar os eventos para benefício próprio. Sendo assim, toda ruptura é um grito do ego exigindo ser visto e atendido, custe o que custar. Toda ruptura é apoiada na credibilidade que se dá a certas interpretações, errôneas ou não. Toda ruptura, dupla ou coletiva, é um salto no escuro da própria escuridão.

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