quinta-feira, 28 de abril de 2016

UM DIA


“Um dia a gente chega, no outro vai embora”, diz a canção na voz de Almir Sater. Nem sempre há um aviso para partidas definitivas. As partidas repentinas nos pegam de surpresa dentro do espaço emocional das vulnerabilidades, deixando em nós um vazio pré-existente e momentâneo de sentido. Ele é o indicativo de que já éramos vazios e vulneráveis, mas preenchemos este espaço com pessoas significantes.A vida é uma aventura individual, pautada por escolhas e imposições, dentro do território coletivo que funciona como espelho de tudo o que não conseguimos ver em nós mesmos. A morte é uma impostora, interruptora de ilusões, desmanchando nossos prazeres num passe de mágica indesejado. Quem vive de forma alinhada com seus princípios e talentos, é capaz de deixar mais pessoas com saudade e com a sensação de que a vida é curta e dura apenas um dia da eternidade. É justamente a eternidade que nos lembra da inutilidade das saudades.


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