quinta-feira, 10 de setembro de 2015

FUNÇÃO (1)


Uma coisa que nos impede de conhecer bem uma pessoa é o fato de termos uma ideia antecipada, pré-estabelecida, condicionada, imaginada dela. Nós nos relacionamos com este ideal de pessoa e quando ela se choca com o que ela verdadeiramente é, a gente se decepciona conosco achando que é com ela. Cada pessoa não existe como pessoa, mas sim como função, por isso quando alguém morre na família, logo alguém assume a função dela. Quando uma pessoa para de atender as nossas exigências, ela perde sua função em nossa vida e pedimos a separação. As pessoas que chegam e ficam em nossa vida, chegam como função para aquela fase ou para um tempo maior, dependendo da grandeza da função preenchida. A função que as pessoas preenchem em nossa estrutura já estava determinada antes da chegada delas.

Cada coisa ou objeto também apresenta sua função até que não seja mais conveniente a quem os utilizou. A coisa não é a função dela. O carro que você comprou tem a função de levar você ao trabalho e às compras, precisa ser econômico e ter porta-malas grande ou proporcional ao tamanho da família. Se você se divorcia, seu carro perde aquela função e precisa ser trocado por outro que atenda às suas novas exigências, cumprindo novas funções. O prédio da escola onde você estudou não é a função de educar. Se a escola se mudar, o prédio muda de função. Somos nós que determinamos a função para os objetos.


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