quarta-feira, 6 de junho de 2012

DAS PROFUNDEZAS DO SER


Se soubéssemos a importância dos seres humanos no contexto universal, teríamos mais cuidado uns com os outros. Embora algumas raças se dizem os escolhidos por Deus, outras se considerem superiores pela cor da pele, outras se impõem sobre as demais devido à força bélica ou econômica de seus governos, no leito de um hospital ou a sete palmos de terra todos se igualam em seu destino.

Somente aqueles seres que decidem expandir seus conhecimentos, sem se apegar a eles, podem se capacitarem a expandir seu entendimento da vastidão do universo. Somente aqueles que aceitam as complexidades e o brilho da construção e da ordem cósmicas, poderão abrir espaço para a espiritualidade como parte inerente desta construção. Somente aqueles que se permitem conectar com esta espiritualidade, em sua interioridade, podem perceber a presença divina como consciência que se reparte em muitas criaturas e neles mesmos.

A tomada de consciência de que somos esta mesma consciência, encontrada em todas as criaturas, provoca em nós um exercício de reflexão sobre a importância dos seres humanos no processo singular da vida, e sobre a desimportância de nossas construções mentais sobre nossa superioridade ilusória.

 Nesta etapa de entendimento abrimos espaço para a existência da alma e só dentro deste entendimento é que nos enxergamos parte de um processo infinito e interminável de não existência expansiva. Mergulhados nas profundezas do ser, uma outra dimensão se faz presente em cada respiração, em cada momento, em cada movimento, em cada grandeza imensurável a que fomos destinados. Após tal mergulho, simplesmente somos.

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