segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

O PROFANO E O SAGRADO

Será que tudo do que me desapego deixa de ser sagrado? Esta pergunta nos leva a pensar sobre certas escolhas relacionais e espirituais. Pode-se tornar um ato qualquer em sagrado ou profano, dependendo da intenção e do equilíbrio ou desequilíbrio mental. O apego desenvolvido por um objeto, uma pessoa, uma teoria, um ritual, um corpo, é o que os faz decidir o caminho a ser tomado. Se o apego for emocional e carente, haverá dependência ou fanatismo, excessos e toxinas. Se for consciente, haverá uma conexão com o espaço interior, sacralizando o que quiser como forma visual do processo
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O que muitos não percebem é que algo quase sempre deixa de ser sagrado a partir do momento em que suas necessidades não forem atendidas, gerando frustração, medo, desespero, raiva e as vezes violência. O terrorismo contemporâneo nasceu assim. Cada um decide o que quer sacralizar ou profanar. Muitos se esquecem de que o tempo divino e o espiritual não são cronológicos, não podem ser medidos em meses ou anos. Tudo é relativo no plano interior.Tanto as crenças pessoais quanto o sistema podem atrasar o desenvolvimento de multidões ao negar suas necessidades básicas e educacionais.

E no relacionamento humano, será que o ex-namorado ou a ex-esposa receberão um tratamento menos respeitoso ou menos sagrado somente porque deixaram de nos amar ou nos trocaram por outra pessoa? Elas continuam sendo as mesmas pessoas, porém com escolhas diferentes, buscando experiências diferentes as quais já não podemos mais atender. Se nos desequilibrarmos, também entraremos naquele ciclo acima de frustração, medos, raiva e violência. O importante é nos lembrarmos que cada cultura escolhe seus objetos de culto e veneração, e cada pessoa escolhe a forma que mais lhe convém de comunicar suas carências e desejos.

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