domingo, 19 de março de 2023

COMO INTERPRETAR A VIDA

 

Um dia a gente nasce, no outro a gente morre. Na manhã a gente acorda de um sonho, à noite a gente coloca o dia para dormir. Num dado tempo a gente é desejo, no outro se deseja que o tempo pare ou corra.  Há uma pulsação constante em toda vida, pulsação de quereres, pulsação de mudanças impossíveis e insatisfação com mudanças inevitáveis. Um dia a gente canta, no outro a gente chora. Um dia a gente é muito, no outro a gente é nada. Sem perceber e sem refletir, a gente deixa de ser o que pensava ter sido e passa a ser o que não estava nos planos. Não existe controle sobre nada, apenas movimento e interpretação dos movimentos. Nada é escrito sobre pedras, mas o que é de pedra pode ser escrito e apagado na montanha. Um dia a gente espera, no outro vai embora. Nas tardes tudo é lento de cansaço, mas a tarde nada tem a ver com nossa energia. Nas madrugadas o perigo não dorme, as estrelas não deixam. A vida é assim mesmo. Um dia a gente respira, no outro vira pó.

 


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