quarta-feira, 25 de agosto de 2021

A DEVOÇÃO BRASILEIRA

 

O povo não tem problemas teológicos, dogmáticos ou escatológicos. O povo tem fome. Assim que a Igreja decidiu envolver-se na política, ela confundiu a cabeça dos fiéis, na maioria uma população de poucos recursos educacionais. A maior parte dos problemas que antes eram resolvidos pelos governos, foi transferida para a Igreja. O povo precisa de milagres agora e não lhes sobra tempo para estudos religiosos mais profundos. Isto explica a migração imensa de católicos para as igrejas evangélicas em busca de expressar este imediatismo de barganha tão comum na população brasileira. O povo de hoje quer sentir experiências que os empoderem diante da vida e diante de Deus, quer ser chamado de ungido ou de profeta, cansados de serem apenas um número na multidão, para serem guiados agora, somente pela fé, sem questionar os alicerces da fé cristã, mas radicalizando-se na fronteira entre o sagrado e o profano. O importante é ser atendido agora. O transcendental fica para depois, pois a salvação eterna já está garantida.


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