domingo, 12 de agosto de 2012

NOVAS ESCOLHAS, NOVAS CONSEQUÊNCIAS

Ontem, quem ditava os rumos da humanidade e do Brasil era a moral e o trabalho. Hoje, quem dita o que vai predominar nas relações pessoais é a liberdade e o dinheiro. Diante de tão brusca mudança, é normal que as pessoas se sintam incomodadas ou perdidas com tudo o que vem acontecendo.
A moral moldava o comportamento das pessoas e instituições, ditava os rumos, preservava o passado, era guardiã da família, ensinava os valores, sustentava as leis e o respeito pela hierarquia, definia a humanidade, controlava as ciências, posicionava as dualidades, cultivava o medo nas massas, defendia a natureza, protegia os homens mais do que as mulheres, ocultava ensinamentos sagrados e nos ensinava como ser civilizados.
O trabalho servia à subsistência, era submisso ao patrimônio, dignificava o rico, oprimia o pobre, tornou-se instrumento de estabilidade, definia o homem, limitava a participação das mulheres no mercado, era moeda de troca, cultivava a obediência, priorizava a desigualdade, puxava a economia e aglutinava os indivíduos.
A liberdade, em 2012, principalmente no Brasil, desvaloriza a consciência, autoriza a desconstrução, ignora o passado, fragmenta a família, ensina o individualismo, premia a irresponsabilidade, combate a hierarquia, experimenta as redes da multiplicidade, desvia a ciência em oposição à vida, endeusa a tecnologia, explora e destrói a natureza, ignora o coletivismo, pratica o profano, corrompe os valores e nos educa para o imediatismo.
O dinheiro, hoje, valoriza a especulação, tomou o lugar de Deus no culto das pessoas, cultiva a posse e a preguiça, aceita e busca a instabilidade, dignifica o lucro e a esperteza, compromete a qualidade, desmerece o trabalhador, serve à política menor, invade fronteiras, aceita a deslealdade, compromete a vida, ignora o planeta, neutraliza a importância do futuro e nos educa para a competição que toma sem escrúpulos.
Sem pesar os pós e contras, a humanidade como um todo terá que se reorganizar melhor se quiser evitar novas hecatombes, e o indivíduo terá que construir a terceira via de comportamento se quiser permanecer senhor de seu destino. Novas escolhas, novas conseqüências.

Nenhum comentário: