Amor por gente e amor por objeto não são a mesma coisa. Amor
e paixão não são a mesma coisa. Amor fraterno e amor filial não são a mesma
coisa. Todas estas formas são expressões de apego ao corpo, a uma idéia ou
conceito de união, apego a alguém por carência e proteção, ligação por
natureza, projeção de bondade, energia sensual ou sexual, medo de ficar só,
fantasias e respostas aos estímulos externos.
Para ser compreendido verdadeiramente, o amor deve sair das
raias do tempo e superar dificuldades buscando sempre a conciliação; deve
incluir alguém em seu espaço interior sem deixar o ego prevalecer; deve
aprender a cuidar sem pedir nada em troca. Fora deste processo de purificação
ou destilação, o sentimento que seria fortalecido pelos vínculos torna-se algo
inferior e responsorial.
Falar de amor pode ser banal e ler sobre amor pode ser
desinteressante, mas a verdade é que a maioria das pessoas passa pela vida
décadas e décadas sem conhecer o amor incondicional, por confundir amor com
dependência e condicionamentos. Quando se observa ao nosso redor os sons
provenientes das relações, encontram-se muitos ruídos de comunicação e
distorções entre as percepções da mente e do coração.
Num mundo onde prevalece a busca pelo imediatismo, não dá
tempo de cultivar o verdadeiro amor. O amor requer paciência, responsabilidade,
altruísmo, fascinação, cuidado e ternura. As outras formas de relacionamento
precisam apenas de uma boa conversa e um corpo sedutor ou alguns trocados para
sustentar o status sonhado.
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