O amor dos animais, baseado no instinto natural e gregário,
é algo completamente diferente do amor individualista e racional dos humanos.
Faz parte da natureza animal conjugar sempre e tão somente os verbos sobreviver
e cuidar. Até parece que nem possuem gramática, apesar de serem dotados de
consciência.
O amor dos animais é leal, fiel e libertador como devem ser
todas as expressões mais evoluídas de amar. Criam vínculos exclusivistas,
protetores, amigos e falam apenas com os olhos e o silêncio. Olham no fundo de
nossa solidão e emitem vibrações de quem nos apóia e nos compreende. Ficam
esperando a gente acordar só para terem a certeza de que estamos vivos. Aceitam
serem domesticados para nos prender na rotina de seus dias. Diferenciam o
tratamento de cada membro da família, mas escolhem o preferido para se atarem à
nível de alma. O amor dos animais tem ampla consciência das variações emocionais
de seu cuidador, mas abstêm-se da memória para não acumular mágoas e ignora o
abandono, pois confia em seu faro.
O amor dos animais é tão valioso que já tem animal levando
vida de gente, recebendo conforto, viajando de avião, hospedando-se em hotéis
seis estrelas, sendo tratado como filho de casais sem filhos, com RG e cartão
de vacinas, com direito à herança financeira. Pode-se concluir que eles não
gostam de levar vida de gente. O natural, para eles, é apenas sobreviver e
cuidar. É só isso que os faz felizes. O resto é frescura das grandes.
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