O amor dos Tiranos e Ditadores por “ seu povo ” é uma farsa
gigantesca, embasada na construção de uma imagem protetora de pai ou mãe dos
trabalhadores, herói dos pobres, ideológica na essência e midiática na
periferia, defensora incansável do culto à sua personalidade com o dinheiro do
próprio povo. Se for latino-americano, a caricatura beira ao ridículo na
República das Bananas.
O amor dos Tiranos e Ditadores é puro simulacro encomendado.
O mundo inteiro descobriu recentemente como era falso o choro de algumas
norte-coreanas na ocasião da morte de seu maluco ditador. O mesmo já acontece
com algumas fanáticas venezuelanas diante da possibilidade de morte do ditador
Hugo Chaves. Sem sobra de dúvidas, haverá muito choro encomendado quando Fidel
Castro bater continência de obediência à dona Morte, numa ilha onde impera a
miséria da população e onde a prisão perpétua é o único destino dos opositores
políticos.
O amor dos Tiranos e Ditadores não é pelo povo, é pelo poder
como espelho brilhante do ego e da megalomania que os preenche feito veneno de
cobra. È o amor de Narciso, é o endeusamento daquilo que eles gostariam de ser
espontaneamente e não o são, o desejo de serem verdadeiramente amados para
passarem a acreditar no amor. Resta-lhes a idolatria, a bajulação, as amizades
interesseiras, a insônia constante diante da possibilidade de serem traídos ou
depostos. Quanto maior o medo da traição, maior o aparelhamento policial de
seus governos ou maiores as alianças espúrias para permanecer no poder.
Eles nem percebem, em sua cegueira interior, como praticam o
que mais temem. Traem suas esposas, traem os seus críticos, traem a Nação em
nome de seus projetos pessoais, traem Deus ao se posicionarem como onipotentes
e donos da escolha dos cidadãos.
Tirano também engana, pois está sempre “tirando” a
consciência de seus comandados. Ditador também engana, pois está sempre “ditando”
o que seu povo deve aceitar como liderança e como destino. Dizem que amam a seu
modo, dialeticamente, psicologicamente, ilusoriamente; amor de negócios, amor
de lealdade cega e cumplicidade amoral, amor de desamor sublimado diante das
câmeras de TV e dos palanques, amor de quem trata o povo como gado.
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