Você amaria a Deus, ao Diabo, ou aos Dois?
Para quem respondeu a Deus:
E se Deus, em sua totalidade, incluísse todas as polaridades
para que a perfeição se manifestasse visível e invisivelmente? E se Deus amasse
ao pecador, ao diferente, ao estranho, ao limitado, ao perdido, ao desesperado,
ao criticado, ao abandonado, ao iludido, ao carente, ao desequilibrado; quem
ficaria fora deste amor divino? E se Deus pudesse ser realmente experienciado
somente na esfera da consciência desperta, sem os limites das construções
mentais que geram e se alimentam de conflitos, separação e posicionamentos,
onde você se encontraria com ELE?
Para quem respondeu ao Diabo:
Definindo diabo como a mente, como algo separado da luz,
confuso, enganador, ilusório, sedutor, envolvente, profanador dos Seres de Luz
por não ter intimidade com a luz, ainda
assim você se arriscaria a se misturar com a inveja e escuridão deste ser que
mata com armas e com palavras, que se apresenta como caminhante da retidão e
defensor único da razão? Ainda assim você abriria mão da união para justificar
a mente e suas construções mentais baseadas na ilusão? E se o mal o arrastasse
para os umbrais da escuridão interior e lhe ordenasse “ Fica comigo para sempre
pois Deus não existe”? Não seria tarde demais para voltar atrás?
Para quem respondeu aos Dois:
E se Deus for apenas uma construção mental para representar
o bem, e o diabo for uma outra construção para representar o mal, quem
colocaria você acima das dualidades para experimentar o Absoluto e a Felicidade
Suprema? E se você se desse conta de que a vida aqui na Terra foi apenas um
sonho, pois a vida real só acontece na eternidade? E se Deus existisse mesmo
como nos foi ensinado pelas religiões, hoje você iria se dar bem ou mal? E se o
diabo existisse mesmo como nos foi ensinado, hoje você foi enganado por ele e
por seus seguidores ao aceitar que ofendam juntos o Sagrado e defendam juntos o
ofensor? E se o amor do Absoluto for mesmo libertador, como percorrer a estrada
do sagrado sem abandoná-la e sem dirigir o carro de nossa existência pelo
acostamento trépido e intrépido do julgamento e das discussões infundadas? A
polaridade é ou não é um presídio de almas? “Daí a Deus o que é de Deus e a
Cesar o que é de Cesar” já dizia a sabedoria cristã.
Moral da estória:
O Homem jamais pensará como Deus. Jamais conhecerá o
pensamento de Deus. Só lhe resta se dissolver no Absoluto da existência, da
consciência e da felicidade suprema. A intimidade com Deus só acontece no
território da não-existência.
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