Confiança é um exercício
de integridade pessoal, não da pessoa a quem se espera alguma coisa mas sim de
quem a oferece. A confiança nem sempre é conquistada. Tal qual um amor à
primeira vista antes de qualquer contato mais profundo, ela sai de nós na direção
de alguém justamente pela permissão que concedemos a outrem, na esperança de
obtenção de fidelidade ou de algum lucro comportamental, uma espécie de
contrato obrigatório.
Se eu confio, eu acabo
exigindo que esta pessoa fique presa aos meus valores, à minha visão de vida,
ao meu território de zona de conforto, aos meus domínios emocionais, sejam eles
equilibrados ou não. O exercício da confiança vai mexer exatamente com a minha
estrutura, minha base. Por isso, quando quebrada, a confiança quase nos derruba
o chão. Precisamos de muito tempo para reerguê-la pois nosso prédio foi
bombardeado.
A quebra de confiança é
a declaração de guerra emocional, de inferno astral, de rompimento contratual.
Parece não ter perdão, ou seja, mexe com nossa capacidade de perdoar ou de nos
colocar no lugar dos outros, sem sentimentalismo. Se a sua quebra me fragmenta,
ela não me deixa inteiro. Se não estou completo, não posso me mostrar pronto
para a vida.
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