quinta-feira, 3 de agosto de 2023

A NOITE ESCURA DA ALMA (3)

 

Ao sair da referência do self como corpo, gera-se um vazio interminável quando tudo lhe parece ser retirado, até a esperança. Por ser um processo espiritual, a energia disponível investiga constantemente a ausência de Deus no mundo exterior, porém sem perder a fé, jamais. Fé vira sintoma de teimosia, inconformismo, motivo único de respirar. Após a purificação dos sentidos e os questionamentos espirituais, a pessoa se vê como Espirito errante, pecador, perdido ou desorientado existencialmente, uma mente espiritual presa aos acontecimentos externos e assustada com sua exclusão deles. Conversa-se muito consigo mesmo nesta fase. Aqui existe um perigo, o de teimar nas próprias crenças do ego e sucumbir em desequilíbrios mentais. Pouco a pouco percebe-se a falta de alicerce na fé expressa até então. Vivia-se um relacionamento de barganha com Deus, um toma lá dá cá, uma imaturidade espiritual de se ver como centro do universo e no direito inalienável de ter um Deus imediatista e pronto a lhe servir no primeiro grito de socorro.


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