domingo, 14 de agosto de 2022

QUANDO SUBLIMAMOS O SUBLIME

 

Assim como guardamos sonhos na gaveta do tempo, levados a fazê-lo pela força das circunstâncias ou simplesmente por falta de ânimo, assim também guardamos ou sublimamos desejos. A infância foi curta demais para aprendermos realmente a voar como super heróis ou para construir os mais lindos castelos de areia onde um dia habitaríamos. A adolescência foi rápida demais para viver um amor tão intenso como o de Romeu e Julieta ou para conhecer e beijar nossos ídolos musicais. A juventude passou mais veloz do que Airton Sena em seus melhores momentos, sem que pudéssemos viajar o mundo sonhado. A idade adulta pode até passar lentamente, mas nem por isso conseguimos realizar todos os desejos, multiplicados e extensivos a cada membro da família. A velhice, este tempo memorial de arrependimentos e de saudosismo, é a confirmação real do quanto sublimamos a vida. Somos seres, sublimadores de nossos desejos.


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