terça-feira, 5 de maio de 2020

SAÚDE MENTAL NA QUARENTENA



Lidar com o estresse do isolamento é repetir como lidamos com egoísmo e com relacionamentos competitivos. Menos amor e mais palavras ou menos palavras e mais rejeição, menos atenção e mais precipitação, menos cuidado e mais insensibilidade, menos diálogo e mais julgamentos ou menos razão e mais reclamações. A saúde dos relacionamentos se compromete a cada discussão, a cada implicância ou impaciência, a cada gesto de intolerância. A saúde retorna quando se restabelece o nível civilizado de diálogo, a predominância da inteligência emocional sobre aquela velha opinião formada e quando se recupera o nível de confiança em si diante do diferente e do desconhecido ou imprevisível. Se crianças estiverem por perto testemunhando as limitações do casal, poderão sentir culpa pelo desentendimento e ampliarem o tensor familiar do medo, desaguando em distanciamento afetivo. Este isolamento está silenciosamente causando conflitos emocionais e comportamentais por não ter sido espontâneo, embora seja opcional em alguns casos. Quem se esquecer da importância da saúde mental nesta quarentena, vai acrescentar mais perdas no processo.

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