quarta-feira, 28 de agosto de 2019

SILÊNCIO INTELIGENTE



Sábio não paga mico, não se precipita nem dá a cara ao tapa. Sábio não compra briga dos outros e não briga, mas nem por isso deixa de ler a realidade com as próprias lentes. Sábio sabe que não sabe tudo, que não é dono da verdade e jamais se alia ‘a unanimidade. Ele sabe polir as palavras até o osso e nesse ponto se silencia com a descoberta da ilusão. Não se veste de títulos, não arrota arrogância, não bombardeia ninguém. Ele sabe que as pessoas lançam ao mundo somente o que lhe sobra interiormente, por isso ele compartilha o silêncio inteligente. O sábio cessou de usar o conhecimento como muleta e já caminha solitário no campo das ideias. Ele é minoria intelectual, cisco cósmico, vertente de quietas inquietudes diante do mistério. O sábio não precisa das cidades, não constrói castelos ideológicos nem segue por ruas imaginárias. Ele voa fora do alcance dos ignorantes e desaparece pó no horizonte iluminado. O sábio não é um Ser engajado para não ser usado. Ele é um Ser em desuso. Quisera eu um dia chegar perto de um deles e decifrar sua esfinge.

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