Em algum lugar da
imaginação, em algum canto do espaço invisível e indivisível, tudo está sendo
reorganizado e realinhado na Rua da Luz; ali onde brincamos com crianças
rarefeitas, vindas de civilizações raras; ali onde emana a paz onírica do
instante eterno, solto no ar, e onde os automóveis deram lugar ao cultivo da
realização instantânea de sonhos. A Rua da Luz deveria estar presente em
qualquer plano de viagens, nas férias de todos os merecedores de descanso, na
prece dos crentes e na anti-prece dos descrentes. Ela não pode ser encontrada
por GPS do presente, por mapas do agora, nem por caixeiros viajantes do
passado. A Rua da Luz só pode ser vista pelos olhos do coração essencial. Quem
a vê, jamais esquece. Quem nela caminha, esqueceu do chão e das asas do avião,
mas para se chegar nela, é preciso abrir a noite como se abre uma graviola, um
poema, ou um sorriso infantil.
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