Quando nos sentimos
sufocados pelos outros, ou pelo julgamento dos outros, ou pelo medo de estarmos
sendo julgados pelos outros, quem está nos sufocando somos nós mesmos, ao
nutrir este tipo de pensamento. Torna-se difícil nos ver por dentro, nos
observar com clareza, colocar cada sentimento no seu devido lugar. Sem contar o
quanto desta reatividade é performática ou teatral. Adoramos o papel de vítima,
amamos sentir auto piedade, permitindo transferir nosso poder pessoal aos
outros. Passamos a nos guiar pela reação alheia, transformando-os em
referencial para o que vamos sentir a partir daquela percepção. Desprezamos o
impacto do diálogo interior sereno e isento de contaminações, na areia da
praia, e aprovamos o mar de dúvidas e incertezas das emoções turbulentas.
Afogados em nós mesmos, gritamos por socorro, sem notar que a água está
cobrindo apenas os joelhos.
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