Amar é difícil. Amor é um
jazigo para o sonho. Se permanecer sonhando, não é amor. Enterrar o sonho é
assustador, por isso o medo da entrega no amor. Amar é se dividir em busca de
inteireza, abrindo mão de algumas de suas partes, sem pedir licença, na espera
e na esperança de que as partes do outro sejam o melhor sobressalente que se
possa encontrar. Amar é se fazer vazio para que o objeto amado nos preencha com
aquilo que nos é desconhecido, permitindo assim que ele mesmo nos esvazie de
sentimentos certeiros e nos substitua com uma cidade particular de
expectativas. Se permanecer cheio de si, não é amor, é desequilíbrio sem onde
se encostar. Amar é trazer diante de si um cajado cravejado e trabalhado que
sirva mais como símbolo do que apoio. Amor será sempre um objeto de desejo da
alma, querendo ser corpo na impermanência dos dias. É tão fácil não amar!
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