A humanidade gosta de ser enganada e de se enganar, movida inconscientemente ou não pela necessidade de ser aprovada e aceita pelos demais. A alma quer conexão com os outros para retornar à unidade de onde veio, mas as pessoas querem atender aos desejos do corpo e do ego para se perceberem como indivíduos poderosos. Nesta dualidade, a maioria se perde nas armadilhas da sedução e do egoísmo.
O ser humano adquire bens materiais na ilusão de conquistar alguém, ou de impressionar a maioria, ou para escapar dos medos ilusórios que criou para si. Este é o seu maior defeito, acreditar na própria ilusão. O que adquiriu vai atrair pessoas que valorizam o material, mas na hora de receber o reconhecimento que propulsionou toda a sua luta, ele não virá fácilmente ou possivelmente da pessoa escolhida.
O ser humano acredita na guerra santa, na guerra justa, na guerra dos sexos, na guerra entre o bem e o mal, na guerra das estrelas. O ser humano acredita nos governos e nas teorias de conspiração, nos patrões e nos sindicatos, nos parceiros e nos concorrentes. Ele escolheu acreditar, sem questionar, pois adora se iludir, adora ser enganado, adora defender o conflito para não perder sozinho. A crença é o combustível da desavença.
A população acredita em baú da felicidade, em comerciais, em pesquisas de opinião, em loteria, em promessa de políticos, na satisfação definitiva de tudo o que é provisório. A humanidade escolhe a ilusão por não querer se responsabilizar por seu destino e por não querer ouvir sua alma. A responsabilidade exige consciência, respeito, exige olhar e cuidar do coletivo e do meio ambiente, exige praticar o bem. Já a maldade prevalece em muitos aspectos por sua facilidade de ser praticada, por sua irresponsabilidade com a vida e com os outros, por sua incapacidade de amar. Enquanto o indivíduo não se libertar da necessidade de aprovação em tudo o que faz, ele não crescerá em consciência.
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