Já foi dito por sábios pensadores que a melhor forma de relacionamento saudável é aquela em que o amor existente entre os dois seja maior do que a dependência, a carência, a necessidade que um sente pelo outro para se expressar como pessoa; mas este amor não pode ser romantizado por regras externas nem padronizado por recortes culturais, senão ele se perderá nas definições e nos conflitos internos.
Este amor tem que servir à vida como ponto de equilíbrio e referencial, como ponto de movimentação das percepções rumo ao encontro com a realidade. Ele possibilita o acesso à consciência. Este amor não pode ser usado, não pode ser aplicado como solução para o vazio ou para os problemas de comunicação, muito menos ser transformado em motivo para alienar ou anular o outro, ou até mesmo para acobertar suas deficiências pessoais. Este amor não pode enviar mensagens erradas sobre o relacionamento que é fator de crescimento, precisa sim ser instrumento individual de exercício de autenticidade para encorajar o outro a se encontrar por si mesmo. Este amor simplesmente acontece e existe ou simplesmente não está lá.
Você não muda o amor, pois o amor não é mudança, não é maleável, não é objeto de controle de ninguém. Ele não pode ser confundido com posse, com egoísmo carente, com método ou sistema, com algo passageiro e irresponsável, nem com as necessidades do corpo. O ódio é barulhento, é foco, é obsessão e rigidez. O amor é uma força que se move silenciosamente, independente de quem ama ou é amado. Sendo uma força, ele é energia e inteligência autônoma, ele é a própria mensagem. Ao servir a um propósito maior, ele se mescla com a consciência como se fosse um subproduto dela ou como se fosse sua origem, numa eterna dança cíclica feito yin e yang, feito singularidade e geometria sagrada. O amor é um aspecto ou voz da eternidade. Amor e consciência são uma coisa só.
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