Basta juntar um grupo de
pessoas e lá está alguém querendo aparecer mais do que os outros, querendo
chamar a atenção de todos com uma roupa indecente, uma melancia no pescoço, uma
fala mais alta, uma provocação destemperada. Crianças também fazem de tudo para
chamar a atenção dos pais. Pessoas inseguras fazem qualquer coisa para chamar a
atenção de seus parceiros. O ego adora festa, confetes e microfone.
Uma pessoa desperta age
completamente diferente. Ela não se vê como o centro das atenções, pois sabe o
seu lugar. Ela não compete, pois prefere colaborar e atender aos outros
servindo, fazendo-se útil. O desperto tem seu próprio encanto natural, sem ter
que se esforçar para agradar, rodeado por uma aura amiga e serena. Ele sabe
valorizar o silêncio, usa sua intuição para manifestar sabedoria, desloca-se
com elegância, permanece humilde diante dos poderosos e ruidosos, promove uma
causa acima de si mesmo e está sempre à disposição de quem lhe solicita algo
inesperadamente.
Festa é reunião de egos
engravatados ou maquiados. Confete é elogio exigido dos outros ou elogios a si
mesmo quando se tem a certeza de que não virão. Microfone é palco de
preferências pessoais, em detrimento ao respeito dos outros também se
manifestarem; é se achar o dono da verdade que os outros ainda não encontraram;
é alugar os ouvidos alheios para esvaziar a própria diarreia mental.
Na vida de uma pessoa
desperta, a atenção é dada para o instante, para o acontecimento, para a beleza
de algo que nem está acontecendo, mas existe. A atenção fica onde pulsa a vida,
onde se respira a essência, onde Deus estiver se manifestando. Educa-se o olhar
para fora, para o cosmos de cada minuto, para as asas do sorriso
desinteressado, para o esquecimento de si mesmo. O desperto tem um coração
educado.
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