O feto sente rejeição do pai diante da notícia da gravidez indesejada. A criança sente-se rejeitada diante da chegada de um novo irmãozinho que recebe todas as atenções da família. O adolescente sofre com a rejeição dos colegas na escola, por razões injustas ou nem sempre reais. O adulto sente-se rejeitado pelas ameaças de traição conjugal ou pela falta de reconhecimento na empresa onde trabalha. O idoso sofre com a rejeição dos próprios filhos a quem dedicou sua vida inteira.
Marca registrada constante e garantida em todas as fases da vida, a rejeição é mais do que uma dor quando se trata de acreditar nas próprias estórias, quando se assume a condição de vítima, quando se torna a vítima verdadeira da maldade das pessoas, quando não se aceita e não merece o que recebe dos outros. A rejeição é um ato de covardia inconsciente, de maldade animalesca, de frieza da alma. Ela manifesta nossas desumanidades, nosso lado emocional doentio e pequeno. Só quem a sente sabe o seu tamanho e a dimensão de seus cortes.
Da mesma forma, ela é uma peça que pregamos em nós mesmos, uma ratoeira que prende o nosso dedo, uma chuva fria de ilusão que ameaça nosso equilíbrio e consome nossas energias.
Se não repetimos a estória criada, não repetimos a sensação ou condicionamento de rejeição. Se nos desapegamos do passado, não há espaço para carências infantis no mundo dos adultos. Se optamos por atitudes amorosas, nos curamos da falta de conexão com o coração divino. A mente acentua os conflitos. O coração os desarma. A mente se torna repetitiva. O coração se renova em criatividade. A mente olha para o próprio umbigo. O coração cuida da humanidade. Rejeição é mais do que uma dor. É uma estória desgastada que não nos torna melhores.
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