NECESSIDADE DE MUDANÇAS

Tem gente que nasceu em dia de ventania. Passa sua vida inteira modificando as coisas. Muda sempre de casa, de móveis, de cidade, de país, de trabalho, de parceiros, de escola, de projetos, de time de futebol, de opinião, etc. Parece que tem vento nas mãos. Você conhece alguém assim?

Se por um lado existem pessoas com grande dificuldade de promover mudanças, há os que dão boas vindas ou se encarregam pessoalmente de iniciá-las sem o menor esforço. Dentro de seu cabedal de recursos há coragem necessária para tanto. Há um condicionamento automático para efetivá-las. Há um hábito familiar de implementá-las. Sua facilidade em mudar promove comportamentos de desapego e iniciativa. Estão sempre prontas a começar de novo.

Não sabemos, por certo, se a pessoa nasce assim ou se se faz assim ao ter que sobreviver, ou simplesmente por assistir seus pais agirem desta forma, com freqüência. Como dois irmãos da mesma família podem se diferenciar em tal comportamento, acredita-se que nasçam com esta predisposição de preencher os vazios e descobrir o mundo sob diversos ângulos e pontos de vista.

Sendo facilmente adaptáveis, tais pessoas colocam o foco de seu crescimento e aprendizado na experimentação, adquirindo uma quantidade expressiva de recursos, falando várias línguas, tirando vários diplomas ou tendo várias profissões, enfrentando vários divórcios, efetuando várias transações imobiliárias, visitando vários países, lendo milhares de livros, enfim, tudo muito.

Mensageiros do vento, eles tornam-se arautos de transformações sociais e espirituais. Descobrem o queijo bom e voltam para o ninho para compartilhar a descoberta. Possuem consciência social e trabalham por ela. Desenvolvem um grande potencial de discernimento e humor refinado. Pensam de maneira global, panorâmica e holística. Estas pessoas não têm compromisso de êxito, apenas uma sede imensa de viver e de contribuir com a sociedade onde residem provisoriamente. Sem fronteiras, o mundo é o seu quintal.