Tenho notado, diariamente, o aumento do número de pessoas com sintomas inesperados de desânimo em relação à vida, tristeza profunda, crises de choro, falta de recursos interiores na hora de resolver conflitos de relacionamento. É como se uma nuvem infernal lhes cobrisse com um manto pesado. Se inferno é ausência de Deus, então onde está a fé deste povo?Não basta apenas ter fé. É preciso ter perseverança na fé para construir um campo vibracional positivo e transformá-lo numa barreira protetora.
Quando todas as instituições sociais demonstram distanciamento do indivíduo, o coletivo sofre. Quando tudo parece perder o sentido pela banalização da vida e por seus aspectos provisórios e instantâneos, já que todos pareciam ser movidos pela aquisição material desenfreada, cria-se um sentimento de vazio interior e incapacidade. Quando a mentira é espalhada e oficializada por aqueles a quem antes confiamos, dá-se a frustração geral.
Nosso país vai ter que enxergar a realidade, vai ter que despertar de uma ilusão política que está nos massacrando em nome de um consumismo diversificador, justo numa época em que a humanidade como um todo passa por um processo de transição da exterioridade para a interiorização. Estamos na contramão existencial. Estamos sendo manipulados sem nenhuma força de argumentação, mas fomos podados do ato de pensar e fazer escolhas individuais baseadas na verdade, apresentando nenhuma capacidade de reação. Pior ainda, manipulados por aqueles que se dizem donos da verdade histórica.
Tomemos o exemplo de Cuba ou de um terremoto. Se permanecemos muitas décadas manipulados pela mídia governamental de que vivemos no paraíso, enquanto nos falta pão e liberdade, ou se nunca fomos alertados para a possibilidade de um terremoto em nosso território, de repente, quando as coisas mudam de água para vinho, ficamos sem ação, pois fomos impedidos de pensar em soluções práticas e organizadas durante muito tempo.
A iniciativa, esta ferramenta vital de sobrevivência, nos foi arrancada pelas maquinações políticas e ideológicas. Não basta acreditar numa saída. É preciso perseverança para remover cada pedra do meio do caminho e fé para acreditar em dias melhores, construídos por nossas mãos e não pelas mãos de quem nos enganou por muito tempo. A doença coletiva, como toda enfermidade, existe como sinal de alerta de que alguma mudança deveria ter sido feita por quem prometeu e não foi. Precisamos enxergar a verdade novamente.
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